Pequena, vermelha e rica em vitamina C, a acerola também ganhou espaço no Brasil. O País é, atualmente, o maior produtor, exportador e consumidor. A maior produção está no Nordeste, com liderança de Pernambuco.
Parte da produção brasileira é exportada para Europa, Estados Unidos e Japão, na forma de frutos ou polpa congelada e suco integral. Entretanto, o consumo nacional é crescente, trazendo boas expectativas ao mercado interno dessa fruta.
A safra da acerola ocorre de outubro a abril e durante esse período é possível colher frutos por até 30 vezes na mesma planta. Isso porque a colheita ocorre de forma seletiva, já que nem todas as pequenas esferas alaranjadas amadurecem de uma vez.
Pesquisas
Em São Paulo, estudos buscam melhorar a fertilidade do solo e reduzir a temperatura dos pomares, junto com a redução de pragas e doenças, como os nematoides. O trabalho ocorre na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), unidade de Adamantina.
Experimentos utilizam Braquiária ruziziensis nas entrelinhas dos pés da fruta. A palhada melhorou as condições de cultivo, sem impactar de forma negativa a qualidade dos frutos.
“Em médio e longo prazos, esse capim inserido no sistema de produção de acerola pode aprofundar o enraizamento das plantas frutíferas, favorecer o uso racional da água, melhorar a eficiência de fertilizantes, bem como diminuir a incidência de plantas invasoras, como capim-amargoso, além de pragas e doenças do solo. De acordo com observações a campo e a literatura, é possível, com o uso da braquiária, reduzir em até 30% os custos de produção”, afirma o pesquisador da unidade, Maurício Dominguez Nasser.
Esse tipo de manejo incentiva também o uso de novas tecnologias, como a roçadeira tipo ecológica. “A roçadeira ecológica é interessante porque realiza a roçada ou corte da forrageira instalada na entrelinha do pomar e distribui de maneira uniforme o material roçado para a linha de plantio, posicionando a palhada praticamente embaixo da planta de acerola”, explica Nasser.
Vantagens da prática
A região da Alta Paulista é considerada bastante quente, com temperatura ambiente média de 24ºC, podendo chegar a até 41ºC. As altas temperaturas do ar influenciam diretamente na temperatura do solo, e acima de 32ºC no sol – por exemplo, pode impedir as plantas de absorverem água e nutrientes do solo. “Por isso, o uso da palhada é bastante interessante, pois reduz a temperatura do solo em média 3ºC a 3,0 cm de profundidade, um local com muitas raízes ativas”, afirma.
O produtor rural Fernando Mauro Montagnoli cultiva dois mil pés de acerola no município de Irapuru (SP). Antes do uso da braquiária, Montagnoli utilizava herbicidas para acabar com o mato na plantação. O problema é que ele utilizava os produtos em época inadequada, como na florada, o que impactava na sua produção. “Não sabia que o herbicida poderia prejudicar a florada e, consequentemente, a produção. Desde que comecei a usar a técnica propagada pela APTA Regional, aumentei em 30%, em média, a produtividade do meu pomar”, conta.
Além do aumento da produção, reduziu em cerca de R$ 500,0 os custos na aplicação de defensivos por florada por hectare. “Como tenho cerca de seis floradas por safra, a redução chega a R$ 3 mil por hectare”, comenta Montagnoli.