Embrapa e instituições parceiras realizam a Jornada Técnica da Figueira, que acontece no dia 25 de maio, no interior de Pelotas. Â A cultura da figueira, uma alternativa para agricultura familiar, é retomada após um intervalo de quase 15 anos de trabalho da pesquisa.
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Pelotas é conhecida pela sua produção de pêssego e cerca de 90%, ou mais, da sua produção é destinada ao processamento industrial no país provem da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Porém, como essa cultura não dá fruto todo o ano, foi preciso achar uma alternativa para produtores e indústria, para que tenham uma continuidade de produção no período de pós-colheita. Devido a essa necessidade, pesquisas em fruticultura foram feitas e se optou em retomar a cultura do figo.
 Como qualquer outra cultura, o figo não é cÃclico. No passado houve um aumento da demanda e, em seguida, um decréscimo na produção, pelo fato de outras regiões como São Paulo e o noroeste do Rio Grande do Sul começarem a produzir e comercializar o figo, gerando competitividade. Essa situação provocou um desestímulo nos produtores, em especial nos pelotenses, mesmo que a cultura tenha um potencial muito grande para essa região.
 A cultura do figo é de fácil manejo e cultivo, o que faz com que pequenos produtores possam plantar e encontrar capacidade de subsistência e de renda. É focando neles que a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) promove a 1ª Jornada Técnica da Figueira,  junto com o Sindocopel, Emater/RS-ASCAR, Prefeitura de Canguçu, Universidade Federal de Pelotas, Programa Juntos para Competir (Farsul, Senar e Sebrae) e contando com o apoio de outras empresas, entidades públicas e privadas. A Jornada vai ocorrer em Canguçu/RS, no dia 25 de maio.
A Jornada da Figueira
 A 1ª Jornada Técnica da Figueira foi pensada para atender uma demanda da população pela falta de produtos – os figos – de qualidade no mercado. Vão estar presentes técnicos, os produtores e a indústria. Informações sobre o que ocorre atualmente na cadeia produtiva do figo, quais são as dificuldades que tem sobre a cultura do figo, os problemas de pragas e doenças, os problemas de variedades e os problemas no processamento, serão os principais temas abordados.
 O objetivo é a aproximação dos elos de segmento produtivo, tanto da indústria – dizendo que tipo de produto necessitam para ser industrializado, para produzir o figo em conserva e o cristalizado – quanto dos produtores, atentos ao tipo de qualidade desse produto; e possivelmente levantar pontos também para pesquisa, para que possam evoluir
quanto sistema de produção. Além disso estarão buscando, nesse dia, técnicos que tem informações de número de produtores, tamanho de áreas de produção, a quantidade de produção, a capacidade da indústria para consumo e o mercado que tem para o figo processado em pequenas propriedades e nas agroindústrias familiares.
 “Não vamos apresentar nenhuma novidade tecnológica e sim fortalecer as ações de pesquisa (sistema de irrigação), alguns resultados que já foram obtidos em outras épocas, mas principalmente será abordada a questão das Boas Práticas de Produção, que a sociedade nos pede. Hoje é uma necessidade a preocupação com as questões econômicas, assim as técnicas de produção precisam ser rentáveis e é necesseráia a preocupação ambiental e ecológica” afirmou o pesquisador Carlos Roberto Martins, que está a frente das atividades dessa pesquisa.
Curiosidades da cultura
+ a figueira é conhecida desde os primórdios da civilização
+ está ligada à BÃblia como um sÃmbolo de paz e harmonia
+ chegou ao Brasil pela expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, em 1532
+ no século XX, os imigrantes italianos trouxeram grande número de variedades de figueira
+ a planta tolera temperaturas de 25ºC a 42ºC
+ a sua produtividade no passado atingiu produções médias de 13,5 kg/planta de figos verdes;Â e com média de 23,1 kg/planta de figos maduros
Laura Amaral
Colaboradora
Embrapa Clima Temperado
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