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Dicas para garantir a eficiência do seu inoculante na soja

 

Se existe um insumo indispensável para garantir altas produtividades às áreas com a soja este é, sem dúvida, o inoculante. Mas, apesar de ser de fácil manuseio, este aliado precisa de cuidados para garantir resultados

 

Crédito Embrapa Agropecuário Oeste
Crédito Embrapa Agropecuário Oeste

O nitrogênio (N) é o nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja. Para cada tonelada de grãos são necessários cerca de 80 quilos de N. Para esta tarefa foram criados os inoculantes, que são bactérias capazes de capturar o nitrogênio da atmosfera (N2) e transformá-lo em fertilizante para as plantas.

O processo é denominado fixação biológica do nitrogênio (FBN) e, no caso da soja, é realizado por bactérias chamadas de Bradyrhizobium, que são capazes de fornecer todo o N necessário para atingir altos rendimentos.

A indústria multiplica as bactérias selecionadas e as disponibiliza aos agricultores via inoculantes líquidos e sólidos (em turfa). Mas, para garantir o sucesso da lavoura, o agricultor deve utilizar boas práticas de inoculação.

Veja algumas dicas que os pesquisadores Mariangela Hungria e Marco Antônio Nogueira, da Embrapa Soja separaram para garantir a eficiência deste processo:

A inoculação garante maior produtividade da soja - Crédito Shutterstock
A inoculação garante maior produtividade da soja – Crédito Shutterstock

1 ” Verifique se o produto tem registro no Ministério da Agricultura (Mapa) e se está dentro do prazo de validade;

2 ” Pergunte ao fornecedor sobre as condições de transporte e armazenamento, garantindo que não foi exposto ao sol ou a temperaturas muito altas (superiores a 30°C);

3 ” O agricultor também deve transportar e conservar o inoculante em lugar fresco e bem arejado;

4 ” Calcule a dose a ser aplicada de acordo com as instruções do fabricante para fornecer, no mínimo, 1,2 milhão de células por semente;

5 ” No caso de inoculante líquido, porém, a dose nunca pode ser inferior a 100 ml de inoculante/50 kg de sementes;

6 ” Para melhor aderência dos inoculantes turfosos, umedeça as sementes com, aproximadamente, 300 ml/50 kg de sementes de solução açucarada a 10% (100 g de açúcar/litro de água) e, então, aplique o inoculante;

7 ” O volume total de líquidos adicionados às sementes, considerando inoculantes e agroquímicos, não deve ultrapassar 300 ml/50 kg; no caso de sementes com alta qualidade fisiológica (alta germinação e, principalmente, alto vigor), podem ser aplicados até 550 ml/50 kg;

8 ” Caso seja necessário o uso de agroquímicos, aplique-os primeiro, deixe secar e aplique o inoculante em uma segunda operação;

9 ” A inoculação pode ser feita em tambor rotatório, betoneira ou em máquinas específicas para a inoculação, que também permitem o tratamento com agroquímicos. Verifique sempre se o inoculante foi distribuído uniformemente nas sementes;

10 ” Faça a inoculação à sombra, deixe secar por cerca de 20-30 minutos e mantenha a semente inoculada protegida do sol e do calor excessivo;

11 ” Não use inoculante diretamente na caixa semeadora e nem faça o “sopão“ com agroquímicos e inoculantes;

12 ” Maior sucesso é obtido quando a semeadura é realizada no mesmo dia da inoculação, especialmente se a semente for tratada com agroquímicos. Em caso de dúvida, repita a operação de inoculação;

13 ” Existem produtos no mercado com função de adesão e proteção das bactérias, que podem estender o período de viabilidade da bactéria, mas o agricultor deve verificar os dados de pesquisa obtidos com esses produtos;

14 “Evite semear “no pó“, pois as bactérias são sensíveis ao dessecamento;

15 ” Na semeadura, evite o aquecimento, em demasia, do depósito das sementes; se necessário, resfrie externamente o reservatório;

16 ” Outra excelente opção para evitar o contato da bactéria com agroquímicos nas sementes é a inoculação no sulco, mas com, no mínimo, 2,5 vezes a dose do inoculante usada nas sementes e diluída em pelo menos 50 litros de água/ha;

17 ” Em área de primeiro ano, ou não inoculada há muito tempo, evite o uso de agroquímicos nas sementes, ou opte pela inoculação no sulco;

18 ” Sementes pré-inoculadas também são encontradas no mercado. Mas o agricultor deve pedir garantia na hora da compra de que essas sementes carregam de 80 mil a 100 mil células recuperáveis/semente. Muito cuidado! Em caso de dúvida, envie as sementes para análise;

19 ” Outros métodos de inoculação, como pulverização do solo ou foliar, devem ser adotados somente em caso de emergência. Aplique somente com solo úmido e no final da tarde e fique consciente de que o resultado nunca vai ser o mesmo da inoculação na semente ou no sulco, realizado na hora da semeadura;

20 ” Os micronutrientes molibdênio e cobalto são muito importantes para a FBN, mas também não podem ficar em contato prolongado com as bactérias nas sementes. Alternativamente, podem ser aplicados via foliar, na mesma dosagem utilizada para o tratamento de sementes, até 30 dias após a emergência.

21 ” O uso de inoculantes é obrigatório em áreas de primeiro cultivo de soja, ou áreas não cultivadas há vários anos. Em áreas já cultivadas, a reinoculação anual resulta em ganhos médios no rendimento de 8,0%;

22 “A FBN pode suprir o N necessário mesmo para altos rendimentos, quando as boas práticas de inoculação são seguidas, não sendo necessária nenhuma complementação com fertilizante nitrogenado em qualquer estágio de desenvolvimento da cultura;

24 “O inoculante é um insumo extremamente barato em relação ao benefício que proporciona à cultura da soja, de modo que é importante investir em qualidade do produto.

Fonte: Projeto Soja Brasil

 

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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