Produtores estão animados com os primeiros resultados da colheita, iniciada em maio, que confirma aumento na produção; comitiva de técnicos africanos é um dos destaques no evento
Com a colheita em andamento, os produtores de algodão em Minas Gerais já comemoram os resultados dessa safra 2017/18: a melhor dos últimos anos. A área plantada no Estado saltou de 15.848 hectares da safra passada para atuais 25.250 hectares, elevando a produção de 27 mil toneladas para 43 mil toneladas, entre os dois períodos, confirmando a estimativa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), divulgada no início deste ano. A qualidade da fibra do algodão produzido nas quatro regiões estaduais também anima os produtores.
Diante desse clima de comemoração, a associação realiza, no dia 27 de junho, a partir das 8h, seu Dia de Campo. A edição 2018 será na Fazenda Amipa, localizada no distrito de Santana de Patos, às margens da BR-146, a 50 km de Patos de Minas (MG). Entre os principais focos do evento deste ano está o controle biológico de pragas.
Tradição no que faz
O Dia de Campo Amipa é um evento tradicional. Em 2017, reuniu cerca de 380 pessoas na Fazenda Engenho Velho, no município mineiro de Patrocínio. Neste ano, entre as novidades estão a presença de uma delegação internacional composta por 40 técnicos africanos, originários de países daquele continente, que vêm em busca de troca de experiência e conhecimentos de tecnologias aplicadas pelos produtores mineiros no cultivo do algodão.
A presença de uma caravana de produtores familiares associados à Amipa, provenientes da região norte de Minas, também está confirmada.
A programação do evento envolverá a apresentação ao público de áreas de algodão cultivado em competição de variedades, exposição de máquinas agrícolas e palestras de alto nível com as seguintes temáticas e respectivos palestrantes: “Atribuição, Ocupação e Uso das Terras no Brasil – Dados do CAR e a Cotonicultura Mineira“, proferida por Evaristo de Miranda, doutor em Ecologia pela Universidade de Montpellier (França) e chefe-geral da Embrapa Territorial; “Manejo Moderno de Pragas“, por Alexandre de Sene, doutor em Entomologia pela ESALQ/USP e professor do Curso de Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda; “Perspectivas para o Mercado de Algodão – Safra 2018/19 e Estratégias de Compra de Insumos“, por Vitor Ikeda, analista do Departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil; e “Sistemas Produtivos com a Cultura do Algodão“, por Wanderlei K. Oishi, engenheiro agrônomo e consultor da QualityCotton Consultoria Agronômica.
O evento é aberto ao público e contará com a presença de cotonicultores, produtores rurais interessados na cultura, técnicos, agrônomos e consultores, além de corretores de pluma, tradings, representantes da indústria têxtil e entidades de classe.
Fazenda Amipa
O local onde acontecerá o Dia de Campo 2018 – Fazenda Amipa – é uma propriedade adquirida pela associação no fim do ano passado para, segundo planejamento, ser transformada num centro de pesquisa e treinamento voltado à cotonicultura mineira. “É um local destinado à realização de estudos de novos manejos agronômicos, validação de tecnologias, experimentação, treinamentos e capacitações“, detalha o diretor executivo da Amipa, LÃcio Pena de Sairre.
A propriedade tem 276 hectares, dos quais 184 plantados com algodão. Destes, 40 são destinados aos campos demonstrativos de competição de variedades conduzidos pela Amipa.
Sobre a Amipa
A Associação Mineira dos Produtores de Algodão, Amipa, é uma entidade de utilidade pública sem fins lucrativos criada em 1999 com os objetivos de organizar, fortalecer e representar a classe dos produtores de algodão do Estado.
A associação funciona em duas unidades: a matriz está instalada na cidade de Patos de Minas, onde fica o setor administrativo, e a filial lotada em Uberlândia (MG), onde estão instalados os núcleos tecnológicos Minas Cotton e a Biofábrica.
O primeiro, a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton) trabalha na operacionalização da análise e classificação da fibra do algodão produzido no Estado, e o segundo, a Fábrica de Produtos Biológicos (Biofábrica) na produção de agentes biológicos para controle de pragas nas lavouras mineiras.