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Cochonilha: duplo dano ao abacaxi

Cochonilha: duplo dano ao abacaxi. Confira no artigo os danos causados pela doença no abacaxi, os sintomas e como controlar.

Foto: Shutterstock

Leila Aparecida Salles Pio
PhD em Genética e Melhoramento de Plantas e Fitotecnia e professora de Fruticultura Tropical – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
leila.pio@ufla.br
Ana Claudia Costa Baratti
PhD em Agricultura e professora de Fruticultura Subtropical – UFLA
anaclaudia.costa@ufla.br

Um dos maiores problemas da cultura do abacaxi atualmente e que contribui para uma baixa produtividade desta cultura é a infecção pelo complexo de vírus associado à murcha (Pineapple mealybug wiltassociated virus, PMWaV), transmitido pela cochonilha Dysmicoccus brevipes (Hemiptera: Pseudococcidae).

Essa cochonilha é uma praga de grande importância para a cultura do abacaxizeiro, pelos danos decorrentes de sua alimentação, ocasionando o enfraquecimento das plantas, além de estar associada a uma doença de origem virótica, conhecida como murcha-do-abacaxizeiro.

Danos

Esse complexo cochonilha x murcha-do-abacaxizeiro pode ocasionar perdas na produção da ordem de 70% e, ainda, promover o abandono de muitas áreas cultivadas devido à dificuldade que os produtores encontram para lidar com este problema.

Os abacaxizeiros são infestados pela cochonilha por meio de mudas contaminadas ou ainda devido ao deslocamento desse inseto das raízes das gramíneas e de outras plantas hospedeiras que crescem às margens da cultura.

Disseminação

A praga ocorre em todo o ciclo da cultura, no entanto, os períodos mais quentes e úmidos são mais favoráveis ao desenvolvimento deste inseto, porém, a fecundidade e longevidade da cochonilha são afetadas pela pluviosidade elevada. Após períodos de chuva prolongados geralmente ocorre um decréscimo na infestação da praga.

As fêmeas dessa cochonilha apresentam coloração geral rósea, corpo oval e recoberto por uma secreção pulverulenta de cera branca. Tanto os insetos adultos quanto as ninfas vivem em colônias e localizam-se nas raízes e axilas das folhas, contudo, quando a colônia sofre um grande aumento populacional, também podem ser observados nos frutos do abacaxizeiro, nos pedúnculos e nas mudas que crescem ao redor do fruto e ainda nas inflorescências.

Ela vive em simbiose com várias espécies de formigas doceiras que se nutrem de uma substância adocicada produzida pelas cochonilhas e, em troca, protege suas colônias e auxilia sua dispersão de hospedeiros nativos e restos de abacaxizeiros para os novos plantios.

As epidemias de murcha do abacaxizeiro são decorrentes da introdução de cochonilhas que, quando colonizam plantas infectadas com vírus, adquirem o mesmo e o transmitem para uma planta sadia.

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Sintomas

O vírus da murcha do abacaxi causa prejuízos de dois modos: levando a planta à morte, antes mesmo da frutificação, ou impedindo a frutificação normal pelo elevado número de frutos refugos.

Os primeiros sintomas desta murcha são causados na folha, onde se observa uma descoloração que, de verde, passam a vermelho-bronzeada, posteriormente a rosa-vivo e amarelada.

As folhas perdem sua turgescência e há aparecimento de manchas mais ou menos necróticas. Na sequência, tornam-se beges e à medida que vão mudando a coloração, perdem a rigidez, até se dobrarem para baixo e os ápices ficarem secos e retorcidos.

Ao arrancar a planta, nota-se que o sistema radicular se encontra totalmente debilitado e raramente são localizadas as cochonilhas, que migram para outras plantas à procura de alimento.

No local de alimentação das cochonilhas, de cinco a 12 dias após o início da alimentação, ocorre o aparecimento de manchas circulares verdes de tonalidade mais pronunciada que a cor normal da folha. Essas indicam a presença da cochonilha nas plantas de abacaxizeiro.

Controle

O emprego de mudas de qualidade é a forma mais eficiente de prevenir a disseminação da cochonilha do abacaxi de uma região para outra. Faz-se necessário adotar algumas medidas para o controle integrado desse inseto-praga, tais como: destruir os restos do cultivo anterior, evitando novos focos de infestação; utilizar mudas provenientes de áreas que tenham bom estado fitossanitário.

Após a colheita das mudas, mantê-las expostas ao sol (cura) sobre a planta mãe durante alguns dias. O tratamento das mudas por imersão em uma calda inseticida-acaricida deve ser feito, caso as mesmas sejam oriundas de áreas infestadas pelo inseto-praga.

É importante, também, fazer o controle das formigas doceiras. O controle biológico também pode ser utilizado e é uma alternativa promissora no manejo desta praga, sendo o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana eficiente para o controle das ninfas do inseto.

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