23.6 C
Uberlândia
quarta-feira, janeiro 15, 2025
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosDoenças da parte aérea - Controle a tempo no trigo

Doenças da parte aérea – Controle a tempo no trigo

Flávio M. Santana

Maria Imaculada P. M. Lima

João L. N. Maciel

Pesquisadores da Embrapa Trigo

Crédito Shutterstock

São muitas as doenças bióticas que causam danos à cultura do trigo no Brasil, entretanto, as mais importantes e comuns são causadas por fungos. Nesse sentido, destaca-se o fato de que as manchas foliares, a giberela e a brusone têm gerado maior preocupação devido às dificuldades que têm sido verificadas para o controle das mesmas nas lavouras.

Tais dificuldades aumentam muito em anos que ocorrem chuvas constantes e frequentes, especialmente a partir da emissão das espigas.

 

Manchas foliares

 

O complexo de manchas foliares do trigo tem como agentes principais dois patógenos: Drechsleratritici-repentis, que causa a mancha amarela e Bipolarissorkiniana, que causa a mancha marrom. Com menos frequência, ocorre no Brasil a mancha causada por Stagonosporanodorum.

Os sintomas mais característicos de mancha amarela são lesões que possuem um aspecto ovalado, podendo haver ou não um halo amarelo, resultante da interação entre toxinas do patógeno e o hospedeiro. As lesões causadas por B. sorokiniana, em geral, são mais escuras, iniciando-se como pontos de coloração marrom a negra e podem apresentar um centro de coloração pálida.

 

Controle

 

Entre as medidas de controle da doença, destaca-se a rotação de culturas, como forma de eliminar a principal fonte de inóculo, que são os restos culturais de trigo, a fim de interromper o ciclo de D. tritici-repentis no campo.

No caso da mancha marrom, é importante que se utilize sementes livres do patógeno. É importante que seja feito tratamento fungicida das sementes antes do plantio. Também é importante que se utilize cultivares resistentes, sempre que possível.

Há diversos fungicidas registrados. Uma lista dos mais indicados está disponível para consulta no documento oficial da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (Informações Técnicas para Trigo e Triticale), disponível no seguinte endereço eletrônico:https://www.embrapa.br/documents/1355291/1729833/Livro+Trigo+e+Triticale+-+21-05-14.pdf/.

 

Giberela

 

A giberela ou fusariose, causada por Gibberellazeae (Fusarium graminearum), afeta espigas e grãos de trigo. Além de reduzir o rendimento, compromete a qualidade, principalmente devido às micotoxinas (Deoxinivalenol, Zearalenona e Nivalenol).

Os sintomas característicos são espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada ou cor de palha, cujas aristas desviam do sentido normal das aristas de espiguetas sadias.

Em genótipos muito suscetíveis toda espiga pode ser afetada, inclusive o pedúnculo, que adquire coloração amarronzada. Às vezes, sinais do patógeno, identificados pela cor alaranjada, ocorrerem.

A giberela também pode apresentar sintomas semelhantes aos de brusone. Os grãos com sintomas típicos de giberela são chochos, enrugados, de coloração branco-rosada a pardo-clara.

As condições climáticas de precipitação pluvial e temperatura acima da média (20-25ºC) são decisivas para epidemia de giberela. Em anos de ocorrência do fenômeno La Niña a doença não é considerada problema, enquanto que os anos de El Niño são extremamente favoráveis.

Atualmente, por não existir cultivar resistente, a rotação de culturas e o controle químico, isoladamente, não terem a eficiência desejada, a integração com outras medidas de manejo, como o uso de cultivares moderadamente resistentes, o escalonamento da época de semeadura e cultivares com ciclos diferentes ao espigamento são indicados com o objetivo de escape da doença, em parte da lavoura.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

ARTIGOS RELACIONADOS

Clima desafia safra de trigo com incertezas na qualidade da produção nacional

Cenário do grão no Brasil foi apresentado em webinar promovido pela Abitrigo

Fórum Nacional de Trigo 2019 debate os impactos dos novos limites de DON na pesquisa, no campo e na indústria

O trigo é um dos alimentos mais consumidos na dieta humana, contribuindo com cerca de 20% das calorias diárias. Por isso, há uma legislação específica que controla os níveis para a micotoxina Desoxinivalenol (DON) no trigo e em outros grãos. Atualmente, está em vigor a Resolução nº 138 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os Limites Máximos Tolerados (LMT) para a presença da micotoxina em todos os pacotes de farinha e farelo de trigo, biscoitos e massas já estão em vigor desde 2012, mas foi a partir de 1º de janeiro de 2019 que os níveis ficaram mais restritivos para esse contaminante.

Agro Wiser – Resistência de plantas é a aposta

  A Wiser esteve presente na Hortitec com dois lançamentos: Armurox, um produto à base de silício, e Phytness, à base de algas marinhas, aminoácidosmais...

Embrapa e IFC Campus Concórdia promovem seminário sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Os sistemas integrados de produção agropecuária são o tema de um seminário promovido pela Embrapa e Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia que acontece...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!