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Liberação lenta de nutrientes reduz perdas no eucalipto

Adriane Roglin

Engenheira florestal, mestre em Silvicultura e consultora da CONSUFOR

Marcio Funchal

Administrador de Empresas, Mestre em Administração Estratégica, diretor da CONSUFOR

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

O mercado para os fertilizantes de liberação lenta está muito aquecido. Apesar das grandes diferenças de culturas agrícolas e silviculturais presentes no país, e por consequência com diferentes demandas de nutrição, temos hoje à disposição do produtor uma cadeia produtiva muito forte e estruturada.

Veja que estamos falando, nesse sentido, de uma complexa rede de atendimento de suporte e assistência no campo, uma rede varejista de distribuição e revenda, mas também um conjunto de produtores de fertilizantes de porte mundial, cada qual com um forte histórico em pesquisa e desenvolvimento.

E o interessante é que essa cadeia produtiva consegue atender, pela sua cobertura e capilaridade, tanto o grande produtor rural quanto o pequeno sitiante, que por vezes possui uma pequena horta apenas como “hobby“.

Para o grande produtor rural, canais diretos de assistência técnica, logística direta com armazém alfandegado e etc. Para o pequeno produtor, é possível encontrar fertilizantes com tecnologia de ponta, mesmo em lojas de aviários de cidades de grande porte, onde predomina o uso urbano do solo.

FIGURA 1 ” EVOLUÇÃO RECENTE DO MERCADO NACIONAL DE FERTILIZANTES BÁSICOS[1]

Consumo Nacional Aparente

Produção Nacional

Importações

[1] Fertilizantes de origem animal, vegetal e formulações químicas (NPK).
gráficos Miriam

Fonte: ANDA, SECEX, adaptado pela CONSUFOR

Planejamento

Na agricultura, o padrão é trabalhar com planejamento de curto prazo apenas para uma safra. Nós entendemos que seja importante estender o horizonte de curto prazo para pelo menos duas safras (com suas respectivas entressafras, sejam elas produtivas ou não), tornando assim o ciclo de planejamento operacional para quase um ano.

Na silvicultura, o padrão é trabalhar com horizonte de curto prazo anual, embora em várias regiões do país também ocorra a periodização de “safras“ de plantio, em razão do cronograma de chuvas. Então, em termos de planejamento de curto prazo, o horizonte já está adequado.

Na silvicultura, o mais comum é que as compras de fertilizantes ocorram individualmente, embora a CONSUFOR conheça alguns raros exemplos de compra associada de insumos, entre empresas do setor.

Contudo, de nada adianta um excelente planejamento se o resultado do trabalho feito em campo não for mensurado. Essa medição pode apontar necessidades de mudanças nos próximos planejamentos, já que a agricultura e a silvicultura são muito dinâmicas e o controle das variáveis técnicas do negócio é limitado (regime de chuvas, composição dos solos, produtividade, controle de insetos e doenças e etc.).

A adubação vem ganhando espaço no setor florestal - Crédito Luize Hess
A adubação vem ganhando espaço no setor florestal – Crédito Luize Hess

Nesse sentido, em termos estratégicos o monitoramento dos resultados é muito mais importante para a silvicultura do que para a agricultura. Uma falha de planejamento e monitoramento na agricultura resulta na perda de uma ou duas safras, ou seja, tudo se resolve no curto prazo. Na silvicultura, uma falha grave pode demandar em perda de um horizonte de operação superior a uma década. Nenhum empreendimento sobrevive a um cenário assim.

Por isso a Consufor afirma que não há mais espaço para “achismos“ na produção agrícola ou silvicultural. O produtor não conta mais com a possibilidade de “corrigir erros passados“. A correção técnica é até muitas vezes possível, porém, na prática, torna-se economicamente inviável.

E o maior responsável pelo resultado econômico positivo para a atividade rural é a produtividade no campo, já que os preços não são controlados pelo produtor. Dessa forma, a nutrição baseada numa fertilização tecnicamente adequada e economicamente equilibrada é primordial para o crescimento dos negócios no Brasil, envolvendo agricultura e silvicultura.

A fertilização

Em se tratando de silvicultura, a adubação vem gradativamente recebendo o devido destaque dentro do processo produtivo da cadeia florestal. Em geral, a implantação de reflorestamentos tem sido realizada no Brasil em solos de baixa fertilidade (o foco é utilizar propriedades com preço de compra mais baixo do que as propriedades com aptidão agrícola).

Em sua maioria, os solos não possuem a estrutura adequada e não dispõem da quantidade ideal de nutrientes que as mudas irão precisar para um desenvolvimento satisfatório do ponto de vista de uso comercial dos recursos florestais.

Deste modo, é importante destacar que antes de se fazer qualquer aplicação de fertilizantes se faz necessário uma análise físico-química de solo, cujo resultado demonstrará parâmetros importantes, tais como a textura do solo, o nível de acidez e a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Se for economicamente inviável realizar a análise físico-química, a Consufor recomenda que se faça pelo menos um conjunto de análises químicas, pois o custo é bem inferior. No mercado, há vários bons profissionais e empresas em praticamente todas as regiões do país, altamente qualificadas para realizar tal tipo de serviço, com apoio dos laboratórios credenciados.

A partir de então, o técnico poderá realizar a recomendação da natureza dos fertilizantes que deverão ser utilizados e sua dosagem correta, prevenindo o surgimento de problemas nutricionais na planta pelo excesso ou pela escassez de nutrientes.

Empregando o fertilizante ideal para a cultura florestal, na dosagem recomendada, associada a outros fatores, como: escolha do material genético mais adaptado à condição edafoclimática, controle da matocompetição, adoção de práticas silviculturais apropriadas à condição de solo e manejo florestal adequado, se potencializará a obtenção de bons resultados ao final do ciclo.

Opções

Atualmente, há dois conceitos básicos de fertilização disponíveis no mercado, voltados especificamente para a silvicultura: adubação convencional e adubação de liberação controlada.

O primeiro conceito é o mais usual no mercado, até mesmo porque os padrões de silvicultura no Brasil têm forte influência do conservadorismo. Ela é composta por duas fases principais: adubação de base e adubação de cobertura. Este conceito é amplamente utilizado por empresas do setor florestal, destacadamente na cultura do eucalipto, e tem como principal objetivo fornecer, nas formulações disponíveis, macronutrientes (NPK – nitrogênio, fósforo e potássio) associados a um ou mais micronutrientes (cobre, zinco, boro, enxofre, cálcio, magnésio, outros). As especificidades da aplicação atendem as variações de cada região produtora e o tipo/condição/análise de solo.

Na primeira fase da adubação convencional, geralmente as empresas utilizam uma formulação de NPK com predomínio de fósforo na formulação, aplicada somente na subsolagem ou na subsolagem e pós-plantio (preferência em coveta lateral).

Na segunda fase de adubação, entre o 2° e 24° mês, eventualmente são realizadas uma ou mais adubações de cobertura, que variam de acordo com a condição de solo e necessidade nutricional do gênero florestal, compostas por nitrogênio e/ou potássio, associado a um ou mais micronutrientes.

Outras necessidades nutricionais complementares são verificadas com monitoramento frequente dos plantios.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril/maio da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura integral. 

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Os solos mais adequados para o desenvolvimento do mamoeiro são os de textura areno-argilosa, com pH variando de 5,5 a 6,7. Deve-se evitar os solos muito argilosos e os pouco profundos, assim como os localizados em baixadas, pelo fato de encharcarem com facilidade na época de chuvas intensas, sendo desfavoráveis ao desenvolvimento do sistema radicular do mamoeiro.

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