21.8 C
Uberlândia
quarta-feira, setembro 11, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiManejo nutricional do repolho: Por onde começar?

Manejo nutricional do repolho: Por onde começar?

Autor

Renato Agnelo
Pesquisador e consultor agronômico
ragnelo@terra.com.br
Fotos: Shutterstock

O repolho é uma planta muito exigente em nutrientes. O menor suprimento de algum nutriente irá ocasionar menor produtividade e qualidade. O manejo correto começa com a análise de solo (importante amostrar corretamente) e com antecedência para realizar as eventuais correções antes do plantio, dentro da capacidade de reatividade de cada fertilizante/corretivo, como é o caso do calcário, que precisa ser aplicado previamente para obter os efeitos desejados (fornecimento de cálcio e magnésio, neutralização do alumínio e redução da acidez, o qual contribui também para reduzir a incidência da doença hérnia-das-crucíferas).

Cada um no seu lugar

Todos os nutrientes são essenciais para o repolho.

Ü Nitrogênio e potássio: aplicações parceladas resultam em melhores resultados;

Ü Fósforo: aplicar no plantio;

Ü Cálcio e magnésio: aplicar na correção por meio do calcário e complementar com fertilizantes via solo e foliar;

Ü Enxofre: – aplicações parceladas;

Ü Boro: aplicar no solo e via foliar;

Ü Boro, ferro, manganês, zinco, cobre e molibdênio: aplicações foliares resultam em melhores produtividades em função do pH do solo que, exceto o molibdênio, quando próximos a pH 7,0, que é o ideal para o desenvolvimento do repolho, porém, deixa indisponível o B, Fe, Mn, Zn e Cu para a absorção via raiz.

Manejo nutricional ideal

A maior fase de absorção dos nutrientes é no início do encabeçamento até a colheita, então eles precisam estar disponíveis a partir do início do encabeçamento. O fósforo precisa ser corrigido no plantio e complementado via foliar quando as temperaturas forem baixas. O potássio e o nitrogênio precisam ser parcelados para melhor aproveitamento e o cálcio deve receber atenção nos períodos quentes.

Inovações

As inovações para o solo são fertilizantes organominerais e as fontes de potássio, como o polissulfato de potássio, que além do potássio fornece cálcio, magnésio, enxofre e nitrogênio de liberação controlada, permitindo seu melhor aproveitamento.

Micronutrientes com formulações diferenciadas também podem ser considerados como inovações, assim como os aminoácidos e condicionadores de solo, os quais permitem melhor aproveitamento dos nutrientes.

Os resultados de campo, em acompanhamento aos produtores, indicam excelentes colheitas com maior produtividade, melhor sanidade e boa pós-colheita (importante para transporte das áreas produtoras aos centros consumidores, como aqueles localizados nas regiões norte e nordeste).

Os resultados práticos de campo são:

ð Correção antecipada;

ð Aplicação de matéria orgânica antecipadamente;

ð Aplicação do fósforo adequadamente;

ð Parcelamento do nitrogênio e potássio;

ð Fontes de fertilizantes e corretivos contendo cálcio, magnésio e enxofre;

ð Uso dos micronutrientes via foliar, sendo aplicações frequentes de boro; ferro, manganês, zinco, cobre e molibdênio.

Sem errar

Entre os principais erros cometidos pelos produtores de repolho estão: correção com calcário perto do plantio desequilibrando o sistema; aplicações de doses elevadas de fósforo; excesso de potássio e nitrogênio; e excessos de cobre e boro, causando fitotoxidez.

Para não cair em ciladas, é fundamental o acompanhamento técnico observando as necessidades da planta (frio e calor); acompanhamento climático (seca x chuva); observar a qualidade dos fertilizantes a serem utilizados e investir na amostragem de solo com um mínimo de 90 dias.

Ao longo de 30 anos observamos que o investimento correto permite ter uma produção com baixo custo por unidade produzida e melhor valor no produto a ser ofertado, o qual confere maior retorno sobre o investimento.

ARTIGOS RELACIONADOS

Importância do magnésio e boro na produtividade e no ATR da cana

No Centro-Sul do Brasil, a colheita da cana terá início a partir de março de 2019. A produtividade da cana será reflexo das práticas culturais e influenciada fortemente pelas condições climáticas – regime pluviométrico e temperatura.

Uso de extrato de algas na qualidade da batata-semente e batata-consumo

O uso de extratos de algas marinhas (Ascophyllum nodosum) promove melhora de estande, produtividade e qualidade da produção tanto de batatas-sementes como para o consumo e indústria. Seus compostos bioativos, naturalmente presentes nas algas, promovem maior vigor, resistência a estresses e enchimento dos tubérculos.

Hortibras inaugura fábrica de fertilizantes para hidroponia e fertirrigação

  A Hortibras chegou ao Encontro de Hidroponia cheia de novidades. No dia 10 de outubro inaugurou uma fábrica de fertilizantes especiais para hidroponia e...

Erros na solução nutritiva da alface hidropônica

A produção hidropônica de alface tem se difundido cada vez mais no País, tendo em vista ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!