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sábado, abril 27, 2024
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Como proteger o ‘Ouro Verde’?

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A OroraTech, startup Alemã de sistemas de monitoramento ambiental de tecnologia NewSpace, auxilia a maior produtora de papel do Brasil, a Klabin, a proteger o seu “Ouro Verde”, ou seja, as florestas da companhia.

As árvores plantadas são a matéria-prima dos produtos da Klabin e a adoção de tecnologias para monitoramento via espaço aceleram o tempo de resposta, que é crucial para o combate a incêndios.

Para contextualizar o leitor, é preciso dizer que o Brasil, o quinto maior país do mundo em área, além de um paraíso tropical com praias arenosas e vegetação exuberante, também é conhecido internacionalmente como um dos países mais produtivos para o plantio de árvores.

As mais comuns são o eucalipto e o pinus. Surpreendentemente, aqui elas crescem muito mais rápido do que em suas regiões de origem – Austrália e América do Norte. As razões disso são as condições ideais do solo e o clima brasileiro.

As árvores são usadas principalmente para a produção de celulose (para papel e embalagem) e móveis. É por isso que o maior produtor de papel do Brasil, Klabin, está colocando a proteção de seu ouro verde como sua principal prioridade.

Florestas que são três vezes maiores do que a cidade de São Paulo

Proteger florestas contra incêndios é difícil, especialmente se elas cobrem grandes áreas, como as florestas da Klabin. Se combinadas essas áreas, o território florestal da Klabin seria quase três vezes maior que São Paulo, a maior cidade brasileira.

Para proteger tudo isso, no passado a empresa contava com torres de vigilância que monitoravam as florestas 24 horas por dia, procurando por sinais de fumaça ou outras irregularidades. A comunidade local também atuava como um mecanismo de apoio à rede de torre de vigia, notificando os bombeiros da Klabin quando um incêndio ocorria.

Contudo, este método provou ser pouco eficaz para combater o fogo, por três razões principais: em primeiro lugar, o tempo de resposta relativamente longo na identificação da fonte de calor. Em segundo lugar, dificuldades em rastrear a localização exata do incêndio e, em terceiro lugar, condições meteorológicas imprevisíveis no momento da ocorrência de incêndio.

“Uma vez que começamos a expandir e adquirir novas áreas florestais, a questão do incêndio tornou-se ainda mais urgente”, diz Clewerson Frederico Scheraiber, consultor do sistema de informações geográficas da Klabin. “A expansão dos negócios, combinada com os períodos de clima seco na região, levou a um aumento no número de incêndios florestais, e decidimos que precisávamos mudar nossa abordagem no combate ao fogo. Era hora de olhar para novas tecnologias e soluções”.

Velhos problemas, novas soluções

“As principais razões para escolher uma solução baseada em espaço com dados infravermelhos térmicos foram a possibilidade de receber notificações em tempo real, o custo-benefício da plataforma e a interface fácil de usar. Acreditamos que o Serviço de Incêndio Florestal da OroraTech é uma solução completa de combate a incêndios, o único atualmente disponível no mercado”, diz Scheraiber.

Entre os recursos especialmente úteis está a capacidade de usar dados meteorológicos e exportá-los para outras plataformas.

 Dados meteorológicos mostraram-se especialmente cruciais este ano, quando muitos eventos climáticos extremos afetaram o PIB dos países. Estima-se que o PIB agrícola do Brasil caiu 8% no primeiro trimestre de 2022, devido a uma seca severa no Sul do País causada por um raro episódio triplo de La Niña.

Cientistas alertam que mudanças climáticas podem fazer com que a região sul do Brasil, uma fortaleza do agronegócio, tenha perdas frequentes e generalizadas de culturas.

Protegendo o Ouro Verde

Brasil foi o primeiro país latino-americano a incluir restauração florestal em seu compromisso do Acordo de Paris sobre o Clima. Seus líderes rapidamente começaram a trabalhar para revitalizar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, por isso não é de admirar que o país seja o lar de muitas florestas comerciais, incluindo as florestas da Klabin.

A produtividade das florestas de eucalipto da Klabin é alta – 54 m3 por hectare por ano, enquanto a média nacional do Brasil é de 35 m3/ha/ano. Suas florestas de pinus têm produtividade de 39 m3/ha/ ano, maior que a média nacional de 31 m3/ha/ano. A combinação de condições naturais favoráveis, como chuvas e temperaturas ideais nas regiões onde as florestas são plantadas, com programas de proteção florestal, ajuda a explicar a alta produtividade.

A Klabin é o maior produtor de papel, exportador e reciclador no Brasil. Possui mais de 284 mil hectares de florestas plantadas e mais de 265 mil hectares de florestas nativas preservadas.

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Foi a primeira empresa do setor de celulose e papel no Hemisfério Sul a ter suas florestas certificadas pelo FSC® (Forest Stewardship Council), atestando o fato de que a empresa executa suas atividades dentro dos mais altos padrões possíveis de conservação ambiental e sustentabilidade socioeconômica.

Portanto, naturalmente as florestas – sendo a matéria-prima dos produtos – são vistas como o ativo e recurso mais valioso da empresa. A proteção rápida e eficiente do “ouro verde” é o coração dos valores da empresa.

Necessidade de uma imagem conectada

No início do monitoramento de incêndios, os instrumentos analógicos dominaram o cenário, mas agora os melhores resultados são alcançados combinando diferentes conjuntos de dados.

“Recentemente integramos nosso sistema de monitoramento de câmeras ao Serviço de Incêndios Florestais. Isso nos ajudará a detectar os incêndios ainda mais rápido, pois podemos identificar o ponto de fogo exato. Estou confiante de que aumentará o tempo de detecção de fogo, salvar nossas florestas e minimizar o perigo para nossos funcionários”, diz Clewerson Frederico Scheraiber.

“A Klabin é um dos nossos primeiros clientes no Brasil”, diz Mariana Stang, gerente de desenvolvimento de negócios da OroraTech. “Juntos, temos colaborado com o sucesso no desenvolvimento da solução de combate a incêndios florestais e, como resultado, lançamos novas ferramentas e melhorias para o setor florestal comercial”.

“Florestas, para mim, são uma história pessoal. Por muitos anos, durante meus estudos em Engenharia Florestal, visitei as florestas da Klabin no Estado de Santa Catarina para desenvolver projetos de pesquisa e aulas práticas. Foi aí que aprendi sobre a abordagem da empresa em colaborar com projetos de pesquisa e priorizar a inovação”, conclui Mariana.

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