22.6 C
Uberlândia
quinta-feira, abril 18, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosA agricultura brasileira está voando

A agricultura brasileira está voando

Ulisses Rocha Antuniassi

Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural FCA/UNESP – Botucatu/SP

 

Ulisses Rocha Antuniassi, professor da UNESP - Crédito Andef
Ulisses Rocha Antuniassi, professor da UNESP – Crédito Andef

Há uma estatística impressionante sobre a aviação agrícola no Brasil: cerca de 50% das aeronaves vendidas na última safra foram adquiridas para uso privado. Ou seja, produtores rurais estão investindo pesado na aplicação aérea como ferramenta para o tratamento de suas lavouras.

Num mercado que sempre foi direcionado para a prestação de serviços, as empresas que comercializam aviões agrícolas estão comemorando o avanço de sua participação sobre os chamados operadores privados (aqueles que possuem aeronaves para uso próprio e não prestam serviços).

Só no ano passado mais de 100 aeronaves agrícolas novas foram acrescidas à frota nacional, que já ultrapassa a casa das 2.000 unidades. Ou seja, em 2013 cerca de 50 aeronaves agrícolas foram compradas para uso privado. Não que o mercado de serviços no setor esteja reduzindo, ao contrário, mas há uma crescente percepção dos empresários rurais de que a aplicação aérea é ferramenta indispensável.

O curioso é que este processo ocorre no momento em que a aviação agrícola vem sofrendo pressões por conta de incidentes envolvendo casos de deriva. A deriva ocorre quando parte do produto aplicado se desloca para áreas vizinhas, com potencial de causar danos a outras lavouras e contaminação do ambiente.

Apesar de extremamente segura, se realizada de acordo com as recomendações, a aplicação aérea esteve de fato ligada recentemente a incidentes que repercutiram de maneira muito negativa na mídia, acirrando a disputa do setor com entidades ambientalistas que buscam impor restrições ao mercado.

Certificação Aeroagrícola

Crédito Andef
Crédito Andef

Em meio a este processo, o setor aeroagrícola brasileiro vem buscando reagir. Com o apoio da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) e o do SINDAG (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), um programa denominado Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS) foi criado para certificar que os operadores atuam de acordo com critérios rigorosos quanto à sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Coordenado por universidades públicas e gerido pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF), o CAS já certificou 30 empresas apenas neste ano (de um total de 227 empresas), e espera que até 2017 pelo menos 75% dos operadores estejam certificados. Este movimento é uma resposta importante do setor às críticas, e sua qualificação será, certamente, benéfica para toda a sociedade.

ARTIGOS RELACIONADOS

Cut-to-lengh – Colheita com sustentabilidade

Muito mais que um sistema de colheita de árvores, o método CTL (Cut-to-Length), ou ...

Último dia do CBSementes é marcado pela realização de três simpósios simultâneos

Agricultura e floresta podem sim andar lado a lado “Sem florestas não há água, sem água não existe agricultura“, enfatiza a engenheira florestal Márcia Balistiero...

Gestão da faixa de proteção

Esta ação conta com equipe multidisciplinar própria, equipe terceirizada e parcerias diversas que compõem um staff altamente qualificado e dedicado.

Itaueira lança Mini Melancia da Magali em homenagem aos 50 anos da personagem

A Mini Melancia da Magali é produzida nas fazendas da Itaueira, localizadas na região nordeste do país, sob os mais rígidos padrões de qualidade,...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!