22.6 C
Uberlândia
sábado, novembro 23, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiManejo da podridão no jiló

Manejo da podridão no jiló

Crédito Luize Hess

Daniele Maria do Nascimento
Engenheira agrônoma, doutora em Proteção de Plantas e professora – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
danielenascimento@ufla.br
Marcos Roberto Ribeiro Junior
Engenheiro agrônomo e doutorando em Proteção de Plantas – UNESP
marcos.ribeiro@unesp.br
Adriana Zanin Kronka
Engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia e professora – UNESP
adriana.kronka@unesp.br

O jiló, pertencente à família das solanáceas, a mesma do tomate e da berinjela, vem aumentando sua produção no cenário agrícola brasileiro. Com isso, alguns cuidados a serem tomados com essa cultura, principalmente em relação ao controle de patógenos, devem ser ressaltados.
Geralmente, essa solanácea é cultivada na primavera-verão, uma época que favorece a ocorrência de doenças e também de insetos que podem vir a comprometer sua produtividade. Alguns patógenos têm ainda a capacidade de atacar diferentes hospedeiros, o que contribui para sua permanência na área, mesmo que outras culturas venham a ser instaladas posteriormente.

Doenças que causam podridão de colo e raízes

Patógenos pertencentes aos gêneros Fusarium, Pythium, Phytophthora e Rhizoctonia são os responsáveis por uma das doenças mais temidas pelos produtores: a podridão de colo e raízes, que ocorre na fase inicial da cultura, ainda na sementeira ou já no viveiro. Todos esses gêneros citados são adaptados ao solo, atacando o sistema radicular da planta e, para alguns, isso ocorre principalmente, em condições de alta umidade.
A região do coleto (onde ocorre a transição da raiz para o caule) da planta atacada apresenta-se inicialmente encharcada e, posteriormente, a planta murcha e necrosa essa região, o que a leva à morte. Também é comum observar um afinamento nessa região, que causa o tombamento (damping-off) da planta. Se a planta sobreviver, o seu crescimento será reduzido de forma significativa.

Condições que favorecem os patógenos

Todos esses patógenos sobrevivem em restos culturais que ficam presentes na área de cultivo. A disseminação, dentro da área e para outras áreas adjacentes, ocorre principalmente através da água de enxurradas e irrigações no sulco.
Implementos agrícolas que transitam entre áreas infestadas e áreas ainda livre da ocorrência dessa doença, podem estar introduzindo esses patógenos em novas áreas.
A umidade do solo também é fator determinante. Solos encharcados favorecem as espécies do gênero Pythium e Phytophthora, ao passo que desfavorecem R. solani. Esse último, apesar de não tolerar solos com alta umidade, também não se desenvolve em solos muito secos.

Manejo

O manejo preventivo, ou seja, realizado de modo que as doenças não sejam introduzidas na área, é fundamental, e essas medidas tem início ainda na sementeira. Deve-se usar bandejas novas e desinfestadas, substratos estéreis e que permitam uma drenagem adequada da água.
Se possível, ao escolher a área a onde a cultura será instalada, evitar a semeadura em solos mal drenados e contaminados, com histórico de ocorrência desses patógenos. Pode-se, ainda, realizar a solarização antes da instalação da cultura, sendo essa prática também recomendada caso seja utilizado solo, no lugar de substrato, para a sementeira.
Baixas densidades de plantio irão favorecer o arejamento da lavoura. Irrigação em excesso deve ser evitada.

Controle químico

Para patógenos do gênero Phytophthora, o mercado conta com seis fungicidas registrados para a cultura do jiló, com os seguintes ingredientes ativos: cloridrato de propamocarbe, cimoxanil, dimetomorfe, famoxadona, fenamidona, fluopicolide, hidróxido de cobre, oxatiapiprolim e zoxamida.
Os fungicidas podem ser aplicados preventivamente, principalmente se houver condições favoráveis (temperatura amena e umidade elevada) para a ocorrência da doença. Se necessário, reaplicar em intervalos de sete ou dez dias (a depender do fungicida), realizando-se no máximo três a quatro aplicações durante o ciclo do jiló.
Ao se optar pelo controle químico, é sempre importante realizar a alternância com fungicidas de diferentes mecanismos de ação.
Para os demais patógenos, não existem produtos registrados para o controle, ressaltando-se a importância do manejo preventivo e de práticas culturais que desfavoreçam a sua disseminação, como por exemplo, a limpeza e desinfestação de implementos agrícolas.

ARTIGOS RELACIONADOS

Efeito da temperatura e do fotoperíodo no desenvolvimento do mofo preto da cebola

Leandro Luiz Marcuzzo leandro.marcuzzo@ifc.edu.br Jaqueline Cargnin Marques Fitopatologista - Instituto Federal Catarinense - IFC/Campus Rio do Sul Diversas doenças incidem sobre a cultura da cebola, entre elas o...

Cuidados essenciais no cultivo do brócolis

Felipe Oliveira Magro Engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo/ Prefeitura de Jundiaí felipe_magro@yahoo.com.br Antonio Ismael Inácio Cardoso Engenheiro agrônomo e professor adjunto da FCA/UNESP O mercado...

Silício beneficia cultivo de tomateiro

Sueellen Pereira da Silva sueelle_su@hotmail.com Vander Rocha Lacerda Engenheiros agrônomos e mestrandos - UNESP FCA/ Botucatu O silício pode estimular o crescimento e a produção vegetal...

Doenças – Manejo pode evitar perdas de até 100% no feijão safrinha

Com o término das últimas colheitas de soja no Brasil, o plantio do feijão de 3ª safra ganha espaço neste período do ano. Também conhecido como...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!