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Inoculação + cobalto e molibdênio elevam produtividade da soja

Jorge Jacob Neto

Professor titular, Ph.D. do Departamento de Fitotecnia ” Instituto de Agronomia ” Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

j.jacob@globo.com

Joice de Jesus Lemos

Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia

joicelemosufrrj@hotmail.com

Crédito Miriam Lins

A fixação biológica do nitrogênio gera dois grandes benefícios ao Brasil – econômico e ambiental. A substituição da adubação mineral, produto muitas vezes importado e de alto custo, pelo inoculante natural, produzido no próprio país, diminui os gastos de produção da cultura.

A economia estimada pela escolha desta técnica ao invés do uso do nitrogênio mineral no cultivo da soja é por volta de US$ 9 bilhões ao ano. Além disso, este é um processo ecológico, no qual as bactérias benéficas disponibilizam o nitrogênio para a planta, minimizando a contaminação dos mananciais hídricos gerada pela aplicação de nitrogênio mineral no solo.

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, com cerca de 35 milhões de hectares de área plantada de soja, aplicar por volta de 300 a 400 kg ha-1 de nitrogênio mineral poderia gerar um aumento considerável no custo de produção e nos problemas ambientais gerados por ele. Atualmente, praticamente 100% da produção de soja no Brasil utiliza a fixação biológica de nitrogênio para o suprimento total de N na planta.

 

A adubação

A aplicação de molibdênio proporciona aumento de clorofila nas folhas – Crédito Luize Hess

Além da seleção mais adequada de plantas ao ambiente brasileiro e de estirpes para a produção de soja, o segundo processo mais estudado foi a da adubação. Como a maioria dos solos no país é ácida, foi necessário estabelecer doses ideais de calcário, fósforo e potássio para a correção da acidez, deste modo favorecendo o crescimento e desenvolvimento da cultura, obtendo bons rendimentos. Os estudos com a aplicação dos micronutrientes aumentaram na década de 70, com a entrada da soja no Cerrado brasileiro.

O molibdênio (Mo) é um micronutriente e um elemento de transição em termos de número de oxidação. Ele pode existir em diferentes estágios de transição, variando de zero (O) a VI, sendo a forma VI a mais comum encontrada nos solos agrícolas.

Similar à maioria dos metais necessários para o crescimento das plantas, o Mo é utilizado por enzimas específicas da planta, participando nos processos de redução e oxidação. O Mo, por si só, não é biologicamente ativo, mas é predominantemente encontrado como sendo parte de um complexo orgânico da proteína chamadacofator modificado (Moco).

Este cofator é ligado a enzimas que requerem Mo, como a nitrato redutase e nitrogenase. Esta última reduz o N2a amônia (NH4+) nos microrganismos fixadores de N e a nitrato redutase é responsável por catalisar a conversão do nitrato a nitrito durante a assimilação pelas células vegetais.

 

Versatilidade

 

O molibdênio atua em outras várias enzimas com a finalidade de catalisar as reações de redução. Entretanto, poucas enzimas têm sido mais estudadas em plantas. A aldeído oxidase recentemente tem sido mostrada como catalisadora no último passo na biossíntese dos fitohormônios, ácido indolacético e ácido abscísico e a xantina desidrogenase está envolvida no catabolismo da purina.

No solo podem existir várias formas de Mo: não disponível localizado na rede cristalina de minerais primários e secundários, trocável retido pelos minerais de argila; e presente na matéria orgânica. A disponibilidade de Mo para a planta é extremamente dependente do pH do solo.

Para as leguminosas (Fabaceas) crescendo apenas com o nitrogênio atmosférico, o Mo é considerado o micronutriente mais importante para a fixação biológica do nitrogênio. Como o plantio de soja é feito em solos que apresentam baixa disponibilidade deste elemento, na maioria das vezes a adubação de molibdênio pode apresentar dificuldades básicas.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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