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Manejo nutricional do repolho: Por onde começar?

Autor

Renato Agnelo
Pesquisador e consultor agronômico
ragnelo@terra.com.br
Fotos: Shutterstock

O repolho é uma planta muito exigente em nutrientes. O menor suprimento de algum nutriente irá ocasionar menor produtividade e qualidade. O manejo correto começa com a análise de solo (importante amostrar corretamente) e com antecedência para realizar as eventuais correções antes do plantio, dentro da capacidade de reatividade de cada fertilizante/corretivo, como é o caso do calcário, que precisa ser aplicado previamente para obter os efeitos desejados (fornecimento de cálcio e magnésio, neutralização do alumínio e redução da acidez, o qual contribui também para reduzir a incidência da doença hérnia-das-crucíferas).

Cada um no seu lugar

Todos os nutrientes são essenciais para o repolho.

Ü Nitrogênio e potássio: aplicações parceladas resultam em melhores resultados;

Ü Fósforo: aplicar no plantio;

Ü Cálcio e magnésio: aplicar na correção por meio do calcário e complementar com fertilizantes via solo e foliar;

Ü Enxofre: – aplicações parceladas;

Ü Boro: aplicar no solo e via foliar;

Ü Boro, ferro, manganês, zinco, cobre e molibdênio: aplicações foliares resultam em melhores produtividades em função do pH do solo que, exceto o molibdênio, quando próximos a pH 7,0, que é o ideal para o desenvolvimento do repolho, porém, deixa indisponível o B, Fe, Mn, Zn e Cu para a absorção via raiz.

Manejo nutricional ideal

A maior fase de absorção dos nutrientes é no início do encabeçamento até a colheita, então eles precisam estar disponíveis a partir do início do encabeçamento. O fósforo precisa ser corrigido no plantio e complementado via foliar quando as temperaturas forem baixas. O potássio e o nitrogênio precisam ser parcelados para melhor aproveitamento e o cálcio deve receber atenção nos períodos quentes.

Inovações

As inovações para o solo são fertilizantes organominerais e as fontes de potássio, como o polissulfato de potássio, que além do potássio fornece cálcio, magnésio, enxofre e nitrogênio de liberação controlada, permitindo seu melhor aproveitamento.

Micronutrientes com formulações diferenciadas também podem ser considerados como inovações, assim como os aminoácidos e condicionadores de solo, os quais permitem melhor aproveitamento dos nutrientes.

Os resultados de campo, em acompanhamento aos produtores, indicam excelentes colheitas com maior produtividade, melhor sanidade e boa pós-colheita (importante para transporte das áreas produtoras aos centros consumidores, como aqueles localizados nas regiões norte e nordeste).

Os resultados práticos de campo são:

ð Correção antecipada;

ð Aplicação de matéria orgânica antecipadamente;

ð Aplicação do fósforo adequadamente;

ð Parcelamento do nitrogênio e potássio;

ð Fontes de fertilizantes e corretivos contendo cálcio, magnésio e enxofre;

ð Uso dos micronutrientes via foliar, sendo aplicações frequentes de boro; ferro, manganês, zinco, cobre e molibdênio.

Sem errar

Entre os principais erros cometidos pelos produtores de repolho estão: correção com calcário perto do plantio desequilibrando o sistema; aplicações de doses elevadas de fósforo; excesso de potássio e nitrogênio; e excessos de cobre e boro, causando fitotoxidez.

Para não cair em ciladas, é fundamental o acompanhamento técnico observando as necessidades da planta (frio e calor); acompanhamento climático (seca x chuva); observar a qualidade dos fertilizantes a serem utilizados e investir na amostragem de solo com um mínimo de 90 dias.

Ao longo de 30 anos observamos que o investimento correto permite ter uma produção com baixo custo por unidade produzida e melhor valor no produto a ser ofertado, o qual confere maior retorno sobre o investimento.

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