Igor dos Reis Oliveira – Graduando em Engenharia Agronômica – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA) – reisigor07@gmail.com
Adriana Araujo Diniz – Professora adjunto II – UEMA/CESBA – adrisolos2016@gmail.com
Bianca Cavalcante da Silva – Doutoranda em Agronomia/Ciência do Solo – FCAV/UNESP – bianca.cavalcante@unesp.br
A cultura da graviola (Annona muricata L) é de grande importância para o Brasil e para o Cerrado. É uma planta herbácea de pequeno porte que pode atingir entre 4,0 – 6,0 m de altura, outrossim, boas condições ecológicas propiciam um crescimento de até oito metros.
Ademais, apresentam flores hermafroditas, com cheiro forte, folhas simples, fruto sincarpo grande e carnoso, polpa suculenta e sementes brilhantes de cor amarronzada. A espécie está presente em grande parte da América Tropical, inclusive no Brasil.
A Venezuela se destaca como o maior produtor de graviolas da América do Sul. No Brasil, o Estado do Ceará recebe o título de maior produtor nacional, pois apresenta grandes áreas favoráveis para o cultivo da espécie, aliado à prática da irrigação.
Outros Estados, como Bahia, Paraíba e Pernambuco também se destacam na produção de graviola (Braga Sobrinho, 2010; Freitas 2012).
Nomes diversos
A gravioleira é conhecida por diversos nomes, a depender do seu local de origem no Brasil. Destaca-se como principais nomes vulgares: coração de rainha, condessa, graviola, jaca do Pará, entre outros.
No Haiti e Antilhas Francesas, a Annona muricata é conhecida popularmente como corossol, enquanto que no Panamá, El Salvador, Costa Rica, Colômbia, Venezuela e Guatemala ela recebe o nome de guanábana.
Agregado de valor
O fruto da gravioleira é comestível e bastante utilizado na produção de sorvetes, geleias, sucos e cremes. Atualmente, a fruta tem recebido um grande destaque, por apresentar alto valor comercial devido à sua industrialização em diversos países. Esse interesse socioeconômico está ligado basicamente ao estímulo do preço, existindo a possibilidade de expansão para o mercado europeu.
Embora seja observado o quanto a graviola é importante para a fruticultura do Nordeste, não há variedades de gravioleiras que carregam consigo descritores botânicos geneticamente estabelecidos. Em países como Venezuela, Costa Rica e Porto Rico, que se destacam como grandes produtores do fruto, os diversos tipos de gravioleira são distinguidos de acordo com a consistência, sabor e forma.
Variedades
São apontadas três variedades de graviola: Morada, Lisa e Blanca, as quais foram introduzidas pela Embrapa Cerrados em 1981 (Sacramentoe et al., 2003).
Dentre as três, a Morada é considerada a melhor, com rendimento de até 40 kg de polpa por planta/ano obtidos de frutos grandes (3 a 10 kg), de forma redonda a cordiforme, polpa firme e sabor sub-ácido a ácido.
Outra característica muito importante da Morada é sua menor suscetibilidade ao ataque das brocas do fruto e do tronco em relação aos outros tipos. A Morada é, assim, um dos tipos de gravioleira mais indicados para exploração comercial, não só por sua elevada produção, como pela sanidade e qualidade de seus frutos (Pinto; Silva, 1995).
A variedade Lisa, assim como a do tipo Morada, corresponde a uma variação colombiana. O fruto pode atingir tamanho médio de aproximadamente 20 cm, tornando-se menor que as variedades Crioula e Morada, entretanto, mais de 80% do fruto é constituído de polpa.
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Em geral, esta variedade costuma apresentar acúleos incipientes e coloração verde-clara brilhante, enquanto os frutos dos tipos ‘Morada’ e ‘Comum’ tende a apresentar acúleos proeminentes e coloração verde-clara brilhante. Tanto a variedade Morada quanto a Lisa manifestam diâmetro médio dos frutos maior que as do tipo Crioula, caracterizando o fruto das duas primeiras variedades como cordiforme.
Apesar disso, na região do nordeste brasileiro, a variedade predominante é a gravioleira Nordestina ou Crioula, de frutos cordiformes pesando entre 1,5 e 3,0 kg, com polpa mole, doce a sub-ácida. Tal denominação está relacionada ao fato de que as graviolas pertencentes a esta variedade não se enquadram nas variedades de origem colombiana.
Grande parte das gravioleiras presentes nas coleções de trabalho é considerada ecótipo, isto porque elas foram introduzidas de maneira que não passaram por um processo mais criterioso de avaliação, seleção e fixação de seus descritores. De forma geral, esses descritores distinguem-se pelo sabor ácido ou subácido e/ou pela forma.
Geralmente, observa-se para a gravioleira Nordestina ou Crioula menor valor para percentagem de sementes por frutos e maior para percentagem de casca, em relação aos demais. Apresenta menor fruto, em termos de tamanho, e por este motivo, proporciona menos polpa.