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terça-feira, maio 21, 2024
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Banana: manejo do cultivo orgânico

O MIP reconhece pragas-chave da cultura para escolha de medidas preventivas

Foto: Embrapa

Lucas Rozendo de Lima Silva
Engenheiro agrônomo – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Sinara de N. Santana Brito
Engenheira agrônoma e mestra em Agronomia/Horticultura – na Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Harleson Sidney Almeida Monteiro
Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Horticultura – UNESP
harleson.sa.monteiro@unesp.br

Os sistemas convencionais ligados à utilização de agroquímicos aumentam significativamente a produção de uma área, no entanto, esse formato de produzir representa alguns perigos para a saúde do produtor e para a biodiversidade.

Foi sob essa perspectiva que desenvolveu-se o sistema de cultivo orgânico, cuja definição é baseada em um modelo livre da utilização de produtos químicos, como adubos minerais, defensivos e promotores de crescimento sintéticos em frutas e hortaliças.

De forma resumida, a Associação de Agricultura Orgânica define como “um processo produtivo comprometido com a organicidade e sanidade da produção de alimentos vivos para garantir a saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e desenvolve tecnologias apropriadas à realidade local”.

Quebra de paradigmas

Dentro dos princípios da agricultura orgânica, busca-se quebrar certos costumes que foram estabelecidos pela agricultura convencional, como o revolvimento do solo, que é utilizado em menor escala, a utilização de adubos químicos, substituindo-os por adubos orgânicos.

O controle de pragas e doenças, antes feito com agrotóxicos, é realizado na agricultura orgânica com medidas preventivas e produtos naturais. Todas essas substituições contribuem para uma menor poluição da área de produção.

Vale salientar que a agricultura orgânica defende a utilização da técnica de adubação verde, que trabalha em vários aspectos do solo, pois melhora a sua estrutura, repõe nutrientes, trabalha a umidade e fortalece a riqueza microbiana.

Agroecologia

Ao escolher a opção da agroecologia, os produtores estarão menos sujeitos às mazelas advindas da utilização de defensivos como a possibilidade de intoxicação e contaminação de corpos hídricos da região.

Além disso, uma propriedade com produção 100% orgânica possui custos de produção elevados e, após avaliação técnica por órgão responsável credenciado pelo Ministério da Agricultura, a propriedade tem o direito de usar em seus produtos orgânicos um selo que pode vir a valorizar suas mercadorias.

Para as bananeiras em cultivo orgânico, é muito utilizado o manejo integrado de pragas (MIP), que reconhece pragas-chave da cultura para escolha de medidas preventivas ao conhecer os hábitos da praga.

Manejo

Já se tratando de doenças, o aspecto mencionado de escolha das melhores cultivares mais resistentes é importantíssimo, além do manejo ambiental e práticas culturais que desfavoreçam a formação e proliferação dos inóculos das sigatokas, como:

  • Drenagem
  • Controle de vegetação natural
  • Desfolha sanitária
  • Manter a nutrição das plantas sempre em níveis adequados
  • Aplicar óleos e extratos vegetais que atuam como bioestimulantes para essa cultura, aumentando ainda mais sua resistência a ataques.

É por meio dessas táticas que os cultivos orgânicos de bananeira renunciam à utilização de agrotóxicos. Investir nessa área pode revelar um caminho eficiente rumo à segurança na produção de alimentos e do fomento da economia local.

Foto: Embrapa

Inovações

As inovações no plantio de bananeira voltadas para a redução da utilização de defensivos apresentam-se como um marco significativo no cenário agrícola contemporâneo.

Os avanços tecnológicos, exemplificados pelo desenvolvimento de filmes anti-insetos de polietileno, demonstram não apenas eficácia no controle de pragas, mas também um compromisso genuíno com práticas sustentáveis.

Essas inovações não apenas protegem a produção de bananas contra ameaças, mas também preservam ecossistemas, solos e a saúde humana.

Ao reconhecer a importância socioeconômica da bananicultura, fica claro que a busca por métodos mais sustentáveis é imperativa. A aliança entre a academia e o setor privado, exemplificada pelo notável trabalho da Universidade Estadual Paulista, destaca a capacidade de colaboração para impulsionar a inovação e promover práticas agrícolas responsáveis.

Essas iniciativas não apenas mitigam os impactos ambientais do uso indiscriminado de defensivos agrícolas, mas também sinalizam uma visão de longo prazo para a sustentabilidade da bananicultura no Brasil.

Ao integrar tecnologia e consciência ambiental, abre-se caminho para um futuro no qual a produção de bananas não apenas atende às demandas do mercado, mas também contribui para a preservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades agrícolas.

Essas inovações representam, assim, uma promissora guinada em direção a uma agricultura mais eficiente, segura e respeitosa com o meio ambiente.

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