Entre os anos de 1985 e 2020, o Brasil sofreu com queimadas de proporções gigantes, 1 milhão e 600 mil km², representando 20% da área territorial total. Dentro desta porcentagem, 65% dos incêndios aconteceram nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Pará, segundo o Projeto MaspBiomas, divulgado em agosto de 2021.
A pesquisa ainda aponta que apesar dos biomas Cerrado e Amazônia terem representado 85% das áreas queimadas, o Pantanal foi o que mais sofreu, tendo 57% do território queimado pelo menos uma vez, no mesmo período.
Pedro Curcio, fundador da iNeeds, ressalta que devido os incêndios acontecerem frequentemente, sejam eles naturais, como a queda de um raio, ou para limpeza de pastos, é extremamente importante tomar iniciativas para que o fogo não se espalhe. Curcio explica que atualmente já existem sensores que podem detectar queimadas florestais, como o caso do DIF, Detector de Incêndios Florestais Ineeds.
“O detector pode ser programado para conseguir detectar os incêndios florestais durante os estágios iniciais, mesmo durante a fase de combustão lenta, nos primeiros minutos, e monitora o microclima, medindo temperatura, umidade e pressão do ar. O sensor combina a detecção de qualidade do ar e detecção de gás, ele detecta, fogo, monóxido de carbono e outros gases no nível de ppm com inteligência artificial integrada para detectar um incêndio de forma confiável e evitar falsos positivos.”
Apesar de 60% dos focos dos incêndios terem acontecido em propriedades privadas, onde há redes de energia, muitas florestas ficam afastadas dos centros urbanos, e o sensor pode ser fundamental nestes casos, pois usa plataformas de comunicação IoT para transmissão de dados sem fio e pode funcionar sem manutenção por anos utilizando inclusive energia limpa, através de painel solar.
“O sensor também pode ser utilizado como sistema de segurança dos mananciais, ajudando a evitar queimadas criminosas, assim como nas propriedades particulares”, afirma o CTO da Ineeds, Luiz Sourient. As queimadas trazem grandes prejuízos para o meio ambiente, afetando o ar, solo, água e provocando a morte de milhares de animais, podendo levar em torno de 50 anos para se regenerar, como o incêndio que acometeu o Pantanal em 2020, segundo Cátia Nunes de Cunha, Professora e pesquisadora associada do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal de Mato Grosso (PPG-ECB/IB-UFMT).