22.6 C
Uberlândia
sexta-feira, novembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioNotíciasDigitalização no campo

Digitalização no campo

Digital – Foto: Divulgação

Daniela Didone – Comunicadora e Co-Fundadora da Hub Inteligência em Marketing Digital – Agência com expertise no Agronegócio.

O perfil do produtor rural brasileiro está cada vez mais favorável à adoção de novas tecnologias e uso de ferramentas online.

É o que aponta a edição 2021 da pesquisa “A Mente do Agricultor na Era Digital”, realizada pela McKinsey & Company, que traz valiosos insights sobre a evolução do comportamento digital dos agricultores passado este um ano de pandemia.

Segundo o estudo realizado com mais de 500 produtores de diferentes culturas e regiões do pais, estes se mantém na vanguarda da digitalização, à frente dos americanos e europeus na preferência por canais digitais para compras agrícolas, por exemplo.

Em 12 meses, a adoção de plataformas e canais digitais cresceu de 36% para 46% dos agricultores, um aumento de 10 pontos percentuais, enquanto nos EUA e Europa, ao longo desse mesmo período, o número desse índice foi de 7 pontos percentuais.

O crescimento da preferência por canais digitais é observado, principalmente, na jornada de compra de insumos agrícolas, seguido pela compra de reposição de peças e maquinários. Esse crescimento se sustenta principalmente no uso intenso da ferramenta whatsApp, e no avanço acelerado de marketplaces agrícolas. O estudo mostra que o lançamento e desenvolvimento de marketplaces agrícolas no Brasil é uma realidade em expansão, apesar do mercado ser fragmentado, sem a presença de um competidor dominante. Já o WhatsApp continua sendo a principal ferramenta digital usada, ou seja, cerca de 55% dos produtores a utilizam para fazer transações, pagamentos, compras e videochamadas.

Outro insight trazido pela pesquisa é que dobrou o número de agricultores dispostos a vender a safra 100% online, ou seja, no levantamento anterior esse número chegava a 11%, e em 2021 a 23%. Cerca de 33% deles revelaram que estão dispostos a vender até 70% da produção online, e 66% a comercializar pelo menos 1% da produção online. Essa tendência foi observada entre todos os perfis de agricultores.

A principal razão apontada por escolher uma empresa específica para compras online é a boa experiência do usuário, que foi citada por 62% dos agricultores. Preço e condição de pagamento, relacionamento pessoal, marca e disponibilidade de produtos aparecem na sequência como outros atrativos.

Apesar de estarem dispostos a vender a safra online, a relação pessoal ainda continua forte e valorizada. O que é apontado como grande tendência de crescimento são os multicanais, ou seja, a existência da relação interpessoal e tecnologias digitais, ambas se complementando.

Além de acessar a tecnologia digital para cotar preços e realizar compras, o agricultor a utiliza para suporte técnico e fazer pesquisas, porém o estudo apontou que há uma grande demanda por tecnologias digitais que pensem no processo agrícola como um todo, ou seja, de ponta a ponta.

52% dos produtores rurais entrevistados indicaram os altos custos de tecnologias como o grande gargalo para a maior digitalização do agro. Na sequência aparece a falta de estrutura como os problemas de conectividade no campo com 26%, e a falta de entendimento no uso das ferramentas com 20%.

O uso de canais digitais ainda é muito heterogêneo entre as culturas e regiões do Brasil. Observou-se que o perfil do agricultor mais propenso à digitalização, tanto na compra quanto na venda, é menos de 45 anos, ou com propriedade superior a 500 ha. Ou seja, o agricultor jovem, ou com maior escala de produção, está puxando a revolução digital da agricultura brasileira.

Novos hábitos, novas formas de consumir, que provavelmente vieram para ficar, e as empresas que tiverem visão apurada do futuro se sairão ainda mais fortalecidas.

Usar a criatividade para reforçar a relação de confiança com os mercados, buscando não só formas de se conectar, mas a identificação das marcas através de conteúdos reais e que traduzam a realidade no campo, são estratégias inteligentes nesse momento de isolamento.

Alguns negócios aproveitam o momento e as ferramentas digitais para criar suas próprias oportunidades de crescimento, e melhorar suas gestões e comunicações com os seus clientes. Creio que esse seja o caminho.

ARTIGOS RELACIONADOS

ICL tem terceiro centro de inovação credenciado como instituição de pesquisa do MAPA

Empresa é a única que atua exclusivamente na área de Nutrição de Plantas a possuir três centros de pesquisa cadastrados pelo ministério para pesquisa com fertilizantes

Trigo no Cerrado é tema de live nesta segunda, na Agrobrasília Digital

No primeiro dia da Agrobrasília Digital, realizada de 6 a 10 de julho, a Embrapa promove um debate online sobre as oportunidades para o crescimento do trigo na região central do Brasil.

Cafés diferenciados: Cresce demanda por sabor

O movimento internacional conhecido como a “quarta onda do café”, ou seja, momento em que a forma de consumo da bebida se transforma em uma experiência sensorial e o produto passa a ser mais valorizado.

Planejamento é o segredo para uma sucessão bem realizada

No Brasil em média 75% dos negócios familiares fecham as portas após o processo sucessório, para fugir dessa realidade, empresa de tecnologia do agro há mais de 3 anos prepara sua transição no comando

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!