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Adubação organomineral solubiliza nutrientes em seringueira

 

Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

 

Apesar de ser uma espécie amazônica, hoje o maior produtor brasileiro de seringueira é o Estado de São Paulo, com 54,5% da produção brasileira, seguido por Mato Grosso, com 13,5%, e Bahia, com 12,8%.Como qualquer espécie vegetal, o plantio da seringueira deve ser precedido pela correção da fertilidade do solo, baseando-se na análise química e física do solo, coletando-se amostras de 0 – 20 cm e de 20 – 40 cm. Se necessário, deve-se proceder a calagem (um dos critérios recomendados é elevar a saturação por bases a 50%, empregando-se os resultados de coletade 0 ” 20cm). Caso a amostragem de 20-40 cm mostrar necessidade, faz-se a gessagem (Al – m>40% Ca < 4 mmolc.dm-3).

A adubação de plantio deve ser feita com 30 g de P2O5,30 g de K2O, 05 g de Zn (quando os teores no solo forem inferiores a 0,6 mg.dm-3)e20 L de esterco de curral curtido. Deve-se proceder a adubação nitrogenada em cobertura: três parcelas de 30 g de N/planta.

A seringueira é considerada em formação até seis anos de idade. Após, entra na fase deexploração. Nos dois casos, a adubação será norteada pela idade das plantas e características químicas do solo.

 

Adubação

 

Os fertilizantes minerais têm a característica de se comporem de nutrientes solúveis prontamente disponíveis às plantas. Entretanto, podem se perder no solo por lixiviação, volatilização e retenção em formas não assimiláveis (fixação).

Ao se adubar com minerais, se melhora as características químicas do solo. Porém,a definição da fertilidade de um solo não é o resultado somente de seus atributos químicos. Ao se analisar a fertilidade das terras, há que se considerar a parte física (textura, densidade, porosidade, estrutura) e a microbiologia do solo.

Ao se empregar adubos orgânicos, pelo seu teor dematéria orgânica, beneficia-se as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, refletindo, assim, na sua qualidade.

Os materiais orgânicos – como, por exemplo, estercos de animais curtidos, compostos orgânicos ” melhoram a agregação do solo, promovendo estruturas porosas, o que beneficia a retenção de água, aeração e densidade (ou seja, as propriedades físicas do solo). Ainda, auxiliam a biologia do solo fornecendo carbono (queserá empregado como fonte de energiapara os microrganismos), aumentam a capacidade de troca de cátions e diminuem a adsorçãode fósforo pelos coloides.Assim, agem como condicionadores de solo.

 

Substâncias húmicas

 

Tem que ser lembrado que as substâncias húmicas perfazem aproximadamente 70 a 80% da matéria orgânica na maioria dos solose são compostas pelas frações humina, ácidos húmicos e fúlvicos.São os dois últimos os responsáveis pela maioria das características benéficas da matéria orgânica, pois influenciam diretamente a estrutura física, química e microbiológica dos solos, promovem agregação das partículasbeneficiando, assim, a estrutura do solo e, por conseguinte, propiciam a redução da densidade e maior capacidade de retenção de água do solo.

Como são materiais com alta capacidade de troca catiônica (CTC),aumentam as cargas do solo e, assim, asua capacidade de retenção de nutrientes, minimizando suas perdas por lixiviação. Atuam como quelatizantes, reduzindo a possibilidade de intoxicações por elementos metálicos e aumentando a disponibilidade de fósforo no solo, pela complexação de Fe+2 e Al+3 em solos ácidos e do Ca+2 em solos alcalinos.

 

Os organominerais

 

Os fertilizantes organominerais, de acordo com a legislação brasileira, são aqueles produzidos pela mistura entre fontes orgânicas e minerais.A produção do organomineral se inicia selecionando como matérias-primasfertilizantes orgânicos de boa qualidade adequadamente estabilizadose a eles adicionam-seos corretivos adequados: macro e/ou micronutrientes, segundo o desejado.

Se necessário, faz-sea correção deacidez,antes de se juntar os nutrientes. No mercado nacional têm-seformulações líquidas e sólidas (farelados e granulados). A fração orgânica do referido insumo melhora a capacidade do solo em reter (por aumentar a CTC), diminuiperdas por lavagem e, assim, beneficia oaproveitamento do fertilizante pelas plantas, embora apresentem, em relação aos exclusivamente minerais sintéticos, liberação mais lenta de nutrientes.

Assim, ao se empregar organominerais, associam-se as vantagens dos dois grupos de fertilizantes referidos. E como a seringueira é uma cultura perene, o emprego de organominerais na adubação é uma boa opção técnica.

Os adubos exclusivamente minerais, por exemplo, se perdem por lixiviação, são absorvidos por microrganismos ou sãoretidos em formas não disponíveis às plantas. Então, o aproveitamento é sempre parcial, apresentando pequeno efeito residual.

Quando os nutrientes minerais estão ligados às moléculas orgânicas (caso do organomineral), a disponibilização é gradual, o que garante maior efeito residual para os anos subsequentes, reduzindo, com o tempo, as quantidades de adubos a utilizar.

 

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro/outubro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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