Autor
Mário Calvino Palombini – Engenheiro agrônomo e proprietário da Vermelho Natural – vermelhonatural@hotmail.com
Existe uma diferença importante em calagem e gessagem. A primeira aumenta o pH do solo e reduz os teores de manganês, enquanto a gessagem somente altera os teores de manganês.
No caso da calagem, o primeiro processo é a retirada de uma análise de solo para determinar, além da quantidade, o tipo de calcário a ser empregado – o calcítico, que possui de 53 a 55% de CaO e 3 a 5% MgO, ou o dolomítico, que possui 28% de CaO e 16% MgO. Estas amostras devem ser feitas antecipadamente, considerando o tempo necessário para se obter os resultados.
Próximo passo
Uma vez estabelecidas as suas necessidades, o calcário deve ser colocado sobre o solo e incorporado a uma profundidade de 20 centímetros, utilizando, de preferência, arações seguidas de gradagens.
Após o processo de incorporação, existe um período de reação do calcário, que se não for do tipo filler, deve ser de 30 dias. Somente após este período, quando o pH estiver estabilizado, os adubos devem ser adicionados. Deve-se levar em consideração o regime de chuvas para determinar o tempo necessário para execução das tarefas.
O pH é um determinante na capacidade de absorção de nutrientes pela planta. O pH abaixo de 7.0 inicia a redução de capacidade de absorver molibdênio, e abaixo de 6.5 inicia a redução de capacidade de absorver cálcio e magnésio.
O pH abaixo de 6.0 reduz a capacidade de absorver cálcio, magnésio, fósforo, potássio e enxofre. Ainda, o nitrogênio começa a ter dificuldades de absorção abaixo do pH 5.5. Já o pH acima de 7.0 inicia a redução de capacidade de absorver ferro, manganês, boro, cobre e zinco. O pH entre de 7.5 e 8.5 gera dificuldade de absorção de fósforo, enquanto o pH acima de 8.5 traz redução de capacidade de absorver cálcio e magnésio.
Por estes motivos, a recomendação é que a calagem seja feita para obter o pH 6.0, em que a absorção de nutrientes é maximizada, obtendo os melhores resultados na nutrição de plantas.