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Dia de Campo reúne especialistas e produtores

Mais de 200 pessoas participaram do Dia de Campo sobre cafeicultura promovido pela Satis

Mais de 200 pessoas participaram do Dia de Campo sobre cafeicultura promovido pela Satis no dia 06 de maio. A ação ocorreu no Campo Experimental da empresa em Araxá (MG), reunindo três dos principais pesquisadores em café no Brasil: Roberto Santinato, Felipe Santinato e José Braz Matiello.

Produtores, técnicos e consultores de diferentes regiões de MG puderam conferir a apresentação de ensaios técnicos visando o aperfeiçoamento da cultura.

Fotos: Ana Maria Diniz

Temas

Entre os pontos de destaque na programação, foi abordada a competição de cultivares de café que melhor se adaptam à região de Araxá, tanto em sequeiro quanto irrigado. “Realizamos este estudo em nosso próprio Campo Experimental, onde avaliamos se a variedade se adequa a condições locais de clima e doenças, por exemplo. É um trabalho que está em seu segundo ano e que irá durar muitos outros, mas que já podemos dividir alguns resultados parciais com o público deste encontro”, comentou o engenheiro químico e Gerente de Inovação da Satis, Fabrício Porto.

Os especialistas convidados também abordaram o uso de herbicidas no controle de mato na plantação, cuidado que deve ser mantido ao longo do ano em função do café ser uma cultura perene. Ainda foi discutida a adubação e manejo foliar, especialmente o equilíbrio de micro e macronutrientes via folha para melhor performance da planta.

Durante as apresentações dos especialistas, realizadas em meio às plantações experimentais, o público interagiu trazendo suas dúvidas e experiências próprias de campo.

“Foi uma importante oportunidade para troca de conhecimento na cafeicultura, ainda mais pela presença dos Santinatos e do Matiello, que muito nos enchem de orgulho. Ao aproximar grandes especialistas e produtores, reforçamos o compromisso da Satis com a promoção da sustentabilidade do negócio rural através do aperfeiçoamento e capacitação constante de nosso público”, destaca o presidente da Satis, José do Nascimento Ribeiro.

Público

O objetivo principal do evento, segundo Nacimento, foi difundir tecnologia e levar conhecimento aos clientes, o homem do campo. “Meu balanço do evento é extremamente positivo, o que não poderia ser diferente, pelo peso dos palestrantes, ícones da cafeicultura no mundo, o que não é exagero, é a pura verdade. Eles foram responsáveis por estabelecer a agricultura do café no País e continuam cuidando disso até hoje, para que continue assim. O público do evento foi composto por produtores, consultores e alunos universitários”, conta.

Fotos: Ana Maria Diniz

Este foi o segundo ano do evento, que é muito seletivo em relação aos seus objetivos, focando em produtores, consultores e alunos universitários interessados na cultura do café. Para Nascimento, é importante ser uma fonte de conhecimento, pois o campo é uma fábrica aberta, e qualquer pessoa pode buscar informações e conhecer o que pode ser levado de proveitoso para a sua propriedade.

“Nosso foco não é apenas a questão dos produtos da Satis. Nós temos campos dedicados à nutrição e outros aspectos importantes, mas o fundamental são os testes de variedades, de ligação e até mesmo questões de lavoura, que interferem em tudo o que diz respeito à cultura do café”, considera.

Ainda para Nascimento, o próximo ano certamente será melhor que este, pois o objetivo é avançar sempre. “Esperamos ter atendido às expectativas, pois uma coisa é chamar a atenção e outra é entregar o que foi prometido. Lançamos dois produtos, e a ideia é que sejam melhorados e avaliados para serem disponibilizados posteriormente”, diz.

Variedades

O especialista José Braz Matiello demonstrou no campo 16 novos materiais com e sem irrigação, destacando as variedades mais e menos suscetíveis à seca e à ferrugem. Também apresentou materiais resistentes ao bicho-mineiro e suas características mais importantes, como produtividade, vigor a longo prazo, resistência, qualidade do grão, estágio de maturação e tolerância à seca.

“Mostramos as diferenças entre parcelas com e sem irrigação e destacamos o Acauã amarelo, selecionado em Araguari (MG), que tem sido mais produtivo em condições sem irrigação, com maior vigor e produtividade a longo prazo. Alguns materiais estão perdendo o vigor e não são indicados para o plantio, por se tratar de uma planta perene. É importante avaliar o desempenho desses materiais na região para identificar os mais produtivos e resistentes a longo prazo”, define Matiello.

Os materiais mais produtivos incluem os Catucaís amarelos, como o Arara, e o Guará, no Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. Além deles, os Acauãs são recomendados para sequeiro, por ser um material mais tolerante. Da Epamig, Matiello aponta o Paraíso 2, e do IAC, o mais seguro seria o Catuaí SH2 e SH3.

De todos, ele destaca o Arara, por ser mais produtivo com irrigação. “No café, a genética é importante, por ser a base. No experimento, os Acauãs vêm sendo os mais produtivos”, reafirma.

Fotos: Ana Maria Diniz

Nutrição de ponta

O engenheiro agrônomo Roberto Santinato mostrou a importância da nutrição foliar para o cafeeiro. “Passaram por lá uma média de 70 pessoas, que assistiram minha palestra sobre adubação foliar, mostrando como deve ser o manejo e os resultados. A adubação foliar é uma complementação da adubação que se faz no solo e não uma substituta, exceto no caso de alguns micronutrientes, no caso do zinco”.

Também foi mostrada a importância do sinergismo entre macro e micronutrientes, “por exemplo, cálcio e boro, potássio com cobre, que retém mais a planta, a melhora a peneira. Cálcio e boro aumentam significativamente a produção e o pegamento de frutos, principalmente em anos de pouca chuva”, detalha.

Em uma lavoura irrigada, para que vegete bem, Santinato recomenda 200 kg de nitrogênio, e no sequeiro 140 kg, sendo que neste último sistema a produtividade nunca será igual ao irrigado. A diferença, calcula o especialista, chega a 20, 30 sc/ha.

“Tanto no sequeiro quanto no irrigado, a conta para cada saca de café produzida é de cinco quilos de nutrientes. A adubação é medida em dois drenos: vegetação e produção. Depois de 12 anos de pesquisas, chegamos a essa conta. Um grande erro que sempre vemos na lavoura é a deficiência de enxofre, que prejudica a produtividade. Esse elemento pode ser suprido com ureia ou nitrato de um nitrogênio, que são ‘irmãos’. Um é essencial em uma etapa, o outro é essencial em outra”, define Santinato.

Os campos testados por ele tiveram a participação de produtos completos, eliminando a necessidade de aplicar à parte outros nutrientes. “Para café novo, um foliar líquido completo, como esse que apresentamos, com todos os nutrientes (4% de boro, 4% de zinco, 4% de manganês, 4% de magnésio, 4% de potássio, 8% de cobre e 11% de enxofre) é a melhor combinação que já usamos. Nos nossos ensaios, conseguimos um aumento de 7,2 sc/ha, com esse produto, que em breve deve ser lançado”.

Ainda segundo ele, a soma de genética de plantas, plantio adequado, com a orientação correta para o sol, controle do mato e uma adubação bem-feita são os segredos para uma cafeicultura de sucesso.

Após as apresentações técnicas, um almoço especial com música ao vivo encerrou a programação oficial do encontro.

Controle do mato

O engenheiro agrônomo Felipe Santinato disse que esse evento já faz parte da sua rede de pesquisa, que hoje está em Araxá, São João da Boa Vista, Patos de Minas, Rio Paranaíba, Barra do Choça e Três Pontas, no Sul de Minas. “É uma rede de estações experimentais onde desenvolvemos trabalhos técnicos e práticos para atender às necessidades dos cafeicultores. Os eventos são uma extensão disso e, além dos congressos e palestras, são uma forma de divulgar os resultados e ensinar aos produtores. Inclusive já estamos testando um herbicida que ainda não foi lançado no mercado, mas que já mostra excelentes resultados. Em breve teremos mais novidades”, antecipa.

Nesse evento, houve três palestras sobre variedades, lâminas de irrigação e nutrição foliar, e Felipe Santinato abordou as diversas ferramentas para o controle do mato. “Ainda há produtores que deixam a lavoura crescer com mato. Isso é possível, desde que seja mantido sob controle e limitado, e o produtor precisa saber como fazer isso”.

Nos experimentos feitos por ele, foram demonstradas as técnicas e o quanto o produtor perde em produtividade quando deixa o mato crescer espontaneamente. “A cada 30 dias, independentemente da época do ano, o produtor perde de duas a três sacas por hectare. Mesmo que não deixe crescer por um mês inteiro, ele pode perder produtividade se deixar o mato tomar conta em alguns momentos. Esse problema é mais intenso na cafeicultura moderna, que tem outros tetos produtivos. Nas duas primeiras safras, a média é de 80 sc/ha no irrigado, três vezes mais do que em outras lavouras. Por isso, perder duas ou três sacas é muito dinheiro por falta de capricho e conhecimento”, alerta.

Fotos: Ana Maria Diniz

Entre as dicas dadas por Felipe estavam a faixa de limpeza. No caso de lavouras recém-plantadas, a faixa ao lado da planta de café deve ser limpa de 0,8 a 1,2 m e meio metro da faixa convencional. Já em lavouras mais adultas, a limpeza deve ser de 0,75 a 1 metro de cada lado da ponta da saia.

Para deixar a faixa bem limpa, ele recomenda o uso de herbicidas associados. “Pré-emergentes, há três tipos que podem ser utilizados em lavouras adultas e dois em plantios de café. É importante respeitar o tempo de controle e aplicar novamente o herbicida nesse intervalo para evitar a necessidade de capinar a área. É comum os produtores cometerem erros, como nas regulagens da máquina, na calda e na dose, mas é possível controlar o mato sem perder produtividade, se ele souber como fazer isso”, ensina.

Lançamentos

Cesar de Souza Pirajá Figueiredo, coordenador técnico comercial da regional Sudeste, informa que foram lançados dois produtos, o Vitaphol Ultra Café e o Vitaphol Flor Forte, cada um para uma fase específica da cultura, composto de macro e micronutrientes em equilíbrio tanto na quantidade como na qualidade.

“O Roberto Santinato desenvolveu um trabalho em mais de 30 anos para avaliar quais níveis de nutrientes tinham melhor resposta no cafeeiro, de acordo com cada fase. Foi baseado nesse trabalho que desenvolvemos esses dois produtos, um para a época da florada, outro para o desenvolvimento vegetativo e frutificação”, explica Pirajá.

Outro destaque foi o Tatic, um fertilizante mineral líquido complexo à base de cobre e enxofre em suspensão concentrada com partículas micronizadas (oito vezes menor que os convencionais), aditivado com surfactantes que melhoram o espalhamento do produto na superfície foliar, proporcionando uma melhor eficiência da aplicação.

Sobre a Satis

Com quase 25 anos de atuação no mercado brasileiro de nutrição vegetal e sede em Araxá (MG), a Satis volta seu olhar para o futuro a fim de engajar seus clientes para desenvolver um agronegócio cada vez mais sustentável.

A busca da inovação, por meio de pesquisas em seu Campo Experimental em Araxá, conhecimento técnico e parcerias, é fundamental para atender e se antecipar às demandas do agronegócio.

Desta forma, a empresa pode oferecer um amplo portfólio que contribui para o fortalecimento da raiz às folhas e melhor absorção de nutrientes, especialmente das lavouras de milho, café, soja, feijão, trigo, arroz, algodão e HF. A saúde das plantas é o primeiro passo para o bom desempenho das safras e a perenidade dos negócios.

Com essas ações, a Satis, uma empresa 100% nacional, tem alcançado crescimento em seu faturamento ao longo dos anos, chegando a 36% de Crescimento em 2022. E como suporte para sua abrangência nacional, conta com uma robusta equipe técnica de vendas e cinco Centros de Distribuição localizados no Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais e Goiás.

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