Diego Henriques Santos
Engenheiro agrônomo da CODASP – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo
A cultura do tomate destaca-se por sua importância econômica e social, sendo a segunda olerÃcola mais produzida mundialmente, com produção aproximada de 40 milhões de toneladas em 2016.
No Brasil, é a hortaliça mais popular no prato dos brasileiros, justificando o fato de ser cultivada em todas as regiões do País. A produção de tomate é bastante suscetÃvel às intempéries climáticas e ao ataque de doenças e pragas. Por outro lado, seu valor tende a compensar os riscos.
De todos os produtos comercializados na Ceagesp em São Paulo, o fruto só perde em volume para a laranja, mas quando se trata de valor movimentado, o tomate ocupa o topo da lista, sendo considerado pelos agricultores o ouro vermelho.
Alvo
O tomateiro é alvo do ataque de inúmeras pragas que causam perdas severas à produção e prejuízos aos agricultores. As principais pragas do tomateiro são a traça do tomateiro, a mosca-branca, os ácaros, as larvas minadoras, lagartas, brocas, tripes e o burrinho.
A traça do tomateiro ocorre durante todo o ano, especialmente nos períodos mais secos. Os danos são causados pelas larvas, que formam minas nas folhas e se alimentam no interior destas. Podem destruir completamente as folhas e tornar imprestáveis os frutos, além de facilitar a contaminação por patógenos.
Os períodos secos e quentes também favorecem o desenvolvimento e a dispersão da mosca-branca, que reduz a produtividade e qualidade dos frutos. Trata-se de um inseto sugador de seiva e transmissor de vírus, que prejudica o desenvolvimento das plantas, além de injetar toxinas que provocam o amadurecimento desuniforme e a isoporização dos frutos.
Prejuízos
Em casos de altas densidades populacionais, podem ocorrer perdas de até 50% da produção. Infestações muito intensas ocasionam murcha, queda de folhas e perda de frutos.
Já o ácaro-do-bronzeamento é disseminado pelo vento. Coloniza o tomateiro inicialmente pela base do caule, onde se multiplica e infesta a planta toda, causando o bronzeamento caracterÃstico e a secagem das folhas e das hastes, podendo ocasionar perda total da produção.
Quanto às larvas minadoras, esse complexo de espécies ocorre durante todo o ciclo do tomateiro e tem um número muito grande de plantas hospedeiras. A larva constrói minas ou galerias irregulares em forma de serpentina, destruindo o parênquima foliar e ocasionando secagem das folhas, com consequente redução da capacidade fotossintética da planta.
Os tripes causam maiores danos quando grandes populações migram de outras hospedeiras e infestam lavouras de tomateiro com até 45 dias pós-plantio. Sua maior importância se deve à transmissão da virose vira-cabeça do tomateiro.
O burrinho é um besouro de até 02 cm de comprimento, de cor negra e coberto de fina penugem de cor branca, que ataca em reboleiras, deixando apenas as hastes e frutos da planta, causando enormes danos comerciais.
Fortalecimentovegetal
As hortaliças, em especial a cultura do tomateiro, são muito exigentes em nutrientes. Plantas bem nutridas são mais fortes e, por isso mesmo, menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, o que reduz a aplicação de defensivos, resultando em menores gastos para o produtor, frutos mais saudáveis e de maior valor comercial. Por exemplo, o cálcio é necessário para manter uma boa qualidade e estrutura dos frutos.
Suprimentos adequados melhoram a firmeza do tomate. Tomates frescos com boa firmeza são menos propensos a sofrer danos e têm maior vida de prateleira. Maiores níveis de cálcio na parede celular melhoram a firmeza dos frutos e, como resultado, as características de transporte e armazenamento.
Portanto, o equilíbrio nutricional é fundamental para que a planta atinja seu potencial máximo de desenvolvimento e produtividade, resista às doenças e possa minimizar o aparecimento de insetos-praga, ou seja, a principal defesa do tomateiro é uma nutrição adequada. Somada à nutrição, o uso de substâncias para diminuir fatores de estresse, como as substâncias osmorreguladoras, extratos de algas, fosfitos e aminoácidos também fortalecem o tomateiro.
Algas
Os extratos de algas são fontes naturais de macro e micronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Mn, Cu e Zn), aminoácidos (alanina, ácido aspártico e glutâmico, glicina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, prolina, tirosina, triptofano e valina), citocininas, auxinas, e ácido abscÃsico, substâncias que afetam o metabolismo celular das plantas e conduzem ao aumento do crescimento, bem como ao incremento da produtividade.
Uma vasta gama de efeitos benéficos tem sido observada com a aplicação do extrato de algas na cultura do tomate, incluindo o aumento do rendimento da cultura, maior absorção de nutrientes, aumento da resistência às geadas e condições de estresse, aumento no tempo de prateleira do fruto, melhoria na germinação de sementes e, principalmente, redução da incidência de ataque de pragas.
Â