Autor
Diego Antonio França de Freitas
Doutor e professor – Universidade Federal de Viçosa (UFV) – campus Florestal
diegofranca@ufv.br
A análise de solo é importante para quantificar a real necessidade de nutrientes a serem adicionados ao solo. Apenas esta análise poderá mostrar ao produtor qual a situação da fertilidade do solo e a deficiência de elementos, podendo quantificar os nutrientes necessários para cada cultura agrícola.
A análise foliar é complementar à análise de solo e visa avaliar o estado nutricional de cada planta ou cultura. Esta análise mostra possíveis desequilíbrios nutricionais, estado nutricional, carência ou toxicidade de nutrientes dentro da planta.
Desta forma, a grande vantagem das análises de solo e foliar é que as produções poderão alcançar o pico máximo, adicionando-se a quantidade necessária de nutrientes e não causando perdas ou toxidez às plantas. Assim, um maior rendimento poderá ser obtido pelo produtor rural.
Detecção das necessidades da planta
A importância destas análises está vinculada à possibilidade de detecção de possíveis deficiências antes que afetem a produção agrícola. Assim, os produtores coletam amostras de solos antes do plantio e amostras de folhas durante o ciclo da cultura, de forma a identificarem as necessidades de cada planta e realizarem os ajustes necessários para o pleno desenvolvimento das culturas, visando uma elevada produção agrícola.
Manejo
Para a coleta de solos, deve-se ter em mente que uma pequena amostra enviada para o laboratório representará a fertilidade da área do produtor. Desta forma, devem tomar todos os cuidados necessários para que não ocorram erros durante a coleta e preparo das amostras para envio ao laboratório. As amostras deverão ser coletadas em áreas homogêneas e uniformes (mesma cultura agrícola, estágio de desenvolvimento similar, histórico da área – adubações e plantios semelhantes). A gleba não pode ultrapassar 10 hectares e deve apresentar solos semelhantes, sem variação de cor e topografia.
A coleta das amostras de solo é realizada em caminhos aleatórios ao longo da área (zigue-zague), sendo coletadas naquelas profundidades que se deseja. Normalmente a coleta é realizada na camada de 0 – 20 cm, mas pode alcançar profundidades maiores, conforme os objetivos dos produtores. Cada ponto coletado é chamado de “amostra simples” e esta deve ser adicionada a um balde limpo.
Após coletar em toda área uniforme, estas devem ser misturadas no balde e as “amostras simples” se tornarão uma “amostra composta”. A amostra composta deve ser retirada em uma quantidade de aproximadamente 500 gramas, a qual será enviada para o laboratório, e corresponderá a toda a área do produtor.
Já a análise foliar varia de cultura para cultura, mas alguns itens são de extrema importância e devem ser considerados durante a coleta, com destaque para o tipo de folha e sua posição na planta, número de folhas e época adequada de colheita.
Cuidados imprescindíveis
Para as amostras de solo, alguns cuidados importantes são:
9 Utilizar os equipamentos de coleta (trado ou pá ou enxadão, balde e saco plástico) sempre limpos.
9 Limpar a área que será coletada, retirando galhos, folhas, rochas e outros materiais estranhos.
9 Não coletar amostras em locais onde já foram depositados adubos, calcários, áreas próximas de formigueiros, estradas e moradias.
9 Não retirar amostras após chuvas muito intensas ou em locais encharcados.
9 Identificar as amostras corretamente.
Os principais cuidados na amostragem para análise foliar estão baseados em:
9 As amostras devem ser mantidas em sacos de papel, e não de plástico. As amostras devem ser enviadas ao laboratório com identificação completa e, preferencialmente, no mesmo dia da coleta.
9 Nunca misturar plantas ou cultivares diferentes. Também não se deve coletar folhas de plantas com idades diferentes (ex. uma planta em produção e outra em fase de mudas).
9 A coleta deve ocorrer em áreas uniformes. Caso exista variação de coloração entre as glebas, deve-se dividir em mais de uma amostragem.
9 Não coletar folhas em plantas que receberam pulverizações com defensivos, aplicação de fertilizantes ou após longas chuvas.
9 Folha danificadas por ataques de pragas, doenças ou com algum tipo de lesão não devem ser coletadas.
9 Evite coletar amostras próximas a carreadores ou estradas. Não se deve lavar as folhas antes de enviar ao laboratório.
Erros a serem evitados
O principal erro a ser evitado, além daqueles descritos anteriormente, estão relacionados à não identificação adequada das amostras de solo e de folhas. Cada amostra deve ser identificada corretamente, com a adição de informações sobre o proprietário, cultura e variedade amostrada, gleba e data da coleta. Estas informações são essenciais para uma boa análise e interpretação dos resultados.
Custo
Os preços das análises de solos e de folhas variam conforme as solicitações e demandas apresentadas pelos produtores. No caso das análises de solos, uma análise básica contém as seguintes solicitações: pH- acidez ativa; H+Al – acidez potencial; P – fósforo, K- potássio, Ca – cálcio e Mg – magnésio; MO – matéria orgânica; cálculos da CTC – capacidade de troca de cátions, SB – soma de bases e V – saturação por bases.
Esta análise básica possui valores de aproximadamente R$ 25,00 por amostra, sendo que o preço pode ser maior ou menor conforme a região, época do ano e quantidade de amostras enviadas.
Para a análise foliar, o interessante é avaliar a disponibilidade de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) e micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn, Zn). O preço é de aproximadamente R$ 30,00 para cada grupo de nutrientes.