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Epagri identifica danos no maracujazeiro

A Epagri está no campo identificando danos no cultivo de maracujá.

Pesquisadores da Epagri identificaram plantas de maracujazeiro no Sul do Estado danificadas pela traça-das-crucíferas, como é popularmente conhecida a Plutella xylostella L, principal praga da família de vegetais que inclui a couve, o brócolis e a couve-flor.

Créditos: Epagri

Os primeiros relatos surgiram em 2021 de produtores com pomares nos municípios de Sombrio e de Pedras Grandes, que observaram plantas com sintomas de murcha e presença de uma substância amarelada, atrasando o crescimento da planta.
“Foram casos pontuais, em algumas plantas e não de todo o pomar. A partir da coleta do material atacado para criação em laboratório e investigação da vegetação presentes nesses pomares foi possível associar o dano à P. xylostella. Nas brássicas, a lagarta se alimenta da folha, mas o comportamento no maracujazeiro é típico de insetos broqueadores”, diz a pesquisadora Érica De Lorenzi, entomologista da Estação Experimental da Epagri em Urussanga.
Nos pomares em estudo, a Érica relata que a praga atacou normalmente plantas jovens, em fase de estabelecimento do pomar. “Além da murcha, também registramos o aparecimento de uma exsudação semelhante à serragem na região axilar das folhas, que é uma porção mais tenra onde a folha se liga ao caule. Desta forma a lagarta penetra e bloqueia o sistema vascular da planta, por isso ela deixa de crescer”, diz.

Causas

Recentemente a pesquisadora publicou um artigo na Revista Brasileira de Fruticultura comunicando o registro da traça-das-crucíferas associado ao maracujazeiro, bem como um novo hospedeiro fora do rol de brássicas a P. xylostella, visto que nunca foi relatada sua presença em outras culturas.
Os pesquisadores da Estação Experimental de Urussanga investigaram na literatura possíveis causas dessa adaptação a uma cultura fora da família Brassicaceae e acreditam que possa estar associada à presença de compostos nitrogenados do metabolismo secundário das plantas, glicosinolatos no caso das brassicáceas e glicosídeos cianogênicos nas passifloráceas, dado que ambos os compostos possuem vias semelhantes de serem metabolizados pelo organismo do inseto tornando-os aptos a completarem seu ciclo.

Origem do inseto no maracujazeiro

Segundo Érica, a traça-das-crucíferas apareceu nos pomares associada ao nabo forrageiro, espécie que vem sendo muito usada como planta de cobertura no maracujazeiro. “Em agosto termina o vazio do maracujá em Santa Catarina e os produtores iniciam o plantio das mudas. Como a lagarta gosta de tecidos jovens, é nesse momento que pode atacar as plantas, mas em outubro normalmente ela desaparece junto com o nabo forrageiro, já que esta é uma cultura de inverno, e por isso não tem causado grande impacto na cultura”, diz a pesquisadora.
Nesse momento, Érica coordena uma pesquisa para avaliar o impacto fitossanitário de diferentes plantas de cobertura na cultura do maracujá para que a Epagri possa fazer recomendações das melhores espécies a serem usadas.

SINTOMA: murcha, exsudação semelhante à serragem na região axilar das folhas, onde a lagarta penetra e bloqueia o sistema vascular da planta, impedindo seu crescimento.

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