25.6 C
Uberlândia
terça-feira, abril 30, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosFlorestasMatéria orgânica dos ácidos húmicos beneficia o solo

Matéria orgânica dos ácidos húmicos beneficia o solo

Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Créditos Shutterstock

As substâncias húmicas, ou seja, huminas, ácidos húmicos e fúlvicos, são componentes da matéria orgânica dos solos, das águas e dos sedimentos. Além de influenciarem as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, exercem efeito direto sobre o crescimento e metabolismo das plantas, especialmente sobre o desenvolvimento radicular.

Tradicionalmente, as substâncias húmicas têm sido definidas como de coloração escura, compostas de macromoléculas de massa molecular relativamente elevada formada por meio de reações de síntese secundária a partir de resíduos orgânicos de plantas, animais e microrganismos. São substâncias que beneficiam a qualidade dos solos e diretamente a vida das plantas.

Os ácidos húmicos interferem diretamente na qualidade física do solo, por promoverem uma aproximação das partículas e, consequentemente, sua união, gerando, dessa forma, uma maior agregação dos solos.

 

No solo

 

O processo de agregação dos solos influi diretamente sobre outras características como, por exemplo, a densidade, porosidade, aeração, capacidade de retenção e infiltração de água no perfil.

Por possuírem cadeias muito grandes, as substâncias húmicas têm alta capacidade de retenção de água, o que colabora para a manutenção de agregados estabilizados nos solos. Sua capacidade de reter água é 20 vezes maior que a dos solos sem matéria orgânica, o que justifica a maior capacidade de plantas sobreviverem melhor em solos com grande quantidade de substâncias húmicas durante o período de déficit hídrico.

A capacidade de retenção de água dos ácidos orgânicos auxilia, ainda, na proteção dos solos contra a erosão.

 

Mais que vantagens

 

Os benefícios químicos advindos das substâncias húmicas no solo estão relacionados com o aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas, o que se concretiza devido às características coloidais, podendo, então, interferir diretamente no pH, efeito tampão, Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e dessalinização dos solos.

Ainda, as substâncias húmicas apresentam efeito complexante de metais, o que ocorre devido à habilidade das mesmas de formar complexos estáveis com materiais metálicos como o ferro, cobre, zinco, manganês, alumínio e outros.

Outra característica inerente às substâncias húmicas no solo é a sua capacidade de se ligar a moléculas orgânicas, como as de pesticidas, herbicidas e fungicidas. Essas ligações ocorrem de maneira eletrostática, como se estabelecem com os cátions, ou mesmo formando pontes de H ou forças de van der Walls, variando de acordo com as características da molécula presente no solo.

Os ácidos húmicos e fúlvicos também favorecem a vida microbiológica do solo, por meio do fornecimento de fonte de energia (pelos carbonos presentes em sua composição) e da melhoria que causam às propriedades físicas e químicas do perfil.

 

De forma direta

Os benefícios das substâncias húmicas estão relacionados com o aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas

Os efeitos diretos dos ácidos húmicos sobre as plantas são justificados por influência positiva no transporte de íons, favorecendo, também, a absorção (pois tais compostos proporcionam aumento da permeabilidade da membrana celular), pelo aumento da taxa respiratória e das reações enzimáticas do ciclo de Krebs, o que resulta em maior produção de ATP.

Consideram-se, ainda, que tais substâncias promovem incremento no conteúdo de clorofila, de ácidos nucleicos e de proteínas. Acredita-se que os ácidos húmicos absorvidos pela planta, em estágios avançados de seu desenvolvimento, são uma fonte de polifenóis que funciona como catalizador da respiração.

O resultado é o aumento da atividade metabólica do vegetal; aceleração dos processos enzimáticos e da divisão celular, crescimento mais rápido das raízes e aumento de matéria seca.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro/dezembro  de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

ARTIGOS RELACIONADOS

Morango – Cultivo no Cerrado Mineiro

Autores Nyvea Campos Engenheira agrônoma nyveacampos@hotmail.com Rafael Silva Graduando em Agronomia rafaeljdasilva@hotmail.com A produção de morango, atualmente, tem como sistema de cultivo principal o...

Fertilizantes foliares: Brandt cresce 50% em apenas um ano e mira nas exportações

A Brandt, empresa com mais de 60 anos de tradição no mercado norte americano na produção de especialidades agrícolas, comemora dois anos de atuação...

Manejo de resistência e o uso de herbicidas em pré-emergência

A repetida utilização dos mesmos herbicidas nos últimos anos tem causado pressão de seleção em algumas espécies de plantas daninhas, com consequente surgimento de populações resistentes....

DuPont Proteção de Cultivos e DuPont Pioneer exibem novas soluções para soja e milho na região sul

Sementes híbridas de milho, cultivares de soja e o registro oficial do novo fungicida Vessaryaâ„¢ serão destaques do estande das empresas   A DuPont Proteção de...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!