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Intercalação de uva com abobrinha e uso de tela vermelha

O cultivo de abobrinha no solo e a uva por cima otimiza a mesma área com o plantio dessas duas culturas. E o uso de telas aumenta a produtividade e qualidade dos produtos.

Créditos Agenor Agenor Danetto
Créditos Agenor Agenor Danetto

As principais vantagens observadas na intercalação da uva com a abobrinha é o melhor aproveitamento da área. Geralmente, este plantio é feito entre dezembro e abril, na entressafra da uva, que produz duas vezes ao ano, sendo a safra principal em dezembro e a “safrinha“ entre abril e maio.

Durante este período de entressafra, além dos tratos culturais da abobrinha, o produtor tem também os tratos culturais da uva, porém, com colheitas frequentes e com um período de no mínimo 60 dias para isso.

Segundo Tiago Marchetti, engenheiro agrônomo especialista em hortifrúti, como a abobrinha tem uma exigência grande de água, os produtores estão investindo em irrigação, na maioria dos casos no gotejamento, o que ocorre nas principais épocas de veranicos e traz um grande benefício para a uva também.

 

Manejo

O manejo das culturas deve ser intensivo. “Considerando que a uva tem um ciclo mais curto, devido à temperatura e reserva hídrica, a poda deve ser feita em dezembro ou janeiro. O manejo de plantas infestantes também deve ser mais intenso, devido às condições favoráveis ao desenvolvimento destas“, recomenda Tiago Marchetti.

Como as doenças das culturas são semelhantes, o agrônomo diz que as pulverizações preventivas podem ser realizadas juntas, respeitando os períodos de carência, claro. “Como o período de carência dos produtos para a uva geralmente é maior, as pulverizações, ou o ciclo de cultivo da abobrinha, devem se encerrar respeitando esse prazo“, considera.

A estrutura

A estrutura fundamental para a produção de abobrinha é a irrigação. No caso da uva, pode ser feita em três estruturas diferentes: espaldeira, Y ou latada. Na região de Campinas (SP) predomina a produção em espaldeira, mas está em crescimento o sistema Y, que reduz os tratos culturais. “Dependendo de cada sistema de condução altera o espaçamento.O cultivo da abobrinha deve ser feito em uma das linhas, deixando espaço para o manejo das uvas na outra linha“, explica Tiago Marchetti.

De modo geral, a estrutura da uva mais comum nesta região é a espaldeira, composta por mourões baixos e arames. Porém, com o uso de telas são necessários mourões de pelo menos dois metros acima do solo e um entrelaçado de arames de suporte.

A tela vermelha acelera o ciclo da planta, que fica mais precoce - Créditos Agenor Agenor Danetto
A tela vermelha acelera o ciclo da planta, que fica mais precoce – Créditos Agenor Agenor Danetto

As telas

A tela vermelha, devido à fotoconversão, tem ajudado muito na melhora de produtividade, tanto da uva quanto da abobrinha. “Uma das principais vantagens apresentadas pela tela é a manutenção de temperaturas mais adequadas, minimizando problemas com altas e baixas temperaturas.Embora seja baixo o sombreamento, ao redor de 20%, o solo fica úmido por mais tempo e as doenças mais comuns nas culturas exploradas ficam menos presentes que em outros anos“, afirma o agrônomo.

Além de maior produtividade, ele observou antecipação da safra e uma melhor coloração das frutas.

Técnica colocada em prática

Agenor Danetto produz uva e abobrinha no município de Porto Feliz (SP), no Sítio Graças a Deus, em quatro hectares. As duas produções desde sempre acontecem juntas – a abobrinha no solo e a uva por cima. “Otimizar a mesma área com o plantio dessas duas culturas foi uma ideia que tive para aproveitar melhor a área e ter mais renda“, conta.

A tela vermelha integrou esse cultivo há três anos. Entre os resultados, houve melhoria da produção, visto que chega até a planta apenas os raios benéficos a ela, o ciclo ficou mais precoce, a planta apresentou melhor arranque e vegetação.

A tela preta, por exemplo, não apresenta os mesmos benefícios, e até inviabiliza a produção da abobrinha, porque ela não se desenvolve. Já a tela vermelha é três vezes mais cara que a preta, mesmo esta última durando muito mais tempo. Ainda assim, Agenor Danetto conta que a durabilidade da tela vermelha chega a 10 anos, além de ter muita resistência. “Com a tela vermelha a qualidade dos frutos também melhora muito, e o ganho produtivo é de 30% na uva e de 50% na abobrinha. Eu não uso a tela preta, mas meu irmão sim, e debaixo dela ele não consegue produzir abobrinha“, conta o produtor.

Mais que vantagens

A tela vermelha traz vantagens não só para a uva e a abobrinha, mas para alface e pimentão também, que estão produzindo com muito mais qualidade. Agenor Danetto revela que o investimento feito na tela vermelha foi de R$ 3,80/m, e foi instalado em 40 mil metros.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

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