Um dos pontos polêmicos nas negociações da COP28 era a referência à eliminação dos combustíveis fósseis no documento final da Conferência. O texto aprovado fala em transição, ou seja, redução do consumo de combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa, que agravam a crise climática. O objetivo é impedir que o aquecimento global ultrapasse a marca de 1,5°C, para evitar o colapso climático, segundo a ONU.
Assim como para os ambientalistas e especialistas em clima, a descarbonização da economia é uma das prioridades para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A transição para uma economia de baixo carbono requer a ação conjunta dos setores público e privado para implementar ações, programas e tecnologias que visem contribuir para a descarbonização do país.
Indústria em Dubai
O setor industrial brasileiro participou da COP28 com a maior delegação da história. A CNI promoveu uma intensa agenda de atividades com apresentação de cases de sucesso da indústria e painéis sobre temas como descarbonização da indústria, bioeconomia, desenvolvimento sustentável, entre outros.
Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, participou da COP28 e avalia a participação da instituição na Conferência. “A programação da CNI foi pautada pela estratégia de baixo carbono. Falamos muito sobre transição energética, mercado de carbono, economia circular e também sobre uma agenda de economia mais centrada na biodiversidade e na bioenergia. A agenda da CNI teve uma relação muito forte com os temas centrais discutidos na COP 28”, destacou.
Bomtempo falou também sobre o financiamento climático, outro tema muito debatido em todas as edições da COP. “Vários avanços aconteceram na COP28, a começar pela questão do financiamento, uma agenda transversal que é importante no contexto internacional e também para o setor industrial brasileiro. O fundo que apoia a transição verde nos países mais vulneráveis deve ser implementado a partir de 2024”.
Sobre os próximos passos da indústria brasileira, Davi Bomtempo explicou que a estratégia da CNI está definida. “O que a gente precisa agora é vincular a estratégia a um nível mais operacional, para implementar todo o plano. Vamos vincular isso a grandes projetos, por exemplo, para a transição energética. Então, trabalhamos em projetos que vão viabilizar um combustível do futuro como o hidrogênio de baixo carbono. Queremos pavimentar esse caminho para que o empresário brasileiro possa operar com segurança jurídica e com regras claras para viabilizar os investimentos e a geração de empregos”.
No encerramento da COP28 foi confirmado que o Brasil vai sediar a COP30, em 2025. Belém, capital do Pará, vai receber a principal conferência sobre clima do mundo, realizada pela ONU. “A indústria mostra que cada vez mais ela é parte da solução. Por meio de tecnologia e de inovação, ela vem modernizando o seu parque industrial. Temos no radar três pontos para o setor trabalhar até a COP30: descarbonização, financiamento e capacitação”, concluiu Bomtempo.
Sobre o Projeto Indústria Verde
O Indústria Verde é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para apresentar as contribuições da indústria brasileira à agenda ambiental. A indústria é parte da solução no desenvolvimento sustentável. O setor produtivo é um dos pioneiros a assumir a responsabilidade de estimular a implementação dos compromissos climáticos no país.