Elizeu Monteiro Pereira JuniorÂ
Elaine Maria Silva Guedes Lobato
Professores de Agronomia – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
De acordo com um estudo de Projeções do Agronegócio, realizado pelo Ministério da Agricultura (MAPA), a safra nacional de grãos e oleaginosas, em 2027/28, deve atingir a marca de 302 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 30% em comparação aos atuais 232 milhões de toneladas. A safra de soja deve saltar dos 120 milhões atuais para 156 milhões de t em 2027/2028, enquanto a safra de milho deve atingir os 113 milhões de t nesse mesmo período.
Para isso, o emprego de um alto nível tecnológico no cultivo do milho e da soja tende cada vez mais a buscar obter altas produtividades e atender de forma adequada, em termos sustentáveis de quantidade e qualidade, o mercado consumidor. No entanto, é imprescindÃvel relembrar que a maximização do potencial produtivo das culturas está relacionadoàs suas características genéticas, ao manejo adequado e às condições do ambiente.
Essencialidade da nutrição
Neste sentido, o entendimento da nutrição mineral das plantas e da fertilidade dos solos são peças fundamentais para a elaboração e manutenção de um sistema de produção eficiente, onde a disponibilidade de nutrientes deve estar conciliada com o requerido pela cultura em quantidade, forma e tempo (Coelho, 2006), principalmente em relação ao nitrogênio (N), nutriente exigido em maior quantidade pelas plantas e responsável por diversos processos metabólicos da fisiologia dos vegetais.
Boa parte do N aplicado como fertilizante é perdido por lixiviação, desnitrificação e volatilização, sendo a fonte de N utilizada um dos principais fatores que contribui para o aumento dessas perdas.
Na cultura do milho, quando se utiliza a ureia, se ocasiona elevadas perdas de N, principalmente por volatilização. Já na cultura da soja, a maior parte do N requerido é obtido por meio da fixação biológica, porém, com o aumento do potencial produtivo dessas culturas, têm se avaliado cada vez mais as suas respostas ao fornecimento suplementar do elemento nutriente.
Sem perdas
Como forma de minimizar estas perdas e maximizar a produtividade das áreas cultivadas, atualmente têm se ofertado fertilizantes de liberação lenta e controlada que prolongam a disponibilidade inicial dos nutrientes ou impulsionam a sua disponibilidade no tempo por meio de mecanismos diversos. Neste contexto, a adubação foliar surge como uma alternativa para reduzir as perdas de N discutidas anteriormente.
Essa técnica apresenta grande facilidade de aplicação e custos relativamente baixos, principalmente se a pulverização for associada a defensivos. Estudos envolvendo doses e épocas de aplicação de nitrogênio foliar são necessários, pois essa prática traz problemas ao desenvolvimento da planta em caso de fitotoxicidade causada pelo fertilizante.
As aplicações foliares de alguns macronutrientes, como o N, tem sido cada vez mais utilizada pelos produtores e recomendada por extensionistas, com o intuito de complementar a nutrição da planta nas fases de maior demanda nutricional e metabólica, principalmente quando a planta inicia seu ciclo reprodutivo e as zonas radiculares começam a reduzir sua capacidade de absorção e assimilação dos nutrientes (Taiz&Zeiger, 2009).
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