Alinhados com as metas de limitar o aquecimento global, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e o Woodwell Climate Research Center, com o apoio financeiro da Bayer, anunciam um inovador projeto de pesquisa. O intuito é investigar a fundo a inter-relação entre agricultura e preservação de vegetação natural dentro dos biomas da Amazônia e do Cerrado, entender o impacto em relação às condições climáticas locais e a conexão destes fatores com a estabilidade da produção agrícola. A parceria prevê um investimento de R$ 9,9 milhões da companhia alemã.
O anúncio oficial ocorre durante a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, no painel: Ciência para adaptar a agricultura para um clima em mudança: o papel da agricultura regenerativa tropical, no dia 9 de dezembro, às 16h horário de Dubai, no espaço de eventos do Woodwell Climate Research Center (Pavilion TA4 – 235 Thematic Arena).
Durante o período de estudo, pesquisadores combinarão dados de clima, disponibilidade e qualidade da água, estoques de carbono e distribuição da biodiversidade obtidos por sensoriamento remoto e observações de campo, na Amazônia e no Cerrado. O estudo também conta com uma análise econômica dos serviços prestados pelo meio ambiente à agricultura, avaliando a implicação das decisões de abertura de novas áreas sobre a viabilidade da atividade agrícola nos médio e longo prazos. “Dessa forma, será possível desenvolver uma visão holística e baseada em ciência para o desenvolvimento de propostas de paisagens ambientalmente e economicamente importantes, para que os produtores contribuam para manter a floresta de pé”, afirma Ludmila Rattis, pesquisadora do IPAM e do Woodwell, responsável pelo projeto.
A motivação da pesquisa se dá pelo fato de o desmatamento na região Amazônica-Cerrado já ter impactos sobre o clima local, causando aumentos significativos de temperatura, redução da evapotranspiração, da precipitação e da duração da estação chuvosa. Isto tem impactado a estabilidade da produção das culturas, no volume de produção e no potencial de produtividade. Com a contração das condições favoráveis para a agricultura de sequeiro, o setor agrícola do Brasil enfrenta perdas crescentes devido a ondas de calor e estações secas mais longas. Por isso, um dos objetivos do estudo é propor modelos agrícolas alternativos e estratégias de uso da terra e da água que contribuam para estabilidade do clima.
Para a Bayer, o projeto de pesquisa está alinhado à visão de agricultura regenerativa, que consiste em produzir mais com menos enquanto regenera mais, algo que será levado para discussão na COP28. “Em primeiro lugar, entender e quantificar o valor que o meio ambiente gera aos produtores rurais é fundamental para alavancar a conservação do ecossistema. Além disso, também esperamos aperfeiçoar os sistemas de manejo agronômico, incorporando os resultados da pesquisa em recomendações para agricultores. A iniciativa corrobora com nosso objetivo de aperfeiçoar e promover uma agricultura cada vez mais sustentável”, afirma Carolina Graça, diretora de Sustentabilidade da Divisão Agrícola da Bayer para a América Latina.
A pesquisa está conectada à estratégia global de sustentabilidade lançada este ano pela multinacional, o Bayer Proteção de Florestas, que engloba uma série de ações com o objetivo de ampliar a geração de impacto positivo na cadeia agrícola e assumir um papel relevante de protagonismo na proteção florestal e de biomas.
Para Carolina Graça, parcerias como essa têm um papel crucial para ajudar as soluções de agricultura regenerativa a ganharem escala no país. “Em linha com nossa visão de inovação colaborativa, entendemos ser importante estabelecer parceria com instituições com conhecimento complementar ao nosso. Ao trabalharmos em conjunto ampliamos o alcance dos avanços científicos e da inovação em prol de soluções práticas para os agricultores e para o planeta”, conta a executiva.
Nos últimos anos, a Bayer tem desenvolvido diversas iniciativas que colaboram para que a companhia cumpra uma série de compromissos de sustentabilidade até 2030; dentre eles, tornar-se neutra em carbono, reduzir em 30% as emissões de gases do efeito estufa em culturas chave nas principais regiões em que atua e reduzir em 30% o impacto ambiental de seus produtos para proteção de cultivos.