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Cafeeiro estressado: recomendações para recuperação da planta

Crédito Satis

Harianna Paula Alves de Azevedo
Doutora em Fitotecnia e professora – Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais (Facica)
harianna_tp@hotmail.com
Mariana Thereza Rodrigues Viana
Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
marianatrv@gmail.com

A cafeicultura é um dos setores mais importantes no agronegócio brasileiro, porém, os cafeicultores estão cada dia mais se deparando com desafios para melhorar a produtividade e a qualidade do produto. Por ser uma cultura perene e bastante longeva, é interessante que o produtor busque alternativas para o manejo eficiente.

Tipos de estresse

São vários os estresses que a lavoura passa durante o ciclo. Inicia no transplantio das mudas em campo, uma vez que são retiradas dos ambientes favoráveis de viveiros e colocadas nas adversidades ambientais.

O principal estresse ocorre naturalmente na planta com a produção dos frutos, uma vez que esta apresenta uma alteração hormonal, além de voltar seus assimilados para o enchimento e maturação dos frutos.

Durante a colheita, principalmente quando mecanizada, pode haver grande dano nos ramos e perda de folhas. Pragas, doenças e competição com plantas daninhas causam estresse às plantas em diversos níveis, e o controle malfeito destas pode levar à intoxicação da planta de café.

As podas realizadas, desde drásticas para rejuvenescimento até os mínimos despontes, também são fontes de estresse para a planta. Estresses ambientais também são comuns nas regiões produtoras, como secas prolongadas ou chuvas em excesso, granizo e geadas.

Todos esses estresses geram as espécies reativas de oxigênio (EROs), e quando são acumulados tornam-se tóxicos às células e causam danos nos tecidos das plantas.

O que fazer?

Um dos principais manejos utilizados pelos produtores é a realização das análises de solo para manter as lavouras bem adubadas, pois plantas bem nutridas resistem melhor aos estresses.

Há sempre a tentativa de equilíbrio entre a adubação via solo e foliar, principalmente em relação aos custos dos produtos. O manejo hídrico das lavouras também auxilia na redução do estresse.

Em lavouras irrigadas minimiza as avarias causadas por períodos de seca prolongadas, e quando há previsões de geada, a irrigação também é de grande auxílio na prevenção de danos. Pode-se, ainda, realizar o estresse hídrico controlado, suspendendo a irrigação por 60 a 70 dias, entre junho e setembro, visando uniformizar a florada e, consequentemente, a maturação dos frutos, manejo interessante também por economizar água e energia.

Os produtos biestimulantes de plantas também estão sendo utilizados na recuperação de cafeeiros estressados, como é o caso dos aminoácidos, que são substâncias orgânicas formadoras das proteínas.

Eles agem em processos morfofisiológicos das plantas, assim, podem funcionar como precursores de hormônios ou ativadores de enzimas, gerando compostos que conferem tolerância aos estresses sofridos pelas plantas.

Os aminoácidos são mais eficientes quando utilizados de forma preventiva nas lavouras, para que, quando o café passar por algum estresse, eles já tenham induzido a tolerância. Quando utilizados em plantas já estressadas, o efeito não se apresenta satisfatório em relação ao preventivo.

Como fazer?

Crédito Coffee O’Melo

O critério para aplicação dos aminoácidos no cafeeiro varia principalmente de acordo com a região e as condições climáticas. Os produtos disponíveis hoje, no mercado, são a mistura de fertilizantes com aminoácidos. Assim, a aplicação deve seguir o que os fabricantes indicam para melhor eficiência e atingir o alvo de interesse, sendo via foliar ou solo.

No transplantio das mudas no campo, a utilização de aminoácidos auxilia no estabelecimento delas, reduz a mortalidade e melhora o crescimento radicular. Em lavouras produtivas, quando o cafeeiro já sofreu a injúria, o interessante é que a aplicação destes produtos seja imediata para evitar que o dano afete o desenvolvimento da planta.

A aplicação via foliar é uma boa alternativa para a recuperação dos principais estresses sofridos pelas plantas, pois estimula o metabolismo secundário.

No combate aos efeitos dos estresses as enzimas inibidoras de EROs são necessárias. A planta precisa absorver os nutrientes cobre, manganês, ferro e zinco para a produção destas enzimas, porém, os aminoácidos apresentam essa função de precursores enzimáticos.

Quando utilizados os nutrientes aliados aos aminoácidos, há uma potencialização dos efeitos.

Viabilidade

Em termos de custo-benefício dos produtos com aminoácidos, os valores variam de acordo com as empresas fabricantes e com os fertilizantes que vão nas misturas. Os extratos de algas são bastante utilizados como fonte de aminoácidos.

Embora possam onerar o custo de produção, os resultados nos cafeeiros que sofreram algum tipo de estresse são compensadores.

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