Com a colheita já iniciada, os produtores brasileiros de café deverão colher 58,81 milhões de sacas beneficiadas na atual temporada. O resultado é 6,8% ou 3,74 milhões de sacas acima da safra colhida em 2023, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Iniciada em abril, a safra está programada para continuar até setembro.
Até o momento, a colheita está indo bem, porém, há um problema notável de maturação desuniforme dos grãos. Normalmente, a maioria dos frutos estaria madura neste estágio, mas atualmente há uma mistura de frutos maduros, secos e outros em diferentes estágios de maturação na mesma planta. Essa desuniformidade está dentro do esperado em termos de produção, mas pode trazer complicações adicionais para a qualidade da bebida.
A diferença de maturação ocorre, principalmente, por conta das mudanças climáticas, que têm afetado significativamente a produção de café nos últimos tempos. No ano passado, houve uma combinação de chuva, seca e temperaturas elevadas fora de época, especialmente no segundo semestre. Essas condições climáticas adversas impactaram a floração das plantas, resultando em múltiplas floradas, o que contribuiu para a maturação desuniforme dos grãos.
Por isso, o momento ideal de colheita e a questão da umidade são importantes e estão associados para garantir a qualidade do grão. A colheita deve ocorrer quando há baixa percentagem de frutos verdes, em torno de 20% dos frutos, para que não haja perdas significativas. Já em relação à umidade, os grãos precisam ter entre 55% e 70% de umidade.
O coordenador técnico estadual da Emater, em Belo Horizonte (MG), Willem Guilherme de Araújo, explica que quanto menor a umidade, melhor para a qualidade do café.
Para armazenamento, a umidade dos grãos deve estar entre 10,8% e 11%. “Umidade abaixo de 10% pode resultar em grãos quebradiços, afetando o rendimento durante o beneficiamento e a torrefação. Grãos com muita água apresentam problemas na formação dos açúcares, resultando em perda de doçura e maior propensão à fermentação indesejada, o que impacta negativamente o sabor”, afirma Willem.
Ele enfatiza a importância da medição exata da umidade dos grãos para preservar sua qualidade. “Hoje em dia, uma quantidade significativa de produtores adota medidores de umidade modernos, apesar da persistência do método tradicional de capacitância no mercado. Em contrapartida, nos portos, emprega-se o método de curvas para determinar a umidade do café antes do seu embarque para exportação”, explica ele. Esta prática assegura que o café mantenha suas características ideais, garantindo assim a reputação do produto brasileiro no exterior.
“É importante que a medição seja feita corretamente, com o aparelho calibrado, para que não haja equívocos”, reforça Willem, acreditando que a tendência é que, futuramente, o uso de aparelhos de medição de umidade se torne padrão em todos os armazéns e compradores de café.
A empresa Loc Solution, detentora da marca Motomco de medidores de umidade, mantém parceria com várias entidades, cafeicultores e estabelecimentos compradores de café. O diretor comercial da empresa, Gedor Vieira, observa que a Motomco possui aparelhos de altíssima precisão, para todos os tipos de grãos e necessidades.
Para medir a umidade existem vários medidores no mercado que podem fornecer resultados rapidamente. Porém, para proteger as atividades comerciais, os medidores de umidade precisam estar homologados (Portaria 402/2013 Inmetro), conforme os locados pela Loc Solution.
Gedor destaca que, no caso de grãos de café, o maior benefício de se utilizar um medidor de umidade é que ele fornece uma porcentagem de umidade muito mais confiável do que a simples inspeção visual, já que um grão seco na superfície ainda pode conter umidade por dentro.
“A adoção de métodos modernos de medição de umidade beneficia tanto os produtores quanto à indústria, mantendo a integridade e o sabor do café ao longo de todo o processo produtivo”, aponta.