Citricultores das regiões norte e noroeste do Estado de São Paulo relataram nos meses de julho e agosto o aparecimento de novos casos de morte súbita dos citros (MSC), doença que provoca, em muitos casos, o definhamento e a morte repentina da planta carregada de frutos.
Os casos foram registrados em OlÃmpia, Guapiaçu, Barretos, Paranapuã e São João das Duas Pontes. Nestes dois últimos municípios, esses foram os primeiros relatos de ocorrência da doença.
Identificada no Sul do Triângulo Mineiro em 2001, a MSC agora está presente em 13 municípios do Triângulo Mineiro e em 35 do Norte e do Noroeste de São Paulo. A doença não foi relatada nas outras regiões citrícolas do Estado paulista.
De acordo com o pesquisador do Fundecitrus, Renato Beozzo Bassanezi, em anos com alta quantidade de frutos nas plantas e inverno com um período de seca prolongado, como o atual, os sintomas de MSC aparecem mais rapidamente e são mais agressivos.
Sintoma e manejo
O sintoma caracterÃstico da doença e que confirma o seu diagnóstico é a cor amarela, tendendo para o alaranjado, que aparece na parte interna da casca do porta-enxerto, logo abaixo do local de enxertia, e que é visÃvel ao retirar a casca e raspar as suas camadas internas.
Outros aspectos facilmente observados pelos citricultores são a perda generalizada do brilho das folhas por toda a copa da planta, acompanhada por desfolha parcial, e a ausência de brotações no porta-enxerto e na parte interna da copa. “A doença afeta todas as variedades de laranja enxertadas em limoeiros Cravo, Volkameriano e Rugoso, portanto, deve-se evitar o plantio nesses porta-enxertos nas regiões onde a doença está presente“, diz Bassanezi.
A solução é plantar mudas em porta-enxertos tolerantes, como Citrumelo Swingle e as tangerinas Cleópatra e Sunki. Neste caso, deve-se lembrar que plantas enxertadas nestes porta-enxertos são menos tolerantes ao déficit hídrico do que as enxertadas em limoeiro Cravo e devem ser irrigadas para produzirem melhor.