No próximo dia 20 de setembro, a Reserva Extrativista (Resex) do Rio Ouro Preto, localizada em Guajará Mirim, Rondônia, sediará evento de promoção da sustentabilidade no cultivo e pós-colheita da castanha-da-amazônia, também conhecida como castanha-do-pará e castanha-do-brasil. O dia de campo tem como objetivo sensibilizar e despertar produtores, técnicos e estudantes para a adoção de tecnologias e práticas sustentáveis no manejo dessa valiosa árvore.
Com uma agenda repleta de temas importantes, o evento promete trazer informações e trocas valiosas para todos os envolvidos na produção da castanha, desde a produção de mudas até a comercialização do produto final. As estações de aprendizado abordarão tópicos como produção de mudas, tecnologias para castanhais nativos, boas práticas na pós-coleta, classificação e qualidade, além de agroindustrialização e mercado.
Uma das estações mais aguardadas, intitulada “Agroindustrialização e Mercado,” contará com a participação de Anderson da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Eduardo da Secretaria de Agricultura de Rondônia (Seagri). Eles discutirão a importância do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na promoção do acesso à alimentação e no estímulo à agricultura familiar, destacando como o programa compra alimentos da agricultura familiar e os direciona para pessoas em situação de insegurança alimentar.
Outra estação abordará a qualidade da castanha, com a pesquisadora da Embrapa Acre, Cleísa Cartaxo. Ela enfatizará a importância das boas práticas de produção na coleta e pós-coleta da castanha. “São cuidados importantes para garantir a segurança do produto final, especialmente em relação às aflatoxinas, que apresentam risco significativo à saúde quando presentes em níveis elevados”. As aflatoxinas são produzidas por algumas espécies de fungos encontrados comumente nos ambientes de floresta e armazenamento.
Paulo Marcante, da Embrapa Rondônia, compartilhará conhecimentos sobre a produção de mudas de castanheira, ressaltando a seleção das matrizes, a estratificação das sementes e os cuidados necessários para garantir a qualidade das mudas.
A pesquisadora Lúcia Wadt, também da Embrapa Rondônia, falará sobre tecnologias para produção de castanha em castanhais nativos, enfatizando a importância do mapeamento das árvores produtivas e o uso de práticas como o corte de cipós. “Vamos tratar de tecnologias simples, que muitas vezes até já são de conhecimento dos extrativistas. Como é uma atividade extrativista, a produção de castanha depende praticamente do conhecimento do extrativista e a transmissão entre gerações assim como e valorização desse conhecimento tradicional é fundamental para a sustentabilidade da coleta”.
Por fim, Joana Keila Gomes, engenheira florestal da Ecoporé, abordará a classificação e qualidade da castanha-da-Amazônia, destacando a necessidade de critérios de classificação para garantir a qualidade do produto final.
O Dia de Campo sobre a Castanha-da-Amazônia promete ser uma oportunidade única para a troca de conhecimento e experiências, visando fortalecer essa importante cadeia produtiva e promover práticas sustentáveis em uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo. A participação é gratuita