Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), um levantamento feito em 2022 apontou que as 10 maiores agriculturas do Brasil, em valores de produção, são: soja, milho, cana de açúcar, café, algodão, trigo, arroz, mandioca, laranja e banana. “Esses produtos fazem com que o agronegócio esteja mais presente no nosso dia a dia do que imaginamos e vai muito além do que meros alimentos”, diz Luís Schiavo, CEO da Naval Fertilizantes, empresa especializada em produtos biológicos, nutrição e tecnologia de aplicação para as lavouras.
Por exemplo, você sabia que com o amido de mandioca fabrica-se a pasta de dente e os comprimidos? Que tem fibra de algodão nas notas de Real e que nela estão as principais medidas de segurança que dificultam a falsificação do dinheiro? E que a soja é utilizada para a fabricação de vernizes, revestimentos e até cosméticos?
Confira as formas de consumo de cinco agriculturas e curiosidades sobre o uso delas, muitas vezes desconhecidas por nós.
Soja
A soja possui uma grande variedade de uso. Na indústria de alimentos é utilizada como matéria-prima para a produção de chocolates, temperos e massas. O óleo é processado e utilizado para cozimento, fabricação de margarina e maionese. Um de seus componentes extraídos, a lecitina, é uma substância emulsificante utilizada na fabricação de salsichas, sorvetes, barras de cereais, e outros. “Na indústria química, a soja serve como base para produção de vernizes, tintas, plásticos, cosméticos, adesivos, fibras e revestimentos”, destaca Schiavo. O grão ainda é utilizado na produção de biodiesel e parte do farelo serve para a composição de ração animal, na alimentação de suínos, aves e bovinos.
Milho
O milho é grandemente empregado como matéria-prima industrial. A partir do cereal são fabricados inúmeros produtos, como óleo, fubá, biscoitos, pães, massas, bolachas, etc. Outro grande segmento consumidor é o de fabricação de rações animais. “O milho também é usado para fazer pneus, sacolas, adoçantes, detergentes, filmes fotográficos, cabeça de fósforo, antibióticos, descartáveis como pratos, copos e talheres, baterias elétricas e etanol, o qual barateia o custo do combustível e contribui com o meio ambiente por ser renovável”, diz Luís.
Trigo
O trigo é um dos cereais mais consumidos do mundo, junto com o milho e o arroz. É um ingrediente básico na mesa das famílias de diversos países e no Brasil é extremamente popular, presente nos pães, massas, em bebidas como a cerveja, o whisky, biocombustíveis e até mesmo em cosméticos e produtos de higiene pessoal.
Algodão
Tudo do algodão se aproveita. Na indústria têxtil os principais usos são para confecção de calças jeans e roupas de cama e banho. Também é o óleo vegetal mais consumido no mundo para fazer comida, usado ainda na margarina e na maionese. “Até as notas de Real têm fibra de algodão. Nela ficam as principais medidas de segurança que dificultam a falsificação do dinheiro”, diz o executivo. Na pecuária, o caroço in natura, ou seja, sem processamento, é usado na alimentação do gado, e 55% de todo o óleo de algodão é utilizado na produção do biodiesel.
Mandioca
A raiz da mandioca é utilizada para elaborar farinhas e amidos naturais, usados no consumo direto em alimentos como biscoitos, bolos, pudins e molhos. “Na indústria, a mandioca é utilizada no setor têxtil, na fabricação de papel, tintas e medicamentos”, explica Luís. Também é possível fabricar etanol proveniente da mandioca e produzir álcool para utilização em alambiques, na produção artesanal de bebidas destiladas.
O agronegócio está presente em todos os momentos das nossas vidas e o produtor precisa estar preparado para para atender a demanda que cresce a cada dia. “Estamos vivendo um momento de mudanças climáticas aceleradas, onde as pragas e as doenças evoluem rapidamente. Junto a isso, hoje as áreas de plantio são extremamente escassas, então o melhoramento genético de plantas é a estratégia mais valiosa para o aumento da produtividade de forma sustentável. Por meio dele é possível aumentar as entressafras, produzir alimentos mais nutritivos, fazer menor uso de defensivos agrícolas, gerar plantas mais resistentes às pragas, além de evitar o desmatamento e oferecer maior tolerância a estresses”, finaliza Schiavo.