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Embalagens especiais possibilitam exportação de figo

A exportação de figo para o mercado europeu foi crescente nos últimos anos e essa fruta precisa ter um grande shelf-life, ou seja, chegar com frescor, aspecto visual e qualidade nutricional

Raíra Andrade PelvineEngenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia/Horticultura – FCA/Unesp-Botucaturaira_andpelvine@hotmail.com

Embalagem – Foto: Termotécnica

O figo é uma fruta especialmente sensível e que requer um cuidado extra no seu embalamento e transporte. Atualmente, as embalagens especiais que possibilitam exportação de figo são à base de poliestireno expandido (EPS), conhecido por isopor.

Essas embalagens ajudam a manter a qualidade dos produtos, evitando a ocorrência de danos por vibração, impacto e variações bruscas de temperaturas, por exemplo. Entre suas vantagens, possuem um custo mais baixo e maior eficácia, pois são eficientes em relação à variação térmica, transporte, armazenagem e possuem uma boa proteção a impactos, muito importante na exportação de figo, produto considerado muito sensível.

O poliestireno expandido é um material leve, com boa relação custo/volume útil, boa resistência mecânica e estabilidade dimensional. O material não induz fissuras, tricas e é de fácil uso.

Manejo

Normalmente se encontram embalagens prontas para o uso em figo, de forma que é fácil adquirir e implantar na propriedade. Mas, o produtor deve levar sempre em consideração a questão da qualidade da embalagem, verificando o benefício que pode trazer para seu produto.

Relatos de produtores mostram que, entre os benefícios da embalagem de poliestireno expandido está a aparência das frutas, mostrando serem mais limpas e bem mais higiênicas, seguido de melhor distribuição de temperatura na câmara fria, ou seja, melhor resfriamento do figo em relação às embalagens antes utilizadas, como o papelão. Outra questão é que as embalagens são mais leves.

Mito

Não confunda Poliestireno Extrudido com Poliestireno Expandido. O extrudido tem uma forma de produção diferente, sendo um material mais fino e mole, possuindo menor resistência mecânica, durabilidade e compatibilidade, comum em mamitex, por exemplo.

Já o Expandido possui uma boa resistência mecânica e durabilidade, por exemplo, e ainda é totalmente reciclável.

Investimento x retorno

Há um custo mais alto para essa adaptação de embalagens, já que elas deverão ter uma maior durabilidade, proteção da fruta, aumento no período pós-colheita e, principalmente, manter a qualidade do produto, já que são selecionados para o mercado exterior.

Essas embalagens são mais baratas e totalmente recicláveis, sendo muito importante para quando se decide exportar. Não podemos deixar de lembrar que os produtos devem ter qualidade e não quantidade, pois esses países vêm exigindo isso há vários anos.

Com o uso de embalagens EPS há um aumento no shelf-life do produto, podendo chegar a 60% .Assim ocorre a diminuição no desperdício de alimentos.

Exportação exige qualidade

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, conforme a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados). O País possui um grande espectro de frutas sendo exportadas, como figo, abacate, banana, citrus, melão, melancia, manga, entre outras, muitas dessas de clima tropical, sendo promissor para o Brasil.

Vale lembrar que a exportação de figo para o mercado europeu foi crescente nos últimos anos, mas nesse ano de pandemia o setor teve dificuldades para levar esses produtos para a Europa.

Houve uma redução na exportação devido à diminuição dos voos comerciais que levavam essas frutas (chegava de 15-20 toneladas de produtos por dia). Assim, foi preciso adaptar o meio de envio, passando a aviões cargueiros, e desta forma o frete continua sendo viável.

Esse mercado, mesmo sofrendo com esse grande desafio, obteve êxito, pois cresceu 6% em relação ao ano anterior. Uma das grandes dificuldades de se exportar é a questão das leis, que muitas vezes são bem específicas para cada país exporta, necessitando de adaptações para atender essas exigências. Muitos países exigem que os produtos cheguem em embalagens recicláveis.

Esses são produtos, que já têm um alto padrão desde de sua produção, devem manter a qualidade até a chegada ao consumidor final, ou seja, shelf-life (frescor, aspecto visual e qualidade nutricional), o que quer dizer que as frutas desidratam menos, chegam à temperatura desejada mais rápido e mantêm o frio por mais tempo.

Muitos acreditam que o isopor expandido não é reciclável, sendo que assim contribuem para a não reciclagem desse material. Não se esqueça de descartar em uma lixeira de plástico comum, para posterior reciclagem.

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