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Construção do perfil do solo aliado à utilização de fertilizantes especiais

 

Antonio Felipe Domansky dos Reis

Engenheiro agrônomo, consultor especialista em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas da Planafertil Agroflorestal

felipe@planafertil.com.br

planafertil@gmail.com

 

 Crédito Viveiro Pavão
Crédito Viveiro Pavão

Com a crescente demanda pelos produtos florestais, é evidente que as buscas pelo incremento de produtividade estão em alta. Porém, não pode ser a qualquer custo, pois a sustentabilidade é imprescindível. O setor tem importante papel na economia do País por ser um grande gerador de energia térmica e de biomassa, de maneira geral, e carregar uma grande responsabilidade ambiental e social.

A busca pela produtividade

Em se tratando de solo, plantas, agronomia ou engenharia, trabalhamos com elementos químicos a céu aberto, os chamamos fertilizantes. Quando tratamos de um empreendimento florestal, sem muito esforço conseguimos relacionar os seguintes elementos químicos: cálcio, magnésio, potássio, fósforo, enxofre, nitrogênio, boro, zinco, manganês, cobre e ferro, como os mais usuais.

Também são elementos presentes nas árvores: molibdênio, níquel, silício, alumínio (sim, alumínio), sódio, cloro e cobalto. Listamos 18 elementos, facilmente encontrados em tecido foliar de eucalipto, por exemplo. Destes, pelo menos 16 já são considerados essenciais ao desenvolvimento vegetal, ou seja, não haveria produção sem tal elemento.

Levando em consideração todos esses elementos e sua essencialidade, um dos segredos para as altas produtividades está em conseguir que o solo tenha sempre disponível as quantidades adequadas de tais nutrientes para que o vegetal os absorva e realize suas reações químicas de crescimento.

Condicionamento e correção do solo

Toda adubação, para que seja bem aproveitada e traga os resultados esperados, precisa ser feita após o solo ter passado pelo processo de correção, que nada mais é do que o reequilíbrio das bases e ácidos.

Basicamente acertamos quantidades adequadas de cálcio, magnésio e potássio por meio da calagem, o que condiciona os níveis de hidrogênio e alumínio. Feito isso, podemos fornecer outros elementos, pois o solo estará apto a receber os adubos, reagir e disponibilizá-los por meio de uma solução aquosa (solução do solo) para as raízes.

É claro que antes desta fase de acerto do solo e definição de quantidades a se restituir de nutrientes, informações básicas como análise estratificada do solo ou de tecido vegetal são indispensáveis. Seria um erro tremendo utilizar adubos ou corretivos sem conhecer completamente o solo.

Fertilização de fornecimento e manutenção

Chamo esta etapa assim, pois acredito que nenhuma adubação seria tão “potente“ a ponto de substituir um solo saudável. Entretanto, ela é indispensável quando pensamos em solos empobrecidos e degradados por usos anteriores ou simplesmente por um sistema produtivo intenso, com grandes quantidades de nutrientes removidos graças às altas produtividades.

É simples – sem o elemento no sistema não haverá produção. A questão é como e quando inserir e disponibilizar o elemento – isso sim faz a diferença.

Para estas adubações, normalmente logo após o plantio e ao longo do primeiro ano de desenvolvimento, se disponibiliza basicamente os seguintes elementos: nitrogênio, fósforo, potássio, boro, zinco, manganês, ferro, molibdênio e cobre, resumindo (N-P-K + micronutrientes).

Em um sistema planejado, esta é a hora de adicionar tais elementos, pois teremos um início rápido do crescimento vegetativo da árvore, em que ela absorve e imobiliza em sua massa seca grande quantidade de nutrientes.

Uma curiosidade é o armazenamento de fósforo no lenho de plantas de eucalipto, por exemplo. Vale lembrar que os outros macroelementos essenciais devem ter sido planejadospela correção e condicionamento do solo, conforme citamos anteriormente.

Nesta fase, também enfrentamos um problema quanto à disponibilização dos elementos por meio dos adubos. Quanto mais solúvel, mais fácil da planta absorver, pois ele será mais facilmente disponibilizado na solução do solo.

Mas, na natureza nada é fácil. Muitas perdas acontecem pelo fato de os elementos serem solúveis demais, em alguns casos. Portanto, algumas estratégias são importantes para a otimização das fertilizações.

Os fertilizantes de liberação lenta favorecem a nutrição das plantas no tempo certo - Crédito Luize Hess
Os fertilizantes de liberação lenta favorecem a nutrição das plantas no tempo certo – Crédito Luize Hess

Particularidades para o manejo dos nutrientes

No caso do fósforo, trata-se de um elemento importantíssimo, porém, nossos solos tropicais são ávidos pela fixação e indisponibilidade de fósforo na solução, e todos os esforços são bem-vindos para ajudar nessa dinâmica de aplicação versus disponibilidade.

Esse fator é importante para o sucesso do fornecimento, uma vez que seriam necessárias doses muito altas para se atingir a disponibilidade, o que inviabiliza o custo – eficiência é a palavra-chave. Neste ponto, os fertilizantes protegidos fisicamente, por meio de uma membrana que limita o contato de todo o fósforo do grânulo com o solo, possibilita que os ânions fosfato não se liguem com facilidade às cargas positivas das argilas, resultando em menores perdas do elemento solúvel.

Essa matéria você encontra na revista Campo & Negócios Floresta, edição de agosto/setembro. Adquira o seu exemplar.

 

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