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Irrigação é fundamental para a produção de mangas

Givago Coutinho Doutor em Fruticultura e professor efetivo – Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado)givago_agro@hotmail.com

Manga – Foto: Shutterstock

Anteriormente à implantação de uma cultura, o perfil climatológico do local deve ser considerado em relação às exigências peculiares de cada espécie vegetal. A influência do clima tem ação direta sobre o crescimento e a produção, além de exercer efeitos indiretos sobre a nutrição e a fitossanidade da cultura. Assim, é essencial o conhecimento das exigências da cultura a ser implantada.

Neste sentido, a irrigação é um fator preponderante para produção e qualidade de mangas. A irrigação é uma técnica que consiste na utilização de diversos métodos de fornecimento de água para as plantas, sendo que a escolha do método mais adequado depende de uma série de fatores, tais como: cultura e variedade, tipo de solo, topografia predominante, volume e qualidade da água disponível, nível técnico e poder aquisitivo do irrigante e tipo de energia existente na propriedade.

Assim, os mangicultores têm investido na irrigação como forma de melhorar e aumentar a produção.

Como funciona

A falta de água disponível ou estresse hídrico, ocasionado de forma mais severa, constitui um dos fatores que podem promover a queda excessiva dos frutos das mangueiras de um pomar. Assim, é importante evitar períodos longos sem fornecimento de água para as plantas, principalmente nas épocas mais secas do ano.

Porém, em determinados momentos, como no florescimento, a utilização do estresse hídrico com a suspensão gradativa da irrigação auxilia na prevenção do lançamento de gemas vegetativas repletas de substâncias que podem inibir o florescimento.

Quando utilizado corretamente, o estresse hídrico promove a paralisação do crescimento das plantas, o que acelera o amadurecimento dos ramos, podendo ainda estimular a produção de gemas florais, caso a temperatura ambiente também seja favorável.

Irrigação adequada

Para a escolha do método de irrigação ideal, o produtor deve observar e estudar fatores como o suprimento de água (quantidade, qualidade e localização), as características do solo (textura, estrutura, profundidade, salinidade, drenagem, topografia, suscetibilidade do solo à erosão), além da viabilidade econômica e da mão de obra disponível para a irrigação.

Com base nestes fatores, a tomada de decisão pode ser mais simplificada e segura ao produtor. Em geral, o sistema de irrigação mais adequado para a mangueira é aquele que atende melhor e que seja mais eficiente às necessidades hídricas da cultura.

No caso da mangueira, os sistemas de irrigação localizada, como a microaspersão e o gotejamento, são os mais utilizados e também considerados mais adequados. Destes, a microaspersão tem sido mais utilizada, devido principalmente à maior área molhada, quando comparada ao gotejamento, sobretudo em solos de textura média a arenosa, apresentando também alta eficiência.

Além destes, outra técnica conciliada à irrigação que tem sido muito utilizada é a fertirrigação, que consiste na aplicação de fertilizantes de maneira simultânea e em conjunto com a água via irrigação. A fertirrigação constitui a técnica mais prática e econômica de fornecimento dos vários nutrientes às plantas.

Sistemas disponíveis

Para a fertirrigação, pode-se utilizar diversos tipos de sistemas de irrigação devido a sua adaptabilidade. Entretanto, tem sido mais utilizado o sistema de irrigação localizada, como gotejamento e a microaspersão, por serem mais flexíveis para este fim.

Deve-se ressaltar que os adubos a serem utilizados na fertirrigação devem apresentar solubilidade, bem como compatibilidade, quando combinados mais de um tipo de adubo.

Demanda

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Em geral, o consumo hídrico diário da mangueira varia entre 3,0 mm/dia (início da floração) e 5,5 mm/dia (durante a formação de frutos). A fase de maior necessidade hídrica da mangueira ocorre a partir do período de floração, findando-se na fase de colheita.

Por sua vez, a fase de crescimento de frutos corresponde à de maior demanda hídrica do ciclo produtivo, sobretudo entre a quarta e a sexta semanas após o pegamento dos frutos.

Já na fase que corresponde ao período de indução floral, deve-se evitar a irrigação, principalmente na fase de diferenciação do broto floral. Assim que ocorrerem as emissões das primeiras panículas, as irrigações podem ser retomadas.

Manejo

A irrigação deve ser feita com base em critérios estabelecidos e confiáveis, não sendo recomendada sua utilização de forma empírica. Alguns fatores são considerados na definição da quantidade de água a ser aplicada, que deve ser calculada em função dos dados de evaporação do tanque classe A e no conhecimento sobre sua real disponibilidade no solo.

Quanto ao horário mais adequado para irrigação, em geral não há um horário que seja mais adequado para se proceder a uma irrigação. Exceção ocorre no caso da água ser salina e a irrigação ocorrer por aspersão. Neste caso, deve ser feita apenas no período noturno visando-se evitar queimaduras nas folhas das plantas.

Além disso, esse período também pode ser mais adequado para o emprego dos sistemas de irrigação, como aspersão ou microaspersão, devido à menor perda de água pela menor demanda evaporativa do ar e da menor velocidade do vento. Neste caso, recomenda-se que a irrigação ocorra nas horas mais frescas do dia, como início da manhã ou no final da tarde.

A irrigação realizada no período noturno pode apresentar alguns problemas, como emissores obstruídos que podem não ser observados, rompimento de tubulações e o uso de sistemas de irrigação com operação manual que passam a ser mais limitados. Neste sentido, estes problemas podem afetar a eficiência de aplicação.

Erros e acertos

O momento correto para realização da irrigação deve ser determinado com base na deficiência de água no solo, antes que esta atinja um teor capaz de causar redução significativa nas atividades fisiológicas da planta. Esta redução, por sua vez, acaba prejudicando o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade do fruto.

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