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quarta-feira, maio 1, 2024
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Via foliar, cálcio favorece enchimento do pêssego

 

Diego Henriques Santos

Doutor em Agricultura e engenheiro agrônomo da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo ” CODASP

dihens@bol.com.br

Foto 01 Crédito PixabayO cálcio é de grande importância para as plantas em geral, pois participa de funções enzimáticas em processos de transferência do fosfato como, por exemplo, a enzima fosfolipase.

Este elemento é constituinte ou ativador de várias enzimas, como alfa amilase e nucleases, bem como constituinte de pectatos, que são depositados na lamela média, dando resistência às paredes celulares, sendo este o maior beneficio para a cultura do pêssego.

Durante o processo de amadurecimento dos frutos ocorrem várias transformações, sendo uma das mais importantes o amolecimento da polpa, que está relacionado com a estrutura da parede celular. Há indicação de que as pectinas solubilizam durante os primeiros estádios do amadurecimento, levando à perda de firmeza.

O cálcio é indispensável na constituição da lamela média da parede celular, logo, tem relação direta com desordens fisiológicas e, também, com efeitos na redução da respiração, mantendo a firmeza da polpa e reduzindo a incidência de podridões no armazenamento, tanto em pêssegos como caqui e pera, em que o cálcio também reduz o escurecimento interno, e em tomate e maçã, em que o cálcio favorece a qualidade organoléptica, melhorando a aceitabilidade do produto pelos consumidores.

Quando aplicar

O pessegueiro, em geral, absorve as maiores quantidades de cálcio do solo, durante um pequeno período do ano, em taxas relativamente altas. Por isso, pode ser necessária sua suplementação, que é feita por pulverização dos frutos com sais de cálcio, para garantir melhores características destes, já que o cálcio se associa às substâncias pécticas da lamela média e as membranas celulares, preservando as características de permeabilidade da membrana celular, o que confere maior rigidez ao tecido e, também, diminui a ocorrência de doenças e distúrbios fisiológicos em pós-colheita, como a lanosidade.

Isso porque os novos tecidos são formados com o cálcio recém-absorvido, devido às dificuldades de sua remobilização a partir da folha. Portanto, as aplicações de cálcio via foliar na cultura do pêssego visam à qualidade do frutodurante o armazenamento e não a produtividade, e podem ser realizadas em pré ou em pós-colheita.

OManejo

As pulverizações foliares podem ser realizadas com cloreto de cálcio ou nitrato de cálcio, diluídos em água, sendo de extrema importância para a proteção dos frutos ao ataque de pragas e doenças durante a fase de maturação. Pode ser realizada mais de uma aplicação, sendo que o ideal são quatro, que devem ser realizadas no intervalo da plena floração a uma semana antes da colheita dos frutos.

Todas as aplicações devem ser realizadas por recomendação de um engenheiro agrônomo. Preferencialmente, devem ser realizadas nas primeiras horas da manhã, já que aplicações via foliar são mais bemaproveitadas quando a planta está túrgida. Observar atentamente os riscos de deriva, verificando temperatura e velocidade do vento, para evitar perdas.

Custo-benefício

O fornecimento não só de cálcio, como de qualquer nutriente, via adubação foliar representa um custo significativo por quilo de elemento aplicado, e exige uma análise cuidadosa do benefício.

Determinar a relação custo-benefício dos fertilizantes foliares não é algo fácil e exige avaliação realista do risco econômico, da eficácia do fertilizante foliar e consideração de todos os custos da aplicação, como por exemplo, a pulverização. No caso do pessegueiro, como a aplicação foliar de cálcio tem por objetivo melhorar a qualidade e elevar o tempo de prateleira da fruta, a relação custo-benefício tem se mostrado positiva.

Sabe-se que, com o avanço da maturação, ocorre uma diminuição na firmeza da polpa do pêssego, tornado as frutas mais susceptíveis a danos mecânicos, pragas e doenças.

Essa diminuição ocorre devido a transformações nas substâncias pécticas presentes nas paredes celulares dos tecidos vegetais, chamadas de protopectinas ou pectatos de cálcio. Quimicamente, as protopectinas são insolúveis em água e constituídas de cadeias de ácidos galacturônicos polimerizados com outras hexoses.

O cálcio funciona como cimento celular, ligando as cadeias pécticas. No amadurecimento ou mesmo no armazenamento, as pontes de cálcio entre as pectinas são desfeitas devido à ação de enzimas que atuam na despolimerização das mesmas, tornando-as mais solúveis.

Essa transformação diminui a força coesiva que mantém as células unidas, resultando na diminuição da firmeza da polpa.

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura integral.

 

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