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Soja brasileira: mais produtividade, mais sustentabilidade

É evidente que somente produzir não é mais uma opção, é preciso fazer com sustentabilidade.

Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja, membro do CESB e do Conselho Científico Agro Sustentável

Créditos: Divulgação

Inúmeras iniciativas têm sido tomadas tanto pelo Governo do Brasil, quanto por agentes privados e organizações não governamentais, para tornar o agronegócio brasileiro sempre mais sustentável. Uma dessas ONGs é o Conselho Estratégico Soja Brasil (CESB), cuja missão é contribuir de forma referencial para o crescimento da produtividade média da cultura da soja no Brasil, de forma sustentável.

Para tanto, o CESB utiliza diversas ferramentas para divulgar as boas práticas que aproximem as lavouras comerciais do potencial produtivo da soja, no Brasil. O Desafio Nacional de Máxima Produtividade, realizado anualmente nos últimos 15 anos pelo CESB, é uma das ferramentas, e congrega sojicultores que buscam alta produtividade, com sustentabilidade e rentabilidade.

No dia 29 de junho foi realizada mais uma edição do Desafio do CESB, que contou com 6.500 participantes. Para participar do Desafio, o produtor necessita demonstrar que atende, integralmente, as legislações sociais e ambientais brasileiras. Estando conforme, ele concorda em informar os detalhes de seu sistema de produção, com todas as tecnologias e insumos utilizados. E, caso haja estimativa de produtividade superior a 5.400 kg/ha, uma auditoria independente coleta todos os dados e informações referentes à produção de soja da área do produtor, inscrita para o Desafio.

Altas produtividades

Para os efeitos do Desafio, os produtores são alocados de acordo com a região na qual se localiza sua propriedade (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul), além de uma categoria especial que é a soja, conduzida em sistema de irrigação.

A produtividade média de soja no Brasil, na última safra, foi de 3.537 kg/ha. Na presente edição do Desafio, o campeão de produtividade da região Norte foi o produtor João Antônio Gorgen, do estado de Tocantins, que produziu 6.516 kg/ha, na área amostrada, tendo sido de 5.100 na totalidade de sua lavoura. Sua rentabilidade foi de R$1,56 por real investido.

Na região Nordeste, em outra propriedade, o mesmo produtor Gorgen, obteve 7.182 kg/ha na área amostrada, tendo sido de 5.700 nos 2.900 ha de sua fazenda. A rentabilidade obtida foi de R$3,02 para cada R$1,00 investido.

Na região Centro Oeste, o produtor Caetano Polato atingiu 6.360 kg/ha, enquanto o produtor localizado na região Sul, Moacir Griss, obteve 7.970kg/ha. Na lavoura irrigada, a produtividade atingida foi de 6.705 kg/ha

O recorde nacional foi alcançado pelo produtor João Lincoln Veiga, do estado de Minas Gerais (região Sudeste), com a marca de 8.068 kg/ha, o que gerou uma rentabilidade de R$2,21 para real investido na propriedade. Todos os produtores demonstraram ganhos ambientais importantes, sendo que, no caso do Sr. Veiga houve uma redução nas emissões de dióxido de carbono equivalente (61%), no uso de recursos hídricos (65%), redução de consumo de recursos minerais (73%) e no uso da terra (36%), comparativamente aos mesmos parâmetros de um produtor médio, da mesma região.

A média de produtividade dos campeões foi de 7.501 kg/ha, o que significa um acréscimo de 112% sobre a produtividade média nacional. Esse número demonstra o grande potencial produtivo da soja brasileira, aliada a uma alta rentabilidade, e com ganhos de sustentabilidade, considerando parâmetros universalmente aceitos. Especificamente pode-se afirmar que, com a produtividade atingida pelos campeões, a demanda de área seria 55% menor do que a área atualmente utilizada.

Com isso, está ficando cada vez mais claro que, para os produtores brasileiros, não é suficiente produzir, é necessário fazê-lo com sustentabilidade. Para tanto, continuarão perseguindo novos tetos de produtividade, sempre atentos à rentabilidade e à sustentabilidade.

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