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Tratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento

 

Vandimilli Araujo Lima

Graduanda em Agronomia pela Universidade federal de Lavras e coordenadora de Agronomia na Terra Jr Projetos e Consultoria

Daniela Andrade

Engenheira agrônoma e mestre em Fitotecnia/Produção Vegetal

danielaandrade@necafufla.com.br

 

Tratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento - Crédito Bruna Souto
Tratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento – Crédito Bruna Souto

Uma lavoura bem enraizada refletirá na resistência a diversos fatores, tais como seca, pestes e doenças. Por isso, é uma etapa crucial a obtenção de uma lavoura com alto desempenho produtivo.

Nas culturas perenes, como as espécies florestais, deve-se ter uma atenção especial etapa para garantir a longevidade da lavoura. O desenvolvimento do sistema radicular é regulado por hormônios produzidos pela própria planta que podem ser influenciados por fatores internos e/ou externos.

Os fitorreguladores, também chamados de hormônios vegetais sintéticos, são substâncias sintetizadas artificialmente e destinadas a exercer as funções similares aos hormônios naturais.

Geralmente, os fitorreguladores possuem componentes hormonais sintéticos como: etileno, giberelinas, ácido abscísico, auxinas e citocianinaou associações destes. A utilização dos fitorreguladores provoca um balanço hormonal na planta e, consequentemente, acarreta equilíbrio vegetativo e reprodutivo.

Dependendo do objetivo da sua utilização, pode melhorar o enraizamento de estacas, regular floradas, auxiliar na germinação das sementes, dentre outros. Vários estudos concluíram que as auxinas (AIA), quando aplicadas sobre as mudas florestais, podem aumentar a velocidade, a qualidade e uniformidade de enraizamento.

Há, claro, variações sobre os resultados alcançados, dependendo da espécie, do clone utilizado, da idade da planta e da forma de aplicação.

Utilização

A aplicabilidade desta técnica dependerá do objetivo final do produtor. Assim, verifica-se qual é o modo de ação do regulador em questão e onde exercerá sua função sobre a planta.

A aplicação é indicada apenas se esta for estritamente necessária, pois há riscos tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente. O cuidado deve ser redobrado devido à rápida ação destes compostos no corpo humano e ao longo período residual do produto no ambiente e nos cursos d’água.

Os hormônios sintéticos possuem a escala de toxicidade semelhante aos agroquímicos.

Quando aplicar

A aplicação deverá ser realizada durante a fase de viveiro para estacas, na sala de crescimento para a germinação, ou até em campo. Quando utilizada em mudas, o importante é que a aplicação seja feita em viveiros ou em ambientes com condições controladas para que haja aclimatação antes de transferir as mudas para o campo, aumentando, desta forma, as chances de sucesso da lavoura.

Lembrando que é preciso verificar a concentração do fitorregulador mais apropriada para a espécie em questão. Altas concentrações podem causar desidratação e morte das mudas. Por outro lado, concentrações baixas não alcançarão os resultados almejados. As concentrações variam entre 50mg/l e 250mg/l para giberelina (GA), por exemplo.

Há diversas opções de aplicação. Quando o interesse é em fazer a aplicação para potencializar a germinação da semente, estas são depositadas sobre papel próprio para germinação de sementes embebido em uma solução de água e fitorreguladores.

O caso dos clones

A produção florestal brasileira usa clones para garantir a uniformidade da lavoura e sua propagação é realizada por estaquia. O uso de fitorreguladores torna-se um importante aliado no enraizamento de estacas e pode ser realizado de diversas formas.

Em campo, pode ser utilizado para estimular o crescimento das plantas ou até mesmo desestimular o crescimento, exemplificado pelo uso na cultura do algodão. Nestas lavouras, pode ser aplicado via pulverização, irrigação, imersão, ou mesmo na forma sólida.

Opções

Dentre os fitorreguladores mais utilizados, destaca-se o ácido indolbutírico (AIB), variando em suas formas de aplicação, podendo ser talco, líquido ou gel. A emissão de raízes adventícias é influenciada pelas concentrações dos fitorreguladores dentro da planta.

O AIB também apresenta alta estabilidade à fotodegradação, o que facilita seu uso no campo. Esse hormônio é especialmente indicado para espécies que apresentam dificuldades em formar raízes. O tempo de imersão da estaca varia de acordo com a solução utilizada para concentrações de 2.000 a 3.000mg L-1, sendo que comumente se faz a imersão da base da estaca por cinco segundos na solução. O tempo aumenta, caso a solução seja menos concentrada.

Os melhores resultados são obtidos em concentrações entre 200 e 300mg L-1.Nestecaso, o tempo de imersão ideal varia entre 12-24 horas. É importante, para o sucesso do enraizamento da estaca após a imersão em solução com os fitorreguladores, que a estaca seja plantada em uma ambiente com umidade, sombra e claridade disponível.

 

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