A organização sem fins lucrativos formigas-de-embaúba está criando este ano sete novas miniflorestas de Mata Atlântica em escolas públicas da cidade de São Paulo, que serão cultivadas ao longo deste mês em Centros Educacionais Unificados (CEUs) e se somam a outras quatro miniflorestas plantadas no ano passado. Nessas escolas, a formigas-de-embaúba atendeu mais de 4,3 mil estudantes e mais de mil educadores e educadoras, com o plantio de cerca de 10 mil árvores de 125 espécies nativas da Mata Atlântica, grande parte delas árvores frutíferas.
Os plantios são realizados pelo Método Miyawaki, com preparo cuidadoso do solo, seleção de variedade alta de espécies nativas e plantio adensado das árvores e espécies companheiras. As novas miniflorestas estão sendo plantadas nos CEUS Capão Redondo, Paraisópolis, Vila do Sol, Feitiço da Vila, Tiquatira, Alto Alegre e Três Pontes. O plantio no CEU Paraisópolis, em 16 de outubro, das 13h às 17h, será aberto à comunidade e interessados.
Os programas da formiga-de-embaúbas promovem educação ambiental e reflorestamento, não têm custo para as prefeituras atendidas e têm sido financiados através de doações de empresas, institutos e pessoas físicas. Em 2021, a organização iniciou seu projeto de reflorestar a capital mais industrial do Brasil e assinou um acordo de cooperação não financeiro com a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo para levar o programa de plantio de miniflorestas a quatro CEUs, Cidade Dutra, Alvarenga, Campo Limpo e Guarapiranga, na zona sul da cidade de São Paulo.
O trabalho nas escolas envolve um longo processo pedagógico, de plantio e depois de manutenção das miniflorestas junto aos estudantes, educadores e educadoras, pais e mães e comunidade. “A gente passa um ano dentro de cada CEU trabalhando o pedagógico. Tem toda uma criação do imaginário da floresta até o plantio com os alunos e alunas”, afirma a educadora ambiental e cofundadora da formigas-de-embaúba Gabriela Arakaki.
Os benefícios do projeto são locais e globais. O programa sensibiliza crianças e jovens para a urgência de regenerar ecossistemas e mitigar as mudanças climáticas. As miniflorestas crescem para se tornar salas de aula ao ar livre, espaços de aprendizagem e conexão com a natureza, alinhadas com novos conceitos educacionais de vivências práticas.
As áreas verdes contribuem para melhorar a saúde das pessoas, criam corredores de biodiversidade na cidade, combatem as ilhas de calor, aumentam a infiltração de água no solo, melhoram a qualidade do ar, produzem alimentos, absorvem carbono e atraem polinizadores e avifauna.
“A formigas-de-embaúba leva a restauração ecológica para dentro das escolas públicas e contribuindo com a formação das gerações que poderão fazer parte da regeneração do planeta”, afirma o cofundador da formigas-de-embaúba Rafael Ribeiro, mestrando em Antropologia da Natureza pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, a organização quer ampliar as miniflorestas para muito mais escolas nos próximos anos, através de parcerias.
O sucesso do programa rendeu à formigas-do-embaúba reconhecimento internacional. Desde o início de 2022 a organização é parceira oficial da Década para Restauração de Ecossistemas da ONU (2021-2030), passou a integrar o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e a rede global de miniflorestas Miyawaki, da SUGi.
Mapeamento
Ribeiro explica que outra novidade de 2022 é que a organização, em colaboração com o MapBiomas, está utilizando tecnologia de leitura automatizada de imagens de satélite para realizar um levantamento em todas as quase 3 mil escolas públicas da cidade de São Paulo, em busca de áreas para miniflorestas. Levantamento preliminar do MapBiomas e do Laboratório Quapá da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP aponta que 650 escolas das redes públicas da cidade de São Paulo têm disponíveis áreas livres onde seria possível plantar miniflorestas com até 500 mil árvores.
Agenda de plantios nos CEUs em outubro
Dia 16 – das 13h às 17h – Plantio com a comunidade no CEU Paraisópolis
Sobre formigas-de-embaúba
Organização sem fins lucrativos que promove educação ambiental através da formação de professores/as e do plantio de miniflorestas de mata atlântica pelos/as alunos/as nas escolas públicas, sensibilizando as novas gerações para a urgência da regeneração de ecossistemas e mitigação das mudanças climáticas.
Foi criada em 2019, quando o mestrando em Antropologia da Natureza pela Universidade de São Paulo (USP) Rafael Ribeiro uniu-se à educadora ambiental Gabriela Arakaki para criar a organização. Junto com a educadora ambiental Sheila Ceccon, os três coordenam o projeto, que atua na Grande São Paulo e está se expandindo para outras regiões.
Desde o início de 2022, é parceira oficial da Década para Restauração de Ecossistemas da ONU (2021-2030), integra o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e a rede global de miniflorestas Miyawaki da SUGi.