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Efeito dos bioestimulantes em abobrinhas

As abobrinhas são uma cultura que se desenvolve bem em qualquer tipo de solo e os bioestimulantes auxiliam no processo da alta produtividade.

Liliane Marques de Sousa
Engenheira agrônoma e mestranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
liliane.engenheira007@gmail.com
Walleska Silva Torsian
Engenheira agrônoma e doutoranda em Fitotecnia – ESALQ/USP
walleskatorsian@usp.br

A abobrinha (Cucurbita pepo L.) pertence à família das Cucurbitáceas, que também tem como representantes o pepino, melancia, melão e as abóboras, entre outras.
É tradicionalmente cultivada pela agricultura familiar em várias partes do Brasil, principalmente na região sudeste, como São Paulo e Minas Gerais e regiões norte e nordeste. Está entre as 10 hortaliças de maior valor econômico e produção nacional.

Características

O hábito de crescimento da abobrinha é ereto, com a formação de hastes curtas caracterizadas como moitas. As abobrinhas se desenvolvem bem entre temperaturas de 18° a 35°C, e os frutos podem ser colhidos em aproximadamente 50 e 60 dias após o plantio.
É uma cultura que se desenvolve bem em qualquer tipo de solo, preferindo solos areno-argilosos, com pH de 6 a 6,5 e boa drenagem.
São frutos ricos em nutrientes como cálcio, ferro e fósforo, com grande potencial para comercialização, devido à boa aceitação pelo mercado consumidor e também pelo baixo custo de produção.
Pesquisas demonstram que cada 100 gramas de abobrinha tem 94% de água, 4% de carboidratos e 8 mg de vitamina C.

Fertilizantes

A demanda de fertilizantes cresce exponencialmente a cada ano, porém, não é uniforme entre os países, se tornando mais crescente na América Latina. A agricultura, no Brasil, influencia a economia, sendo responsável por grande parte do PIB.
O Brasil ainda possui uma forte dependência dos fertilizantes oriundos do mercado externo, principalmente, nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).
Nos últimos anos, o Brasil importou cerca de 20,2 milhões de toneladas de fertilizantes, ocorrendo o descarte desses nutrientes por meio dos resíduos orgânicos nas lavouras após a colheita das culturas, podendo ser considerados grandes fontes de nutrientes para a agricultura sustentável.

Alternativas nutricionais

Os produtos de descarte estão sendo potencialmente estudados como alternativa mais barata e de menos impacto ambiental e, como consequência, proporcionam nutrientes como fontes promotoras de crescimento.
Esses produtos são conhecidos como bioestimulantes, que estimulam o crescimento e desenvolvimento das plantas, como a absorção de nutrientes e a tolerância a estresses abióticos.
Os bioestimulantes são definidos como misturas de um ou mais biorreguladores com aminoácidos, vitaminas e minerais, que auxiliam no aumento da produtividade das lavouras. São ricos em nutrientes e possuem como finalidade melhorar a fertilidade do solo, como consequência de um ecossistema mais natural para as plantas.

Sustentabilidade

Os bioestimulantes são importantes para a agricultura sustentável, por terem a capacidade de aumentar a tolerância ao estresse hídrico e abiótico, melhorar a eficiência do uso de nutrientes e obter melhores rendimentos na colheita e qualidade dos alimentos.
Atualmente, são complementares aos fertilizantes disponíveis no mercado, contribuindo para a melhor assimilação e disponibilidade de nutrientes para as plantas.
Estima-se que, até 2025, o mercado mundial de bioestimulantes irá ultrapassar os US$ 3 bilhões. As práticas agrícolas mais sustentáveis e a diminuição de recursos naturais, como água e terra, irão contribuir para o aumento do mercado de bioestimulantes.

Qual a diferença?

Existem diferenças entre os bioestimulantes vegetais e os fertilizantes tradicionalmente utilizados. Os primeiros são derivados de materiais biológicos, como o extrato de algas, preparos microbianos, substâncias húmicas e resíduos da agroindústria.
Os bioestimulantes influenciam vários órgãos vegetais, como raízes, caules, folhas, flores, frutos e também as sementes. Suas funções são, principalmente, o aumento da absorção de nutrientes e atividade antioxidante das plantas, retenção de água na planta, redução do estresse hídrico e abiótico, aumento da eficiência do metabolismo e, consequentemente, melhora da qualidade da cultura, proporcionando benefícios desde a germinação da semente até a colheita da planta.
O uso de bioestimulante em abobrinhas auxilia as plantas na superação de estresses abióticos, visto que atua como incremento hormonal e nutricional. O uso de reguladores de crescimento nos estádios iniciais de desenvolvimento das plântulas, bem como seu uso no tratamento de sementes, pode promover maior crescimento das raízes, agindo na recuperação mais acelerada das plântulas em condições desfavoráveis, tais como o déficit hídrico.
Além disso, podem proporcionar à cultura da abobrinha maior tolerância a insetos, pragas, doenças e nematoides. Os reguladores de crescimento ainda podem promover o estabelecimento de plantas de forma rápida e uniforme, o que pode estimular maior obtenção de nutrientes e rendimento da cultura.

Manejo

A aplicação de bioestimulante nas abobrinhas pode acontecer de diferentes formas: durante a germinação de sementes, o crescimento das plantas ou a floração e frutificação.
Ainda não existem muitos estudos sobre qual a melhor forma de aplicação, mas, pode-se considerar que para cada fase existe um resultado diferente e positivo, como aumento do número de plântulas germinadas, maior altura de frutos, boa floração e maior desenvolvimento das plantas, deixando-as mais resistentes aos estresses bióticos e abióticos.
No mercado existem vários bioestimulantes comerciais que são aplicados em diversas culturas, inclusive na abobrinha. É sempre importante consultar um engenheiro agrônomo para saber qual o melhor bioestimulante para aplicar na lavoura, visando sempre bons resultados de alta produtividade e baixo custo de aplicação.

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