19.6 C
Uberlândia
domingo, maio 5, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosCalagem e sua importância na agricultura de alto rendimento

Calagem e sua importância na agricultura de alto rendimento

 

Gabriel Anastácio

Graduando em Engenharia Agronômica ” ESALQ/USP

Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão – GAPE

gab.eq.ras@gmail.com

Calagem estimula enraizamento do milho - Crédito Nutrion
Calagem estimula enraizamento do milho – Crédito Nutrion

A crescente demanda por altas produtividades no campo, seja por motivações rentáveis, seja pela preocupação em se desenvolver sistemas de produção cada vez mais eficazes, moldados de forma a maximizar o potencial produtivo da terra, minimizando, contudo, a demanda pela utilização de recursos não renováveis, apresenta inúmeros desafios a técnicos e pesquisadores do setor agrícola brasileiro e mundial.

A prática da agricultura de “alta performance” torna-se possível mediante a união de avanços tecnológicos vindos de diversas áreas, desde a seleção de variedades e cultivares mais resistentes e produtivos, até o aprimoramento de tratos culturais e manejo da fertilidade no campo.

Neste contexto, a correção do solo apresenta-se como ponto chave na obtenção de sistemas altamente produtivos, uma vez que o elevado intemperismo decorrido ao longo dos processos de formação dos solos das principais regiões agrícolas brasileiras gera condições desfavoráveis à agricultura, como baixos teores de nutrientes, alta capacidade de fixação de fosfatos e, principalmente, altos índices de acidez.

Limitação à produtividade

A acidez do solo limita a produção agrícola, especialmente em decorrência da toxidez causada pelos íons Al+3 e Mn+2, assim como pela baixa saturação por bases. Malavolta (1980) demonstrou que, em solos com baixo pH, depara-se com considerável indisponibilidade dos elementos essenciais às plantas, além da indesejável solubilização do alumínio que, como já citado, possui efeito tóxico.

No solo, o alumínio na forma solúvel causa, dentre outros malefícios, lentidão no crescimento radicular, assim como engrossamento e ramificações anormais das raízes, gerando, portanto, uma redução na capacidade das plantas em explorar água e nutrientes.

Destaca-se, ainda, que o crescimento radicular sofre fortes limitações ocasionadas por baixos teores disponíveis de cálcio. A deficiência deste nutriente gera notórios prejuízos ao desenvolvimento das plantas, em especial das raízes, causando, por exemplo, inibição do crescimento radicular, má formação dos pelos absorventes, restrição à nodulação, deformação de bulbos e tubérculos e morte do ápice.

Neste contexto, a calagem apresenta-se como prática indispensável à agricultura de alto rendimento, uma vez que proporciona correção da acidez do solo, fornecimento de cálcio e magnésio e inúmeros outros benefícios, como aumento da disponibilidade de nutrientes, redução da absorção de alumínio, ferro e manganês e aumento da atividade de microrganismos.

A correção do solo é o ponto chave na obtenção de alta produtividade - Crédito Ademir Torchetti
A correção do solo é o ponto chave na obtenção de alta produtividade – Crédito Ademir Torchetti

O calcário

O insumo empregado na prática da calagem é o calcário agrícola, composto essencialmente por carbonatos de cálcio e magnésio, aplicado tipicamente a lanço em área total, variando de acordo com o manejo.

De forma geral, recomenda-se a aplicação do insumo em pré-plantio, com antecedência de dois a três meses, de modo que o mesmo possa reagir de maneira adequada. A reação do produto se dá de forma lenta, e depende da capacidade de retenção de água e aeração do solo, além da reatividade do produto, marcada especialmente por área superficial específica das partículas.

A reação química entre carbonato de cálcio e água ocasiona a liberação de hidroxilas no meio, neutralizando a acidez do solo.

Quanto aplicar?

A determinação da dose de calcário a ser aplicada em uma área de cultivo pode ser obtida por inúmeros critérios, mas define-se basicamente pelas exigências nutritivas da cultura implantada e análise química do solo.

Exemplos de metodologias destinadas à determinação da demanda de calagem são: correlação positiva existente entre pH e a porcentagem de saturação por bases do solo (V%) e fornecimento adequado de cálcio e magnésio, de acordo com as demandas nutricionais da cultura.

Tomando como referência a lavoura de milho, pode-se definir a quantidade de calcário a ser aplicada por meio de ambas metodologias citadas, seja baseado no cálculo da elevação da saturação por bases a 70%, ou nas quantidades de cálcio e magnésio que devem ser aplicadas para que os teores no solo atinjam os níveis recomendados por alguma literatura específica, a exemplo do Boletim 100 – IAC.

Essa matéria você encontra na edição de Abril da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua.

ARTIGOS RELACIONADOS

A importância das plantas de cobertura

Fernando Mendes Lamas Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste fernando.lamas@embrapa.br   Como o nome já diz, as plantas de cobertura têm a finalidade de cobrir o solo, protegendo-o contra...

Logística reversa das embalagens de produto sustentável

Apesar da mudança na legislação de classificação de adjuvantes, empresa continua associada ao inpEV para o descarte correto de embalagens Como parte de suas ações de sustentabilidade,...

Produtos Florestais Não Madeireiros ” PFNMs

Arthur Netto Consultor florestal InvestAgro arthur@investagro.com.br Atualmente, a produção florestal limita-se a um único produto: a madeira. Mas não podemos desconsiderar o restante do ecossistema florestal, que...

Rigrantec na Expodireto 2018

A Rigrantec participa desde as primeiras edições da Expodireto, que neste ano aconteceu entre os dias 05 e 09 de março, em Não-Me-Toque (RS)....

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!