Autora
Leila Aparecida Salles Pio – Professora de Fruticultura Tropical da Universidade Federal de Lavras (UFLA) – leilapio.ufla@gmail.com
Segundo dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), mundialmente a banana foi, em 2016, responsável por uma renda bruta de US$ 3,8 bilhões de dólares e em 2018 a área plantada com a cultura girou em torno de 5,72 milhões de hectares com uma produtividade média de 20,2 toneladas por hectare, num total bruto de 115,7 milhões de toneladas de banana produzidas (FAO, 2020).
Já no Brasil, a estimativa foi que a banana, nesse mesmo período, ocupou uma área de 449 mil hectares e movimentou um mercado de US$ 4,2 bilhões, chegando a produzir 6,7 milhões de toneladas por ano, alcançando uma produtividade de 15,028 toneladas por hectare, valor abaixo da média mundial (FAO, 2020).
O Estado de São Paulo aparece no ranking nacional como o principal produtor de banana, com uma área plantada de 48 mil hectares, chegando a produzir 1,06 milhão de toneladas, seguido da Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. Entretanto, a produção de banana no Brasil não se concentra apenas nesses Estados, sendo produzida em todo território nacional.
Por sua popularidade e acessibilidade, essa fruta é demandada por todo o País, entretanto, seu comércio é mais vigoroso nos grandes centros urbanos, visto ser as regiões de maior concentração de pessoas. Quando tratamos especificamente de região, a maior demanda ocorre na região sudeste, por possuir os maiores centros de distribuição, a exemplo do Ceagesp, em São Paulo.
Investimento
Assim como a maiorias das frutíferas, o investimento inicial para a implantação de um pomar de bananeiras é elevado e seu tempo de retorno pode variar entre um a dois anos, porém, por se tratar de uma fruta da grande popularidade e alta demanda, a rentabilidade da atividade acaba sendo garantida.
Pensando nessa rentabilidade, comumente agricultores de diferentes níveis tecnológicos tendem a optar pela cultura, entretanto, toda atividade agrícola, e principalmente na fruticultura, a implantação de um pomar deve ser muito bem planejada antes de qualquer coisa, levando sempre em conta os custos de implantação e operacionais, qualidade das mudas, insumos, mão de obra, escoamento, mercado, entre outros.
Tendo esse planejamento já realizado, deve-se observar alguns manejos importantes para o sucesso da atividade, como a escolha e preparação do solo, escolha das mudas, sistema de irrigação, adubação, manejo de plantas daninhas, entre outros.
Além das operações tradicionais, a cultura requer algumas práticas específicas, como a necessidade de escoramento das plantas para não haver o tombamento pelo peso dos cachos, a despistilagem e o ensacamento dos cachos. Durante a colheita, os cachos devem ser colhidos e transportados tomando os devidos cuidados para não haver danos nas frutas, e em seguida devem ser despencadas, lavadas e encaixotadas.
Diante disso, a bananicultura, quando conduzida adequadamente, representa uma atividade agrícola altamente rentável, sendo uma atividade econômica e social de grande impacto onde os pomares estão instalados, gerando renda não apenas no campo, mas também nos centros urbanos onde serão processadas e comercializadas.