Maria Idaline Pessoa Cavalcanti – Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) –idalinepessoa@hotmail.com
Anne Carolline Maia Linhares – Licenciada em Ciências Agrárias e doutoranda em Ciência do Solo – UFPB – anemaia-16@hotmail.com
Diversas tecnologias e práticas de manejo têm sido utilizadas para incrementar a produtividade do milho e soja. Entre tais práticas, destaca-se o uso de bioestimulantes, que são compostos oriundos da mistura de dois ou mais reguladores vegetais, sendo eles auxina, citocinina e giberelina, além de aminoácidos, nutrientes e vitaminas que, em conjunto, agem na diferenciação, divisão e alongamento celular, promovendo maior tolerância a estresses bióticos, melhorando o desenvolvimento da parte aérea e do sistema radicular das plantas e podem ser aplicados diretamente nas plantas ou em tratamento de sementes.
A utilização de bioestimulantes potencializa a produção, pois eles agem como ativadores metabólicos, potencializando a absorção de nutrientes e ajudando na estruturação celular, seja ela na vegetação, na florada ou no restabelecimento da planta sob uma situação de estresse hídrico ou térmico.
Os bioestimulantes, quando aplicados preventivamente, permitem que a planta se restabeleça mais rapidamente, pois fornece energia para que ela utilize de forma eficiente e nos momentos de maior necessidade.
Estudos têm indicado que a aplicação de bioestimulantes favorece a absorção e a assimilação de nutrientes pelas plantas, levando à maior produtividade de proteína. Contudo, a influência dos fitohormônios na absorção e transporte de íons pode ser diversa e dependente de vários fatores, incluindo a época de aplicação.
Porém, o transporte de íons pode ser regulado pelos fitohormômios devido aos seus efeitos na abertura e fechamento de canais iônicos nas membranas celulares.
Um bioestimulante comercial, por exemplo, contém os fitohormônios auxina, citocinina e giberelina e é aplicado visando à melhoria da eficiência do uso de nutrientes pelas plantas, responsáveis por estimular processos naturais de nutrição para melhor absorção de tais elementos. Caracterizam-se, então, como uma maneira sustentável de aperfeiçoar a produção de sistemas de cultivo, diminuindo o uso de insumos químicos.
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Produtividade
Diversos resultados de pesquisa demonstram que algumas culturas têm obtido ganhos significativos na produtividade e incrementos no sistema radicular, como nos trabalhos de Klahold et al. (2006), Ávila et al. (2008) e Campos et al. (2008), em soja, que mostraram que os bioestimulantes podem influenciar a germinação e a biomassa da matéria seca das sementes e promover o crescimento das plantas em altura.
Santos et. al (2013), ao avaliarem o uso de bioestimulantes no crescimento de plantas de Zea mays L. (Milho), observaram que os bioestimulantes resultaram em efeitos positivos na maioria das características fisiológicas das plantas, sendo o melhor incremento da massa seca das raízes. Milléo e Zagonel (2002) trataram sementes de feijão com bioestimulante e concluíram que a aplicação promoveu maior absorção de potássio (K) e maior concentração de proteínas nos grãos.
Almeida & Saratto (2014), ao avaliarem o teor e acúmulo de nutrientes no feijoeiro em função da aplicação de bioestimulante, observaram que a aplicação do bioestimulante via semente, associada ou não à aplicação foliar, incrementou o teor e acúmulo de N na parte aérea do feijoeiro.
Tratamentos com o bioestimulante promovem resultados positivos quanto ao teor e acúmulo de K, Mg, Ca e S, principalmente quando aplicado via semente e/ou foliar, nos estádios V4 e R5.