O mercado de bionematicidas no Brasil apresentou um crescimento significativo, movimentando cerca de R$ 1,15 bilhão, de acordo com um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN).
A pesquisa revelou que a cultura mais afetada é a soja, sendo responsável por metade das perdas nas lavouras de leguminosas, totalizando cerca de R$ 16 bilhões.
É importante destacar a importância da identificação dos nematoides fitopatogênicos para o manejo integrado eficiente. A amostragem adequada dos nematoides é a base desse manejo, permitindo que o produtor direcione suas ações de controle, como rotação de culturas, uso de cultivares resistentes, nematicidas químicos e bionematicidas.
Outro estudo realizado por uma empresa de consultoria e pesquisa de mercado revelou que os bioinsumos tiveram um crescimento de 67% na safra 2021/22, movimentando R$ 2,9 bilhões. Entre as categorias mais comercializadas, os bionematicidas representaram a maior parte, com R$ 1,15 bilhão, correspondendo a 40% do total.
Esse mercado está em expansão e promete trazer muitas inovações nos próximos anos, graças à profissionalização do setor e aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, resultando em produtos altamente eficientes.
Não confunda
No entanto, é importante ressaltar que nem todas as bactérias são nematicidas e nem todas as bactérias nematicidas são eficientes contra todas as espécies de nematoides. O processo cria um ‘escudo biológico protetor’, conhecido como biofilme, mas a seleção correta dos agentes nematicidas é fundamental para obter resultados eficazes contra os nematoides.
A adoção de produtos biológicos pelos agricultores brasileiros está em constante crescimento, oferecendo uma ampla variedade de tecnologias que atendem às suas necessidades.
Nos últimos 30 anos, observou-se um aumento significativo no registro de biodefensivos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em 2020, foram aprovados no Brasil 96 novos produtos, o que corresponde a 22% de todos os biodefensivos disponíveis no País, marcando um marco importante nessa área.
De acordo com a CropLife, esse interesse crescente pelos biodefensivos também impulsionou o investimento em pesquisa e desenvolvimento, resultando em uma maior oferta de ativos biológicos, formulações inovadoras e técnicas avançadas de aplicação.
Além disso, a eficácia e o tempo de prateleira aprimorados têm contribuído para a adoção cada vez maior desses produtos pelos produtores.
Integração de métodos
Uma das características dos biodefensivos é sua integração com defensivos químicos, por meio do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Eles não só atuam como medida de prevenção e controle de pragas e doenças, mas também desempenham um papel estratégico na prevenção da resistência biológica aos defensivos químicos.
Os biodefensivos desempenham um papel fundamental no aumento da produtividade, na preservação de tecnologias e na conservação do meio ambiente, representando soluções inovadoras para a agricultura sustentável.
Em números
Globalmente, a adoção de biodefensivos pelos agricultores movimentou mais de US$ 5 bilhões em 2020, com um crescimento anual de 14,4%. Com a crescente demanda dos consumidores por alimentos livres de resíduos químicos e a necessidade de manejo de resistência no campo, estima-se que os biodefensivos movimentem pelo menos US$ 8 bilhões até 2025.
O Brasil se destaca como líder na adoção de biodefensivos na América Latina, apresentando um crescimento superior à média global. O uso desses produtos nas grandes culturas, como soja, milho, cana-de-açúcar, algodão e café, impulsionou o aumento significativo na comercialização de biodefensivos.
Nos últimos anos, o mercado brasileiro passou por um processo de consolidação, com o interesse de grandes players em soluções biológicas, industriais e plataformas de distribuição.
Atualmente, existem 433 produtos autorizados para uso de biodefensivos no Brasil, um número significativamente maior em comparação a 2013, quando eram apenas 107. Os produtores estão buscando soluções integradas de manejo, combinando defensivos químicos e biológicos, juntamente com boas práticas agronômicas, como o MIP, para garantir a sustentabilidade e a proteção das tecnologias.
No mercado brasileiro, a indústria de produtos biológicos registrou um faturamento superior a 1,179 bilhões de reais em 2020, um aumento de 75% em relação a 2019. Os bionematicidas lideram esse valor de produtos biológicos comercializados, representando 14% dos biodefensivos registrados, seguidos pelos bioinseticidas e biofungicidas.
Destaca-se também o crescimento dos biodefensivos para tratamento de sementes, que representaram 19% do faturamento em 2022 e têm expectativa de crescimento ainda maior em 2023.
A CropLife tem sido uma importante instituição no desenvolvimento e promoção dos produtos biológicos no Brasil, contribuindo para o avanço desse setor e fornecendo suporte aos produtores agrícolas na adoção dessas soluções inovadoras.