Raimes Basílio Silva
Consultor Agrícola da TOMATE BR
Transporte e armazenamento adequados são essenciais para preservar a qualidade e a frescura do tomate, seja para mesa ou indústria. O tomate é uma fruta altamente perecível e, se não for manuseado corretamente, pode perder sua textura, sabor e valor nutricional rapidamente.
Aqui estão algumas diretrizes para realizar o transporte e processamento correto do tomate in natura:
Seleção de tomates de qualidade: escolha tomates que estejam maduros, mas não excessivamente maduros ou machucados. Tomates com cortes, rachaduras ou áreas podres devem ser evitados, pois podem acelerar a motivação.
Cuidados de manipulação: durante o transporte, evite colocar peso excessivo sobre os tomates, pois isso pode causar danos. Além disso, manuseie-os com cuidado para evitar lesões que possam levar à tristeza.
Embalagem adequada: utilize embalagens testadas e resistentes para proteger os tomates durante o transporte. Caixas de papelão ou plástico com ventilação são boas opções, pois permitem a circulação de ar e evitam o acúmulo de umidade.
Controle de temperatura: os tomates são sensíveis à temperatura. Durante o transporte, mantenha-os em um ambiente fresco, mas não muito frio. A temperatura ideal fica em torno de 12 a 15°C. Evite armazená-los próximo a fontes de calor ou em ambientes turísticos quentes.
Evite a exposição direta ao sol: a luz solar direta pode acelerar o amadurecimento e a motivação do tomate. Mantenha-os protegidos da luz solar direta durante o transporte.
Armazenamento adequado: ao chegar ao local de armazenamento, certifique-se de que esteja limpo, fresco e bem ventilado. Verifique se não há gases ou produtos químicos voláteis prejudiciais nas proximidades, pois esses podem acelerar a causa.
Separação de produtos químicos: armazene os tomates separadamente de outros produtos que liberem etileno, como bananas, maçãs e abacates. O etileno é um gás natural que promove o amadurecimento, e a exposição a fontes de etileno pode acelerar o processo de amadurecimento dos tomates.
Verificação periódica: durante o processamento, verifique regularmente o estado dos tomates. Retire todas as frutas maduras ou danificadas para evitar que amadureçam demais e contaminem o restante.
Controle de umidade: embora os tomates precisem de um ambiente com alguma umidade, o excesso de umidade pode favorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias. Mantenha o local de armazenamento limpo e seco.
Rotação de estoque: ao armazenar tomates por um longo período, utilize o princípio de “primeiro a entrar, primeiro a sair” para garantir que os tomates mais antigos sejam utilizados antes dos mais recentes, evitando o desperdício.
Seguindo essas orientações, você pode garantir que os tomates se mantenham frescos, saborosos e com alta qualidade durante o transporte e o armazenamento, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores.
Cadeia industrial
Considerando a cadeia de tomate industrial como um todo, entre os maiores desafios, está a adequação de frota para o transporte de tomate in natura do campo à indústria e a relação do custo do transporte e o volume de tomate transportado.
O formato do caminhão e da sua carroceria tem que ser adaptado para a cadeia do tomate e a época de safra e essa necessidade impacta diretamente no custo total.
Por isso, se faz tão importante um bom planejamento por parte da indústria e de todos os stakeholders. Há, inclusive, algumas transportadoras se especializando em transporte de tomate, o que nos mostra que temos uma cadeia em estruturação.
Planejamento do transporte e armazenamento
O processo de maturação contínua não é um problema, porque temos os cronogramas, onde plantamos em escala e colhemos também em escala. A maturação do tomate é concentrada, e é muito rápido o processo entre a lavoura e o processamento. São 24 horas entre o tomate ser colhido e processado, ou seja, é uma cadeia bem amarrada.
Transporte
O transporte do tomate industrial é feito a granel, e o descarregamento por processo híbrido nas fábricas.
A temperatura influencia na degradação do fruto durante o transporte. Quanto mais quente, mais acelerado é o processo de degradação.
No entanto, o transporte é muito ágil, ou seja, o tempo entre a colheita e o processamento na indústria é inferior a 24 horas. Então, a perda não é tão significativa assim, porque a logística do tomate industrial deve ser próxima das fábricas, no máximo entre 200 e 230 km da origem.
Assim, o transporte é feito de acordo com a demanda de escala, produção, volume processado por dia, colheita e disponibilidade de fruto, além de maturação. Essa é uma cadeia bem amarrada.
Importante ressaltar o respeito às condições de transporte e acondicionamento, que são muito relevantes para se obter a qualidade do fruto.