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Alternativas mais que eficientes para uma agricultura mais próspera

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em produção Vegetal e doutorando em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

fabianopacentchuk@gmail.com

Criz Renê Zanovello

Engenheiro mecânico e mestre em Produção Vegetal – Unicentro

renecriz@hotmail.com

Itacir Eloi Sandini

Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ” Unicentro

isandini@hotmail.com

 

A rotação de culturas tem influências benéficas na qualidade física, química e biológica do solo - CréditoPixabay
A rotação de culturas tem influências benéficas na qualidade física, química e biológica do solo – CréditoPixabay

É crescente a busca por alternativas de manejo que contribuam para a manutenção ou melhoria da qualidade do solo com incrementos na produtividade, benéficos ao meio ambiente e com menores custos pela redução do uso de fertilizantes químicos (Teixeira et al., 2012). Sabe-se que a conjuntura atual do cultivo de soja no Brasil, via de regra, é de cultivos intensivos, com predomínio evidente da monocultura.

Desta forma, o cultivo sucessivo da soja, dentre outros problemas, ocasiona baixa produção de matéria seca e reduz o teor de matéria orgânica no solo. Esta baixa disponibilidade de matéria orgânica pode proporcionar problemas para as culturas seguintes, como pragas e doenças.

Uma das maneiras mais eficazes de reduzir seus efeitos é a utilização de rotações de culturas. Esta técnica, de maneira simplista, consiste na intercalação de safras com culturas de menor produção de matéria seca, e outras com maior produção de matéria seca.

Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

Vantagens

A rotação de culturas tem influências benéficas na qualidade física, química e biológica do solo, manejo de plantas daninhas e no ciclo de pragas e doenças, o que afeta diretamente a produtividade das culturas.

Além do mais, pode auxiliar na produção de grãos, custo de produção, retorno líquido, água disponível no solo, entre vários outros fatores. Ainda, pode promover a ciclagem de nutrientes e melhorar os atributos físicos do solo, como a estrutura, aumentando também a quantidade de carbono no solo.

Com a degradação da matéria orgânica ocorre a ressíntese dos produtos orgânicos, havendo alterações nos resíduos, o que dá origem a substâncias húmicas. Conforme Baldotto & Baldotto (2014), as substâncias húmicas têm origem na ação de microrganismos sobre a matéria orgânica em decomposição, produzindo compostos orgânicos condensados.

De acordo com Rosa et al. (2017), de 80 a 90% da matéria orgânica do solo é constituída por substâncias húmicas e sua dinâmica com o carbono orgânico interfere sobre a qualidade do solo, o que por sua vez afeta a produtividade da cultura inserida. De acordo com estes mesmos autores, as substâncias húmicas são as de maior reatividade da porção de matéria orgânica.

Desta forma, interferem diretamente nas reações químicas do solo, o que evidencia a importância da manutenção da atividade microbiana sobre a manutenção de matéria orgânica do mesmo para que se tenha um solo com alto potencial produtivo.

A manutenção de cobertura vegetal sobre o solo é fundamental para uma boa prática no sistema de plantio direto (SPD), trazendo benefícios à fertilidade, umidade e integridade física do solo, influenciando nos resultados finais de produção da cultura inserida (Amossé; Jeuffroy & David, 2013).

Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

Contra daninhas

A cobertura vegetal também tem influência sobre o controle de plantas daninhas, o que pode ser associado à redução na interceptação de luz solar pelas plantas daninhas, afetando seu desenvolvimento. Além disso, algumas espécies de plantas em decomposição podem liberar aleloquímicos que interferem negativamente na germinação e desenvolvimento de tais plantas.

Este fato é relatado por Moraes et al. (2013), que observaram que a cobertura vegetal reduziu o surgimento de plantas daninhas e aumentou a produtividade do milho. Zanuncio et al. (2013) também verificaram significativa redução no número de plantas daninhas emergidas, associando o resultado aos efeitos de aleloquímicos produzidos pela matéria orgânica em decomposição.

Zhang et al. (2016) afirmam que existe uma interatividade entre as relações de aleloquímicos liberados pelas plantas em decomposição com as plantas daninhas presentes no meio, e tal relação é específica para cada interação.

Nesta mesma linha, Favarato et al. (2014) afirmam que o tipo de cobertura vegetal em decomposição afeta as características de densidade e espécies de plantas infestantes no local e, desta forma, é preciso ter uma avaliação da cobertura presente no local e das plantas invasoras para se adotar a melhor estratégia de ação sobre as mesmas. Sendo assim, é indispensável ter um estudo sobre o tipo de cobertura e as plantas daninhas-alvo para se ter a maior efetividade possível no controle destas.

Neste contexto, a manutenção do estoque de carbono orgânico do solo, em SPD, está relacionada ao manejo de culturas utilizadas, devendo associar um sistema de rotação e sucessão de culturas diversificadas que produza adequada quantidade de resíduos vegetais na superfície do solo durante todo o ano (Steiner et al., 2011). Isto posto, uma das formas de equacionar o problema supramencionado é por meio do uso de adubos verdes.

Adubação verde

Os adubos verdes são plantas com características que possibilitam a melhoria em médio e longo prazos de propriedades físico-químicas do solo, redução na competição entre espécies, além do cultivo para fins comerciais (Ferreira et al., 2016). Outra definição é dada por Calegari et al. (1993), e segundo estes autores adubo verde pode ser definido como a prática do cultivo de plantas até o estágio de floração ou até o desenvolvimento incompleto de sementes, com posterior corte e/ou incorporação de sua biomassa no solo.

Essa é parte da matéria de capa da Revista Campo & Negócios Grãos, edição de julho de 2018. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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