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quinta-feira, março 28, 2024
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Cuidados do plantio

Lafayette Franco Sobral lafayetta.sobral@embrapa.br

Humberto Rollemberg Fontes humberto.fontes@embrapa.br 

Fernando Luis Dultra Cintrafernando.cintra@embrapa.br

Engenheiros agrônomos e pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros

Coco – Fotos: Shutterstock

As sementes de coco devem ser colhidas completamente maduras, com 11 a 12 meses de idade, e estocadas à sombra por 15 a 20 dias para completar a maturação. Os germinadouros devem ser instalados preferencialmente em solos arenosos, abertos com, aproximadamente, 20 cm de profundidade, 1,0 m de largura e comprimento variável em função do número de sementes, as quais devem ser posicionadas verticalmente, observando-se uma densidade de 15 a 20 sementes/m2.

A irrigação deve ser realizada de forma que se mantenha uma lâmina d’água de 200 mm/mês. Entre os germinadouros, recomenda-se manter um espaço de, aproximadamente, 1m de largura para realização dos tratos culturais. As sementes não germinadas até o terceiro mês ou com problemas de desenvolvimento devem ser eliminadas.

Após quatro a seis meses da instalação do germinadouro, as mudas podem ser transplantadas diretamente para o campo, em média com três a quatro folhas vivas, ocasião em que se realiza a poda total das raízes.

Plantio

A cova pode ser aberta manualmente ou com broca acoplada ao trator, com dimensões que variam entre 60 e 80 cm de profundidade, devendo ser preenchida com solo de superfície, adicionando-se 3,0 kg/cova de torta de mamona ou o equivalente em esterco ou outra fonte orgânica, e 800 g de superfosfato simples.

Em áreas de solos muito arenosos, recomenda-se a utilização de uma ou mais camadas de cascas de coco como forma de aumentar a retenção de água dentro da cova e favorecer o crescimento das raízes.

O plantio do coqueiro-anão é realizado utilizando-se o sistema em triângulo equilátero com 7,5 m de lado, totalizando 205 plantas/hectare. Há aumento de 15% no número de plantas por área nesse sistema em relação ao sistema em quadrado, porém, são menores as possibilidades de consorciação de culturas, por causa do aumento do sombreamento das entrelinhas de plantio observado a partir do quarto ano.

Quando se pretende realizar o plantio em sistema solteiro, a recomendação é que a linha principal de plantio obedeça ao sentido norte-sul, favorecendo, assim, a maior insolação dos coqueiros. No caso de plantio consorciado com outras culturas, a recomendação é utilizar o sistema em quadrado ou retângulo, observando o sentido leste-oeste para a linha principal de plantio do coqueiro, favorecendo a maior insolação das culturas consorciadas.

No plantio, deve-se ter o cuidado de não enterrar o coleto da planta e de manter uma cobertura morta na zona do coroamento para reter a umidade do solo, favorecendo ainda o controle de plantas invasoras. Um mês após o plantio da muda em campo, já podem ser observadas emissões de novas raízes, oportunidade em que poderá ser realizada a primeira adubação, utilizando-se fertilizantes nitrogenados e potássicos.

O controle da vegetação de cobertura nas entrelinhas, linhas e zona de coroamento do coqueiro, é de fundamental importância para reduzir a competição por água e nutrientes, possibilitando assim que a planta alcance bom desenvolvimento e produção.

O controle das plantas infestantes deve-se concentrar no período seco, quando a competição por umidade do solo alcança níveis críticos.

Para a eliminação da vegetação natural na zona de coroamento, pode-se optar pela capina manual com enxada, ou mesmo a utilização da cobertura morta com cascas de coco, folhas e demais restos de cultura. Esta zona corresponde à área de projeção da copa, que na planta adulta chega a atingir 2 m de raio, onde se concentra a maior densidade de raízes.

Roçagem e controle de ervas daninhas

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A utilização da roçagem mecânica da vegetação espontânea estimula o desenvolvimento de gramíneas entre as plantas de cobertura, aumentando consequentemente a competição por água e nutrientes com os coqueiros.

Embora bastante utilizada em plantios irrigados e/ou em áreas que não apresentam déficit hídrico, o aumento da densidade da cobertura vegetal com gramíneas nas entrelinhas implica normalmente em aumento da competição por nitrogênio. Em áreas não irrigadas poderá ocorrer também comprometimento no desenvolvimento das plantas em função da competição por umidade do solo.

As aplicações de herbicidas são realizadas principalmente na zona do coroamento ou nas faixas de plantio, utilizando-se produtos à base de glyphosate, pela sua baixa toxidez ao coqueiro e maior eficiência no controle de uma ampla faixa de espécies de plantas daninhas. Convém ressaltar que o coqueiro apresenta alta sensibilidade a produtos de origem hormonal, tais como, 2,4 D e Picloram, e por isso devem ser evitados.

Adubação

A cultura do coqueiro apresenta produção contínua durante todo o ano. Portanto, necessita de adubação equilibrada. A determinação das necessidades de adubação pode ser realizada por meio da análise de fertilidade de solo como também das folhas. As amostras de solo devem ser coletadas na projeção da copa dos coqueiros, tomadas entre 0 a 20 e 20 a 40 cm de profundidade, onde se concentra grande parte das raízes.

Recomenda-se ainda que, para avaliação da necessidade de calagem, sejam coletadas amostras de solo nas entrelinhas à profundidade de 0 a 20 cm. Com relação à coleta de amostras para análise foliar, a orientação é que seja realizada selecionando-se as folhas 4, 9 e 14, a depender da idade e do desenvolvimento das plantas. As recomendações de adubação para a cultura do coqueiro-anão irrigado, durante as fases de formação e produção, encontram-se disponíveis na forma de tabelas as quais consideram os teores de nutrientes no solo e nas folhas de acordo com seus respectivos níveis críticos e expectativa de produção do coqueiral.

 O software FertOnline, desenvolvido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros e disponível gratuitamente no portal www.embrapa.br/tabuleiros-costeiros, auxilia o produtor na recomendação adequada das dosagens. O usuário entra com os teores dos nutrientes no solo e na folha e obtém as quantidades de fertilizantes a serem aplicadas.

Potássio em coqueiro

O potássio é exportado em grandes quantidades nos frutos do coqueiro. Um coqueiro produzindo de 130 kg planta-1 ano-1 exporta 110,39 kg ha-1 de K. Isto significa que o K exportado pela produção de frutos precisa ser reposto pela adubação.

Em função desta grande exportação, a interpretação de resultados da análise foliar precisa ser feita com cuidado. Coqueiro de baixa produção tem altos teores de K na folha, pois, não está havendo exportação do nutriente. Coqueiros de alta produtividade como é o caso dos anões irrigados, os teores foliares de K precisam ser monitorados, pois produtividades de 200 frutos planta-1 ano-1 exportam muito potássio, daí sempre o potássio está baixo e precisa ser reposto constantemente. Este fato leva a conclusão errônea que “a aplicação de K no solo não tem proporcionado teores foliares adequados”.

O potássio aplicado no solo não somente causa aumentos no teor foliar do nutriente como também aumenta a produção e o tamanho dos frutos. Quando os solos são deficientes em nutrientes uma produtividade competitiva somente pode ser obtida com a aplicação de fertilizantes. A adubação com potássio aumenta a produtividade e o tamanho dos frutos tornando-os mais aceitos pelo mercado de consumo in natura.

A necessidade de adubação com potássio é determinada pelas análises de solo e folha. Quando os teores de K no solo e na folha estão abaixo do nível crítico (teores no solo e na folha acima dos quais a probabilidade de resposta é pequena) há necessidade de adubação. O potássio pode ser aplicado na forma solida na projeção da copa do coqueiro ou por fertirrigação onde o mesmo é adicionado na água de irrigação.

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