A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) já ultrapassa em 20% o número de exportações de café em comparação a 2020, quando houve registro de recorde absoluto. De acordo com a cooperativa, até o momento já foram embarcadas mais de 310 mil sacas de 60kg, o que representa mais de R$ 350 milhões, e a expectativa é que até o final deste ano sejam exportadas em torno de 480 mil sacas. A previsão é que a próxima safra seja ainda melhor para a cooperativa vanguardista. Atualmente, a região produz cerca de 15% do café de todo o país.
Os bons resultados vêm em um período marcante para Expocacer, que completa 30 anos de atividade e exporta para 30 países. Para Fernando Beloni, presidente da Expocacer, os resultados registrados este ano decorrem de um trabalho harmônico com a sociedade e o meio ambiente. “Reconhecemos as transformações globais e as tendências emergentes de mercado. Unimos isso à conservação dos sistemas agrícolas e ecossistemas nos quais o café é cultivado, o que é a chave para termos uma vasta produção e cafés de qualidade, o que cada vez mais chama atenção dos países ao redor do mundo.”
De acordo com a pesquisa Global Consumer Insights Pulse, realizada em 25 países pela PwC, as preocupações com ESG, atualmente, influenciam a decisão de compra de metade dos consumidores. A tendência, que veio para ficar, também explica por que a cooperativa tem atraído amplo interesse em seus projetos únicos na cafeicultura regenerativa e com carbono neutro.
Além de atender às demandas dos consumidores conscientes, o café produzido com práticas regenerativas estabelece relações comerciais mais éticas e justas ao longo da cadeia produtiva, em sintonia com a agenda de sustentabilidade do mercado. No ano passado, a cooperativa exportou o primeiro café industrializado com certificação de agricultura regenerativa do mundo, e agora conseguiu obter o selo para mais doze cooperados. O grupo responde por 21 fazendas, o equivalente a 4.644 hectares – sendo 2.364 hectares, nessa área, de cafés certificados. A auditoria é realizada pela Regenagri®, um programa internacional que tem como objetivo garantir a saúde e a preservação do solo, com certificação da inglesa Control Union.
Impacto
A cafeicultura regenerativa adota práticas que visam preservar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade, proteger recursos hídricos e promover a resiliência dos sistemas agrícolas. Dentre as vantagens das práticas regenerativas estão: preservação da flora e fauna, redução de custos, diminuição da poluição, maior qualidade do café, maior resistência às mudanças climáticas e redução do desmatamento.
“Nossa estratégia está alinhada às demandas emergentes, não apenas no mercado de cafés, mas principalmente com um olhar para a cadeia de produção e consumo. Enfatizamos o fomento a ideias regenerativas através de diálogos transparentes, a promoção da colaboração, o compromisso com a equidade e a conscientização sobre o impacto positivo no futuro das pessoas e do planeta”, diz Simão Pedro de Lima, diretor superintendente da Expocacer.