As sequoias são as árvores mais antigas do planeta, algumas com quase dois mil anos. O diâmetro do tronco de algumas delas pode atingir até nove metros. É uma sequoia, da espécie Sequoia sempervirens, a árvore mais alta do mundo. Ela tem 115 metros de altura e está no Parque Nacional de Redwood, na Califórnia (Estados Unidos).
No Brasil, as árvores mais altas, que são utilizadas na silvicultura, são do gênero Eucalyptus. As espécies mais comuns são: E. grandis, E. benthamii, E. saligna, E. urophylla, E. viminalis, E. dunnii e híbridos, que chegam facilmente a 60 metros de altura ou mais.
De acordo com dados divulgados no Anuário Estatístico de Base Florestal para o Estado de Santa Catarina, publicado pela Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), a área plantada com Eucalyptus no Brasil está em torno de seis milhões de hectares. O gênero representa 76% da produção de madeira em tora no País. O Brasil tem a maior produtividade florestal do mundo, com 39 metros cúbicos por hectare/ano de madeira de eucalipto. Todo esse volume é, em parte, graças ao melhoramento genético realizado com sucesso em nosso país.
Coleta de material genético
Para manter o bom desenvolvimento das árvores, melhorar e garantir a qualidade da madeira, é necessário capturar as sementes e outros materiais genéticos dos melhores exemplares. E isso acontece muito acima do chão, próximo à copa das árvores.
Especializada neste tipo de atividade, a Kolecti Recursos Florestais é uma das poucas empresas que oferecem o serviço no Brasil. Uma plataforma, desenvolvida na Itália e inicialmente utilizada na arborização e poda urbana, foi adquirida pela empresa e adaptada para operações de silvicultura no Brasil.
O modelo ZED 23,3 JH tem alcance de 23 metros, com jib. Em alguns casos, o material a ser coletado está acima desta altura. E é aí que o alpinismo aparece como aliado à silvicultura. “Com a carência de equipamentos específicos para a atividade de escalada em árvores no mercado nacional, fomos atrás do que há de melhor para alpinismo florestal, fora do Brasil”, conta o diretor da empresa, Julio César Soznoski.
O equipamento foi desenvolvido pela Kolecti, juntamente com empresas de treinamento de acesso vertical, um procedimento operacional próprio de escalada, baseado em situações locais e amparado por normas nacionais e internacionais de segurança.
Uma dessas empresas é a Spelaion, focada em atividades em altura, tanto esportivas quanto profissionais. Referência em cursos relacionados a atividades que envolvam a verticalidade, a empresa oferece o curso: Técnicas Verticais para Coleta de Sementes Arbóreas.
O diretor da empresa, Walker Gomes Figueroa, é também um dos responsáveis por ministrar o conteúdo. Ele explica que o maior objetivo é desenvolver a progressão vertical em árvores, principalmente pinus e eucalipto, com total segurança. “As atividades de escalada em árvore iniciaram no Brasil para a realização de poda. A partir de 2001 foi que começou a ser utilizada para a coleta de sementes, em trabalhos do Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais (IPEF)”, conta ele.
Os equipamentos utilizados no início eram os mesmos para escalada em rocha. “Cinto, trava-queda, cordas, tudo era adaptado para a escalada em árvore”, explica Figueroa. Com o desenvolvimento da atividade para a silvicultura, a empresa aprimorou não só os equipamentos, mas também as técnicas de escalada e resgate em altura. “Somos acreditamos pela Petzl Technical Institute, da França”, lembra ele.
“Essa experiência profissional e treinamentos com equipamentos de qualidade garantem a colheita e o resgate de materiais genéticos com total segurança, além de trazerem conforto e agilidade aos operadores. Árvores com grandes diâmetros e altura não são limites para nossos profissionais”, conclui o diretor da Kolecti Recursos Florestais.